Duas análises sobre o 11 de setembro
Ricardo Reis e Pedro Cabral analisam impacto do atentado na mídia digital
Ricardo Reis e Pedro Cabral analisam impacto do atentado na mídia digital
Felipe Turlao
6 de setembro de 2011 - 12h24
Até o final desta semana, Meio&Mensagem mostra as impressões de diversos profissionais do setor sobre o que mudou no mercado nestes últimos dez anos por conta dos atentados. A série começou nesta segunda-feira, 5, com o depoimento de Kevin Roberts, CEO da Saatchi&Saatchi (confira aqui).
Hoje é a vez de dois profissionais do setor de publicidade online darem sua opinião. Ricardo Reis, CEO do Havas Digital, e Pedro Cabral Chairman global da Isobar, indicam as tendências que eles enxergam na publicidade pós-11 de setembro.
Ricardo Reis, CEO do Havas Digital na América Latina
“Houve um abalo psicológico significativo da sociedade, que passou a encarar as coisas de maneira diferente, dando maior importância à sustentabilidade e à transparência das marcas diante do consumidor. Esse movimento se intensificou com as crises financeiras nos anos seguintes. Não digo que o 11 de setembro mudou complemente a publicidade, mas fez com que as pessoas iniciassem um processo de repensar o que estávamos fazendo”
Pedro Cabral, Chairman global da rede Isobar
“O 11 de setembro trouxe um pragmatismo maior para a sociedade e que teve reflexos na publicidade. Os atentados foram um banho de água fria nos sonhos de um mundo sem guerra. Era um momento de acomodação, sem perspectivas de conflitos. Mas depois dos ataques, as pessoas se retraíram e passaram a acreditar menos em sonhos. E a comunicação se tornou mais prática por conta disso. O 11 de setembro representou uma sensação de desencanto que levou ao desenvolvimento de uma linguagem mais pragmática nas campanhas. Hoje, tudo está focado nos resultados imediatos, nas métricas. Nos comerciais de horário nobre hoje temos 80% de anunciantes de varejo colocando suas ofertas. O processo de construção de marca deixou de ser o principal ocupante do espaço da televisão. Mas o que temos hoje é consequência não só do 11 de setembro, mas também da tecnologia e das crises financeiras que se sucederam ao fato”.
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