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Comunicação

Entenda como o “tchau, querida!” ganhou as redes

Termo surgiu após a divulgação dos grampos telefônicos de Lula e Dilma e está nos trending topics além de ter virado inspiração para vários memes


11 de maio de 2016 - 15h36

Na tarde de 16 de março, o cenário político nacional, já tumultuado, ganhava novos elementos após a divulgação do grampo telefônico autorizado pelo juiz Sérgio Moro de uma conversa entre Luiz Inácio da Silva e Dilma Rousseff. No diálogo, Lula se referia à cidade de Curitiba, onde começou a Operação Lava Jato, como “República de Curitiba” e, ao finalizar a conversa se despedia de Dilma com um “Tchau, querida”.

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Thiago Cardoso, Tiago Guetter, Carlos Vecchi, Felipe Bertoncello, Luiz Molina e Arthur Ceschin

A expressão, que na tarde desta quarta-feira, 11, está no trending topics do Twitter e é fruto de vários memes, em função da votação do processo de impeachment da presidente por parte do Senado, virou motivos de camisetas, se fez presentes nas manifestações de rua contrárias ao governo Dilma e transformou-se em um recurso de citação por parte de diversos veículos nacionais e também pela imprensa estrangeira.

Thiago Cardoso, publicitário e fundador da agência Carlin Creativ Consulting, responsável pela criação da página “República de Curitiba” no Facebook, explica que a ideia de se apropriar das expressões e transformá-las em um viral surgiu em um bate papo de amigos. “A gente fez primeiro algumas camisetas para apoiar a Operação Lava Jato e a intenção de colocar outdoors pela cidade veio em seguida. “Conseguimos apoio de empresários que defendem o impeachment para poder fazer os outdoors”, explica Cardoso. Um dos parceiros na colocação dos anúncios foi a RPO e a Menezes Outdoor e a ajuda operacional ficou por conta dos funcionários da própria agência Bruno Dalla Bona, atendimento, Luiz Molina, atendimento e Claudia Nadalin, mídia.

capaveja

Capa da última Veja faz menção ao termo

“As pessoas estavam desconfortáveis utilizando a camisa da seleção brasileira nas passeatas, pois ela não ilustrava a real indignação que estavam sentindo. Quando ouvi a conversa grampeada e as expressões República de Curitiba e Tchau,querida, senti que eram os ganchos perfeitos para criar as camisetas”, detalha Thiago. O publicitário garante que o movimento criado em torno do termo não possui fim lucrativo, mas comemora a marca de dez mil camisetas vendidas e a adesão da campanha por parte de celebridades como o apresentador Danilo Gentili e o lutador Wanderley Silva.

Sobre o modelo de negócios estabelecido por meio da marca, Thiago explica que não chegou a faturar pois pulverizou a venda autorizando pessoas a revender materiais com a mensagem apenas com o objetivo de potencializar a imagem. Questionado se não estaria sendo oportunista, Thiago rebate: “somente fiz uso do meu ofício, como publicitário, para utilizar a criatividade como ferramenta catalizadora de um discurso em prol do meu país. Sinto-me na verdade orgulhoso pela repercussão e por estar, de certa forma, fazendo parte de um momento crucial da história do Brasil”.

Apesar de ter incluído a ação no portfólio de sua agência, o publicitário não vê um grande impacto em seus negócios, prefere ficar com a sensação de que sua ideia contribuiu para uma discussão política.

Pixuleco

No ano passado, algo semelhante ocorreu após o publicitário alagoano criar o Pixuleco, um boneco inflável que mostra o ex-presidente Lula vestido de presidiário e faz referência ao termo usado por João Vaccari, ex-tesoureiro do PT, que significava propina . A caricatura também ganhou as ruas e gerou vários produtos como réplicas de bonecos, camisetas, selos e adesivos.

 

 

 

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