Women to Watch Europa destaca quatro profissionais brasileiras
Ana Balarin, Aline Santos, Chiara Martini e Debora Koyama estão entre as 18 líderes da indústria escolhidas pelo Ad Age
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Meio & Mensagem
29 de maio de 2019 - 14h20
Atualizada em 29/05/19 às 16:14
Do Advertising Age
Quatro profissionais brasileiras foram eleitas pelo Women to Watch Europa deste ano: Ana Balarin, sócia e diretora de criação executiva da Mother London, Aline Santos, vice-presidente executiva de marketing e chief diversity and inclusion officer da Unilever, Chiara Martini, head de conteúdo e mídia global da Diesel e Debora Koyama, CMO da Mondelez International na Europa.
Realizada há mais de 20 anos pelo Ad Age, a iniciativa seleciona, todos os anos, as líderes que mais se destacaram na indústria de marketing, comunicação e mídia – contribuindo com novos modelos de negócio e guiando as empresas onde atuam para o futuro. Aqui no Brasil, a homenagem é realizada por Meio & Mensagem desde 2013. Na edição de 2016, uma das homenageadas foi, inclusive, Aline Santos, da Unilever. Veja abaixo os perfis de cada uma, publicados pelo Ad Age:
Ana Balarin, sócia e diretora de criação executiva da Mother Londres
Ana é parte do time de quatro pessoas que hoje comanda a Mother Londres, eleita agência internacional do ano pelo Ad Age. Ao lado de seu marido, Hermeti, ela também lidera a criação da Mother, agência por trás de campanhas como “FCK”, o anúncio de desculpas de KFC que viralizou durante a crise da rede de fast food ano passado e “Rang-Tan”, que exaltou o uso do óleo de palma e alcançou 80 milhões de views.
Ela disse que nunca havia sonhado com esse emprego há 15 anos, quando chegou ao Reino Unido. Ela nem ao menos trabalhava com publicidade: estava investindo na carreira de fisioterapeuta, enquanto Hermeti tentava ingressar no mercado publicitário (ela estudou em uma escola de publicidade no Brasil, mas desistiu por achar o mercado nacional muito voltado a “fama, glamour e prêmios”).
Três anos depois, porém concordou em se juntar ao marido como sócia criativa e, em 2007, a dupla ingressou na Mother. Na primeira semana de trabalho, criaram uma campanha para a Boots que o CMO aprovou na hora e, posteriormente, foi premiada em Cannes.
A ascensão dos dois foi meteórica depois disso: foram nomeados a diretores de criação, fazendo campanhas memoráveis para Ikea, Moneysupermarket e outros parceiros.
Ana diz que seu avanço na Mother a mantém centrada e oferece insights sobre como é para criativos mais jovens, especialmente mulheres. Quando começou na Mother, ela diz ter tudo grandes modelos femininos na agência, como Kim Gehrig (agora diretora), então considera-se sortuda.
A parceria com o marido vem desde o ensino médio: ela confessa que eles falam de trabalho o tempo todo, inclusive a caminho do trabalho de depois que o filho de três anos vai dormir.
Calma e modesta, Ana diz ser a mais pragmática dos dois, enquanto ele é mais emocional. É uma combinação que claramente funciona.
Ainda assim, debaixo do exterior calmo, há um lado anárquico. A parte favorita do emprego para ela é a “natureza randômica e louca de ir trabalhar toda manhã e não saber como o dia vai ser”.
Que conselho você daria para sua versão mais jovem?
Não compare sua trajetória profissional com a de outras pessoas. As pessoas têm histórias diferentes, não há atalhos para finais felizes e eles não são todos iguais.
Qual foi seu pior erro na carreira?
Passar muito tempo discutindo coisas que não são importantes ou não fazem diferença.
Se não estivesse trabalhando nisso, o que estaria fazendo?
Comandando uma livraria em algum lugar perto do mar.
Aline Santos, vice-presidente de marketing, chief diversity and inclusion officer da Unilever
Aline entrou no marketing direct to consumer bem antes de o termo virar moda entre as empresas de bens de consumo. Aos 19 anos, ainda estudante na GV, começou o próprio negócio para vender lingerie de seda para os outros estudantes, armando passarelas para mostrar as peças, entre outras táticas.
Mas estava dormindo tão pouco com a rotina de estudante full-time e empreendedora part-time, que ficou doente. O médico convenceu seus pais a dizerem para ela parar de vender lingerie e ela se concentrou em aprender marketing. Depois de formada, aceitou um emprego na Unilever Brasil com a ideia de aprender mais sobre marketing e depois voltar para o mundo dos negócios de forma autônoma.
“Prometi a mim mesma: ‘vou ficar na Unilever por no máximo quatro anos. Mas a empresa é tão empolgante e charmosa em tantos sentidos que o plano não funcionou”.
Trinta anos depois ela ainda está lá, tendo trabalhado com marcas de alimentos, cuidados pessoais e da casa, principalmente no mercado brasileiro. Desde 2016 está na sede da empresa em Londres na função de vice-presidente de marketing, chief diversity and inclusion officer.
Aline vê como prioridade “colocar a criatividade no centro de tudo que fazemos”, o que inclui a abertura do estúdio de produção in-house U-Studio em 23 países e “torna-la a maior agência que temos”.
A profissional foi a ponta de lança dos esforços da companhia em tirar os estereótipos de sua publicidade para fazer um retrato mais autêntico das pessoas. Isso também inclui ajudar a diversificar a Unilever, que agora tem 49% de quadro de funcionários preenchido por mulheres, além de ajudar a lançar a Unstereotype Alliance, grupo dedicado a melhorar a representação de mulheres na publicidade globalmente, junto com as Nações Unidas e outros anunciantes, agências e empresas de mídia.
Aline também ajudou a liderar esforços para digitalizar o marketing da Unilever e desenvolver equipes menores para lançar marcas como Love Home & Planet, linha vegana de produtos de limpeza com abordagem de startup.
Parte disso inclui liderar o esforço da Unilever Foundry para conectar o anunciante a mais de 5 mil startups, desenvolvendo projetos pilotos que com frequência levam a tarefas permanentes. “Estamos criando uma cultura de marketing muito diferente”.
Que conselho você daria para sua versão mais jovem?
Não deixe que as pessoas te coloquem em uma caixa. Você pode ser quem quiser.
Qual foi seu pior erro na carreira?
Não ter mudado para Londres antes. Passei a maior parte da minha carreira no brasil e hesitei em me mudar para Londres por razões pessoais, por causa da minha família. Desde que me mudei, minha vida mudou dramaticamente de maneira positiva. As oportunidades que se abriram para mim foram incríveis. As pessoas que conheci, as associações das quais faço parte, isso realmente mudou minha vida. Conheci tantas pessoas, a família real e pessoas na rua.
Chiara Martini, head de conteúdo e mídia global da Diesel
Quando uma loja apareceu na Fashion Week parecendo que desbancaria a Diesel, nova-iorquinos desacreditados não levaram a sério – até perceberem que a loja foi um esforço de branding da marca para controlar conversas falsas. Faminta por uma chance de capturar merchandising limitados porém autênticos da “Deisel”, os consumidores rapidamente foram às lojas da Diesel. Esse foi um dos movimentos de marketing vindos de Chiara Martini.
As marcas precisam construir conexões emocionais e fazer suas vozes serem ouvidas nas conversas culturais, diz Chiara, que atua na sede da marca em Vêneto, na Itália. “O caminho para construir isso sempre vem da cultura e do comportamento, não necessariamente do universo da marca”, observa ela.
Chiara e Diesel deram continuidade à loja da Fashion Week com “Hate Culture”, coleção que evidenciou mensagens e comentários negativos que celebridades como Nicki Minaj e Bella Thorne receberam. A campanha foi uma maneira de os consumidores pegarem de volta o ódio semeado de forma tão robusta no online, de acordo com Chiara. As peças estampavam palavras como “vadia” e “cara mau”. Os consumidores também puderam customizar as próprias roupas para combater o bullying.
Já veterana no marketing em solo brasileiro, Chiara passou por agências como Ogilvy, Leo Burnett Tailor Made e DDB, além de marcas como Heineken. Ela está na Diesel há dois anos e ajudou a tornar a marca de 41 anos relevante de novo com um storytelling repaginado. Ela trabalha com uma equipe de oito pessoas, quatro no conteúdo e quatro na mídia. A executiva diz que ter tido experiência tanto em agências quanto em anunciantes a ajuda a melhorar o próprio trabalho.
“Gosto dessa versatilidade. Como cliente, me ajuda muito a entender o processo da agência”.
Qual foi seu primeiro emprego?
Foi um estágio como redatora na Leo Burnett Tailor Made em 2002, durante meu segundo ano na universidade. Foi muito bom me aproximar de uma agência grande e entender melhor os diferentes departamentos.
Se não estivesse trabalhando nisso, o que estaria fazendo?
Adoraria produzir vinhos. Seguir o processo inteiro, da colheita ao engarrafamento. Pura paixão e arte. Acho que esses dois anos na Itália tiveram um impacto.
Debora Koyama, CMO da Mondelez International na Europa
Debora Koyama começou a trabalhar na Mondelez International em janeiro de 2018 como CMO da empresa na Europa – a maior fatia de mercado do anunciante, com receita anual acima de US$ 10 bilhões ou cerca de 40% do total da companhia.
A executiva começou desenhando um roadshow de marketing interno chamado Ignite, falando com quase 500 anunciantes em vários workshops em Londres, Moscou, Hamburgo e Paris. Também liderou a apresentação de um programa de boot camp chamado Ignite Idea Labs, no qual funcionários de marketing participaram de workshops desenvolvendo suas ideias (mais como startups recebendo coaching) antes de apresentar suas ideias para o time de liderança executiva europeu. O primeiro evento aconteceu em Londres no mês de outubro, com concorrências finais em dezembro na sede da Mondelez em Zurique.
Outro projeto dela em 2018 foi a preparação do lançamento de refis de latas de aço inoxidável para Milka, parte do Loop Initiative para assinaturas de bens de consumo no World Economic Forum em Davos, em janeiro. No mesmo mês, ela assumiu a responsabilidade direta pelas marcas regionais e globais e times de inovação da Mondelez.
Debora formou-se em arquitetura e comunicação em universidades no Brasil, onde nasceu e cresceu. Estágios em agências de publicidade, de design e em produtoras a permitem experimentar diferentes espaços na indústria. “Tentei coisas diferentes até que descobri que realmente gosto de marketing, que era uma mistura de criatividade, estética e negócios”, diz. Embora apaixonada por arte e cultura, se não atuasse no marketing, teria sido empreendedora.
No início da carreira, Debora trabalhou na área de marketing de marcas como Baileys, da Diageo, em São Paulo. Juntou-se à Kraft Foods Brasil e mudou-se para os EUA, onde adquiriu um MBA pela Kellogg School of Management e passou mais anos na Kraft, antes de ir para a L’Oreal e depois para a AB InBev. Estar na Mondelez é como uma espécie de retorno, já que a executiva trabalhou com marcas como Milka e Kraft. Ela deixou a Kraft em 2008, quatro anos antes da Kraft e da Mondelez virarem duas empresas separadas.
Qual foi seu pior erro na carreira?
Tentar fazer muita coisa e quase ter sofrido um completo burn-out.
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