Meio & Mensagem
26 de novembro de 2018 - 11h35
Atualizada às 12h19
Por Alexandre Zaghi Lemos e Jonas Furtado
A CEO da Wunderman, Mel Edwards, vai liderar a nova Wunderman Thompson e Tamara Ingram, atual CEO da J. Walter Thompson, será chairman da operação resultante da fusão (crédito: divulgação)
O WPP confirmou oficialmente nesta segunda-feira, 26, que irá unir as operações da J. Walter Thompson com as da Wunderman. A possibilidade de fusão entre as duas redes foi antecipada pela edição de Meio & Mensagem do dia 5 de novembro. A reportagem obteve informações de que, após resultados abaixo do esperado e queda abrupta no valor das ações, o WPP se apressava para tentar reverter o cenário desfavorável, agravado pela perda da maior parte da conta da Ford.
A nova operação se chamará Wunderman Thompson e será liderada pela CEO Mel Edwards, que em setembro deste ano foi nomeada CEO global da Wunderman. Já Tamara Ingram, atual CEO global da J. Walter thompson, será chairman da operação resultante da fusão. Com isso, o movimento segue a mesma lógica da união entre VML e Y&R, anunciada em setembro, com a cultura digital da menor rede se sobrepondo à maior.
Em comunicado oficial, o CEO do WPP, Mark Read, diz que a Wunderman Thompson reúne as capacidades que os clientes estão exigindo: criatividade premiada, juntamente com profunda especialização em tecnologia, dados e e-commerce. “Os clientes querem mais simplificação de seus parceiros e esse desenvolvimento, como outros do WPP, foi desenvolvido para remodelar nossa empresa em torno das necessidades deles”. “Isso nos permitirá competir de maneira eficaz nos setores com mais oportunidades de crescimento no futuro”, declarou Read.
A Wunderman Thompson terá um time de 20 mil funcionários, distribuídos em 200 escritórios localizados em 90 mercados. A expectativa é de que o WPP apresente uma nova identidade visual da rede nos próximos dias.
Com 60 anos de mercado, a Wunderman tem sede em Nova York, onde nasceu com foco em marketing direto, e foi uma das empresas que conseguiram se transformar após o advento da internet e se firmar como referência na junção de dados e criatividade. Atualmente, sua equipe reúne 9,2 mil criativos, cientistas de dados, estrategistas e tecnólogos em 200 escritórios de 70 países.
Já a J. Walter Thompson é a mais antiga agência de publicidade do mundo entre as grandes marcas ainda em atividade. O início remota a 1864, quando, em meio à guerra civil norte-americana, o ex-marinheiro William James Carlton começou a comprar e vender espaços em jornais por meio da Carlton & Smith. Em 1877, a empresa ganhou um novo controlador: James Walter Thompson, que a comprou por US$ 500. A J. Walter Thompson foi a primeira multinacional do setor a se instalar no Brasil, em 1929. Também sediada em Nova York, a rede mantém mais de 200 escritórios em mais de 90 países, nos quais empresa mais de dez mil profissionais.
Ainda não se sabe quais serão os desdobramentos da fusão no Brasil, apenas que as operações da Mutato e da Mirum, empresas do Grupo JWT, não serão incluídas na fusão.
No escritório local da Wunderman, há um ano o comando está com o CEO Pedro Reiss, escolhido para o posto pelo próprio Mark Read, que o foi buscar na Fbiz, também controlada pelo WPP. Reiss estava há 17 anos na agência brasileira comprada pela holding em 2011.
No Grupo JWT, os principais executivos no País são Stefano Zunino, CEO na América Latina e chief transformation officer worldwide, Ezra Geld, chief strategy officer do Grupo JWT, e Ricardo John, CEO da J. Walter Thompson — sendo que os dois últimos foram oficializados nos cargos atuais no mês passado.
O Grupo JWT foi, entre os globais presentes no País, um dos que mais deram passos em direção à cultura digital nos últimos anos no País, formando um conjunto de especialidades que inclui outras seis empresas: Mirum (digital), i-Cherry (search), Mutato (conteúdo), Blinks (mídia de performance e programática), Try (user experience e design) e Enext (consultoria de e-commerce e marketing cloud).
A Wunderman também fez uma aquisição recente: a Pmweb, que atua na área de inteligência de dados há 20 anos e foi comprada no início de 2017 pelo WPP para ampliar o escopo de atuação da Wunderman no ambiente digital.