Grupo ABC compra a digital Salve
Essa é a terceira aquisição desde a entrada na holding do fundo Kinea ? as anteriores foram as incorporações da CDN, em 2013, e da Escala, no ano passado
Essa é a terceira aquisição desde a entrada na holding do fundo Kinea ? as anteriores foram as incorporações da CDN, em 2013, e da Escala, no ano passado
Alexandre Zaghi Lemos
6 de abril de 2015 - 9h15
O Grupo ABC, maior conglomerado de agências controladas por capital nacional, fechou a aquisição da digital Salve, que tem sete anos de mercado, emprega 65 profissionais em São Paulo e atende clientes como Natura, Kimberly Clark, Pfizer, Caloi, MSD, Sandisk, Blowtex e Walmart.com. Os quatro sócios atuais da agência continuam no comando da empresa, agora como minoritários. São eles os fundadores Carlos Pitchu (CEO), James Scavone e Ricardo Schreiner (diretores de criação), além de Luis Lui (diretor de atendimento), que em agosto do ano passado chegou vindo da Borghi/Lowe. Na mesma época, deixou a empresa outro integrante do grupo original, o criativo André Hellmeister.
“A proposta do ABC é de empreendedorismo, e valoriza o projeto da Salve. Além disso, tem o aspecto emocional: eles são o grupo de maior sucesso da indústria no País”, frisa Pitchu. Segundo ele, os sócios da Salve iniciaram diversas negociações para venda nos últimos três anos, mas as tratativas com o ABC acabaram sendo rápidas.
O Grupo ABC e seus principais sócios executivos, os fundadores Nizan Guanaes e Guga Valente, já têm outras investidas digitais no currículo, como o investimento inicial no lançamento da AgênciaClick (atual Isobar), em 1999; a passagem da dupla pelo portal iG, entre 2000 e 2002; e outros investimentos em participações e lançamentos de startups, como a Hello Interactive, que funcionou entre 2007 e 2009. “Não somos nossos nisso, mas agora temos que desenvolver o lado ‘D’ do ABC e iremos anunciar novas empresas nos próximos meses”, promete Guanaes, que diz que é preciso estar com um olho na crise e outro no futuro. “É evidente que, diante da crise, estamos cortando custos e melhorando processos. Mas a crise é oportunidade muito grande para ser perdida”.
Essa é a terceira compra do ABC desde a entrada na holding do fundo de investimentos Kinea, do banco Itaú, em 2013. Naquele mesmo ano, o grupo comprou a CDN. No ano passado, adicionou a Escala. A holding fechou 2014 com receita próxima de R$ 1 bilhão.
“Esse é o primeiro passo de outros que serão dados nos próximos meses rumo à digitalização orgânica e inorgânica da holding. Estamos de olho em novos negócios nas áreas de dados, vídeo, consultoria e marketing de vendas”, lista Bob Wollheim, head digital do ABC. “Queremos uma contaminação positiva de sócios, know-how, expertise, quase um life style novo de pensar e fazer”, completa.
Para Valente, as agências que nasceram e cresceram no off-line têm a tendência a continuar com esse foco. “Todas as agências do ABC atuam muito bem na área digital. A Africa e a DM9, por exemplo, fazem um belíssimo trabalho digital, mas as coisas ainda são divididas. Ter uma empresa nascida nesse ambiente, com líderes jovens e de visão, refresca o grupo e aponta para o futuro”, pontua Valente. “Queremos mais empresas digitais para estarem ao lado das nossas grandes empresas de publicidade, que estão se digitalizando”, acrescenta Guanaes, elogiando o slogan da Salve: “The on-life agency”.
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