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Comunicação

Clube de Criação e W+K tiram campanha do ar após críticas

Campanha relaciona momentos históricos e trágicos da humanidade à inspiração criativa; entidade e agência pediram desculpas pela peça


2 de setembro de 2021 - 9h20

(Reprodução/Twitter)

Nessa quarta-feira, 1, a campanha publicitária de divulgação da edição 2021 do Festival do Clube de Criação gerou grande repercussão e muitas críticas por parte de diversos profissionais do mercado publicitário e de comunicação.
O filme publicitário, criado pela Wieden+Kennedy São Paulo, listava diversos momentos Históricos, começando pela Inquisição e passando por escravidão nos Estados Unidos, Guerra Civil Espanhola, Segunda Guerra Mundial e outros, terminando com a abordagem da Covid-19, nos tempos atuais, representando “crises”. Após cada um desses episódios, eram destacados movimentos artísticos ou culturais que seriam relacionados a esses episódios, como o Renascimento, o surgimento do Blues e a obra Guernica, do pintor Pablo Picasso.

Assim que o filme publicitário começou a circular, profissionais de diferentes áreas da comunicação criticaram a relação entre a suposta inspiração criativa surgida após acontecimentos tão trágicos e cruéis para a humanidade, sobretudo em relação à escravidão. Além de relacionar o Blues como uma criação resultante do período da escravidão nos Estados Unidos, o vídeo também traçava um paralelo entre o movimento Black Power como um resultado criativo frente à organização supremacista Ku Klux Klan.  Vários criativos e outros profissionais de agências, bem como de outras empresas da área da comunicação, usaram o LinkedIn e outras redes sociais para fazer críticas à campanha, pontuando o erro da ideia que sustenta a peça e argumentando que faltou empatia e percepção por parte dos profissionais envolvidos no projeto.

Horas depois da repercussão, o Clube de Criação tirou o filme publicitário do ar. A publicação original não está mais disponível nas redes sociais, mas algumas pessoas repostaram o vídeo. Veja abaixo:

 

Ainda na quarta-feira, 1, o Clube de Criação publicou nas redes sociais um comunicado, feito em conjunto com a W+K. “Hoje, o Clube de Criação e a Wieden+Kennedy divulgaram um novo filme em suas redes. Tão logo as reações negativas surgiram, entendemos o quão imprópria a mensagem é – por isso decidimos retirá-lo imediatamente do ar. Pedimos as mais sinceras desculpas”.

 

Presidente do Clube de Criação, Joanna Monteiro, que também é CCO da Publicis Toronto, reiterou ao Meio & Mensagem que o Clube e a agência tiraram rapidamente o vídeo do ar e pediram sinceras desculpas. “Erro grande que não foi visto desta forma por quem fez e por quem aprovou”, diz Joanna.

A criativa ressalta, contudo, que o trabalho dos últimos dois anos do Clube de Criação foi focado em inclusão, com a formação do primeiro júri composto 50% por homens e 50% por mulheres, inclusão obrigatória de profissionais negros, categoria Periferia Criativa e um projeto de meses de discussões só entre profissionais negros do mercado, no Instagram do Clube de Criação, chamado Clube+Vozes. “O Clube é muito mais plural e aberto hoje”, diz.

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