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Comunicação

CEO global da JWT é processado por racismo

Gustavo Martinez é acusado pela líder de comunicação do grupo de fazer constantes ofensas racistas e sexistas a seus funcionários


10 de março de 2016 - 4h22

Atualizada às 19h57

O CEO global da J. Walter Thompson Company, Gustavo Martinez, é alvo de um processo por racismo e ofensas sexuais nos Estados Unidos, na corte federal de Manhattan. A ação foi movida por Erin Johnson, chief communications officer do grupo.

De acordo com o Advertising Age, o processo relata que Erin, responsável por toda a área de relações públicas e comunicação interna e externa do grupo, não havia tido nenhum problema no trabalho até 2014, quando Martinez foi nomeado CEO global da J. Walter Thompson. A partir daí, segundo o processo, foi impossível dar continuidade à execução das atividades cotidianas devido aos incômodos com os insultos racistas e sexistas feitos constantemente pelo CEO.

Com a ação, Erin está pleiteando indenização por danos morais e ações punitivas para o executivo. Não está claro se a executiva deixou a empresa antes de abrir o processo. No site oficial da J.Walter Thompson, Erin ainda aparece como a executiva líder da área de comunicaçao.

O processo movido por ela alega que Martinez tinha o hábito de fazer comentários extremamente depreciativos e racistas, inclusive em conversas com funcionários da agência e até mesmo com um repórter. Segundo o texto, “o CEO não hesitava em, na presença de qualquer funcionário e até mesmo de altos executivos da J.Walter Thompson, em proferir ofensas como ‘malditos judeus’, ‘macacos negros’, ‘macacos que não sabem usar computadores’, além de sugerir que estava em dúvidas sobre qual mulher de sua equipe poderia estuprar".

A autora da acusação também relata ter sido vítima direta de Martinez. Segundo consta no processo, o CEO a segurou pela garganta na presença de outros funcionários e, em seguida, pediu que as demais pessoas saíssem da sala para que eles pudessem falar sobre sexo. Ela também conta que Martinez a chamou, na presença de várias pessoas, dizendo: ‘venha aqui para que eu possa te estuprar no banheiro’.

As ofensas chegavam a tal ponto, segundo Erin, que durante uma reunião com 60 funcionários da agência, incluindo o líder global de recursos humanos da JWT, Martinez teria passado um tempo detalhando as diferenças entre “um bom estupro e um mau estupro”.

O Advertising Age procurou um posicionamento do Grupo WPP sobre o caso, mas ainda não obteve resposta. O próprio Martinez, no entanto, emitiu um comunicado: “Estou ciente das alegações feitas contra mim por uma funcionária da J. Walter Thompson em um processo arquivado no Tribunal Federal de Nova York. Quero assegurar aos nossos clientes e aos meus colegas que não há absolutamente nenhuma verdade nessas alegações bizarras e estou confiante que isto será provado em um tribunal”, declarou. A reportagem de Meio & Mensagem entrou em contato com a comunicação da agência no Brasil e recebeu o mesmo comunicado de Martinez como posicionamento oficial.

Nascido na Argentina e criado na Espanha, Gustavo Martinez é o primeiro hispânico a assumir a presidência global de uma rede de agências de origem anglo-saxã. Ele assumiu o mais alto comando do grupo em junho de 2014, com a missão de colocar a agência entre as mais criativas do mundo. Foi em sua gestão que a agência passou a adotar sua nomenclatura completa – J. Walter Thompson – e não mais a sigla JWT.

Outra crise

Essa não é a única crise que o WPP enfrenta em relação aos seus executivos. Nesse mesmo dia, o grupo analisa as denúncias que recebeu contra Mauricio Sabogal, CEO da Kinetic Worldwide, uma empresa de mídia out-of-home do grupo. Também de acordo com o Advertising Age, um grupo de dez funcionários da agência enviou um e-mail diretamente ao chairman do grupo, Martin Sorrel, pedindo providências e a renúncia do executivo.

O problema está em um post que Sabogal publicou em um tumblr chamado What’s on Fire, em janeiro de 2015. O executivo colombiano escreveu, em espanhol, diversas observações acerca de seu cargo, das empresas e do povo norte-americano que, na opinião dos colaboradores da agência, foram ofensivas. Entre suas declarações, Sabogal faz piada do fato de maior parte das agências norte-americanas usarem siglas em sua nomenclatura, dizendo que elas não tem criatividade para criar nomes – e nem para conquistar contas. Após a descoberta do conteúdo, tanto o texto como a postagem feito pelo executivo em seu Twitter, que conduzia ao post, foram apagados.

Um porta voz do grupo WPP disse ao Advertising Age que a situação está sendo investigada.

Com informações do Advertising Age. 

wraps

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