Como funciona um e-commerce para cachorros
Ideia da Ogilvy para a rede Petz levou seis meses para ser desenvolvida e contou com o trabalho de duas empresas de tecnologia
Ideia da Ogilvy para a rede Petz levou seis meses para ser desenvolvida e contou com o trabalho de duas empresas de tecnologia
Bárbara Sacchitiello
30 de abril de 2019 - 17h15
A rede de pet shop e produtos para cães, gatos e outros animais domésticos Petz já possui um e-commerce pelo qual seus clientes conseguem comprar os produtos disponíveis nas prateleiras da loja sem sair de casa. A partir de agora, no entanto, não é somente o tutor que poderá escolher as rações, petiscos e brinquedos favoritos para seu cachorro. O próprio peludo poderá, diante na tela do computador ou celular, navegar pela página e escolher os produtos que deseja comprar.
Batizada de Pet Commerce, a ideia surgiu há mais de seis meses no escritório da agência de publicidade Ogilvy. agência de publicidade da Petz. “O desafio era criar algo que ajudasse a promover o e-commerce da Petz e, ao mesmo tempo, incentivar ainda mais a interação entre cachorros e seus tutores”, conta Félix Del Valle, chief creative officer (CCO) da Ogilvy.
Para desenvolver a ideia, a Ogilvy contou com a ajuda da D2G Tecnologia e Hogarth, duas empresas encarregadas de criar todo o aparato tecnológico necessário para o e-commerce. Afinal, o fato de o público-alvo da página não ser o tradicional shopper humano exigiu mudanças e adaptações.
O sistema tecnológico do Pet Commerce baseia-se em reconhecimento facial e inteligência artificial. A câmera do celular ou do notebook capta as reações dos cães perante o site e, por meio de códigos e dados inseridos a respeito do comportamento animal, consegue indicar quais produtos e itens despertaram mais atenção, curiosidade e quais foram mais desejados pelos bichos.Para que o projeto fosse viável, a Ogilvy e as duas empresas de tecnologia criaram todo um novo padrão de user experience (na verdade, dog experience) para munir o sistema com imagens faciais de cachorros de diferentes raças. As diferenças sensoriais que os animais possuem em relação aos humanos foram levadaa em consideração. O Pet Commerce possui uma escala de cores em tons de amarelos e azuis, que fazem parte dos tons que são detectados pelos olhos dos cães. Além disso, todos os produtos são apresentados em movimento (vídeo), uma vez que as imagens estáticas não despertariam o apetite de compra dos pets. Todo esse processo contou com o apoio e orientação do adestrador de cães Leonardo Ogata.
Antes do Pet Commerce ser levado ao ar, no entanto, a agência e a rede de pet shop fizeram testes com centenas de cães. Alguns resultados foram bem curiosos, de acordo com o CCO da Ogilvy. “A tecnologia foi testada com centenas de cachorros de várias raças, com mais de 80% de precisão. Tivemos surpresas curiosas, como um dog que comprou apenas pelúcias e o tutor disse que ele realmente adora pelúcias. Outros cachorros lamberam a tela do celular ou desktop de tão felizes que estavam. Mas é importante destacar que cada cachorro tem características e comportamentos distintos e isso faz com que as reações sejam variadas”, aponta Del Valle.
Embora a nova tecnologia brinque com a ideia de colocar o animal com o poder de compra nas mãos, a proposta, logicamente, é proporcionar maior interatividade entre as pessoas e seus bichos de estimação. “Antes de mais nada, a expectativa é que os tutores se divirtam. A gente entende os tutores e a importância que cachorros têm na vida deles. É como se fossem membros da família. Então, estamos proporcionando mais um momento para que os tutores interajam com seus pets, de forma leve e divertida”, diz o criativo da Ogilvy.
Embora a ação dê o poder de escolha aos cachorros, a agência e a Petz alertam que, para a conclusão da compra, continua sendo necessária a autorização (e participação) dos humanos. Na página há um tutorial, com orientações para como brincar com os animais diante da tela e permitir a interação deles com os produtos.
A sessão de Pet Commerce permanecerá no site da Petz por tempo indeterminado e deve, com o passar do tempo, ganhar a adesão de novos produtos. De acordo com a rede de pet shop é possível que, futuramente, a tecnologia também seja disponibilizada para gatos, mas ainda não há nada sendo desenvolvido com essa finalidade.
Questionado se pretende inscrever a ideia tecnológica nos festivais nacionais e internacionais de publicidade, o líder de criação da Ogilvy sinaliza que o Pet Commerce tem potencial competitivo. “Acreditamos bastante no potencial dessa ideia”, frisa. Veja, abaixo, o vídeo que explica a tecnologia:
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