“Nenhum serviço da Ponte será interrompido”
André Torretta mantinha uma parceria com a Cambridge Analytica desde 2017 que está suspensa após os escândalos envolvendo perfis do Facebook nos EUA e Reino Unido
André Torretta mantinha uma parceria com a Cambridge Analytica desde 2017 que está suspensa após os escândalos envolvendo perfis do Facebook nos EUA e Reino Unido
Luiz Gustavo Pacete
20 de março de 2018 - 9h48
O publicitário André Torretta, fundador da consultoria Ponte Estratégia, decidiu suspender a parceria que mantinha com a Cambridge Analytica no Brasil. A consultoria foi responsável pela campanha digital do presidente Donald Trump e apareceu envolvida no último final de semana em um escândalo de vazamento de dados de usuários do Facebook nos Estados Unidos e Reino Unido.
Torretta havia firmado parceria com a CA no início de 2017 após ter sido procurado pela consultoria. Na ocasião, o nome da consultoria foi mudado para Cambridge Analytica Ponte. Na ocasião, Torretta ressaltou que o principal objetivo era ajudar agências que utilizam mídia programática a aplicar dados mais assertivos às campanhas sem depender de institutos internacionais.
Em nota a Ponte explica a decisão. “Diante do escândalo de vazamento de dados envolvendo a CA e milhares de perfis do Facebook nos Estados Unidos e Reino Unido, a Ponte Estratégia decidiu por não seguir conversando com a consultoria até que as informações sejam esclarecidas. A Ponte esclarece também que vinha tendo dificuldade em tropicalizar a metodologia da parceira americana”, diz a nota.
Ao Meio & Mensagem, Torretta afirma que logo na sexta-feira recebeu um e-mail da sede da consultoria avisando que eles “seriam bombardeados pela imprensa”, mas sem detalhes. “Diante dos fatos, a melhor coisa foi suspender e agora vamos aguardar para ver os desdobramentos. É ruim fazer julgamento dessa situação, não é meu papel e não farei”, afirma Torretta.
Em relação ao saldo da parceria, Torretta classifica como positivo, mas ressalta que foi necessário desenvolver uma tecnologia própria para lidar com a quantidade de dados do mercado brasileiro. “Percebemos que tínhamos um volume de informação que eles não tinham e acabamos por desenvolver nossa própria tecnologia. Isso nos dá segurança para não interromper absolutamente nenhum serviço da Ponte”, afirma.
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