Grey 141 começa a operar com 4 unidades
Operação resultante da fusão das agências do WPP é presidida por Luiz Kroeff
Operação resultante da fusão das agências do WPP é presidida por Luiz Kroeff
Robert Galbraith
9 de janeiro de 2012 - 10h23
Com a certeza de que é melhor ter uma agência grande do que duas médias, o grupo WPP concretiza a aguardada fusão das operações brasileiras da Grey e da 141 Soho Square. A empresa resultante do movimento passa a se chamar Grey 141 Brasil Comunicação. Luiz Kroeff, que foi sabatinado em novembro por Jim Heekim, chairman global da Grey, presidirá a agência que será dividida em quatro unidades: Grey, 141 Soho Square, 141 Brasília e 141 Newport.
Pedro Capelletti e Celso Alfieri serão diretores gerais de criação. O recém-chegado Capelletti fica responsável pelas contas da Grey e da unidade de varejo 141 Newport, que passa em breve a operar dentro da estrutura da Grey, instalada no bairro do Morumbi, em São Paulo. Alfieri, por sua vez, cuidará da criação para os clientes da 141 Soho Square, que permanece sediada no seu atual escritório em Pinheiros, também na capital paulista, e da 141 Brasília. Guy Costa, que dirigia a criação da Grey Brasil, deve deixar empresa – atualmente ele pleiteia um posto em uma das filiais da Grey nos Estados Unidos ou na Europa.
“Foi uma arquitetura que exigiu muita negociação interna. Seria mais simples se fosse uma aquisição, pois quem compra entra e faz o que quiser”, explica Kroeff, numa referência aos quase seis meses em que a questão esteve na pauta do WPP.
Ricardo Ferraris, o italiano que assumiu a presidência da Grey Brasil em 2009, voltará ao seu posto original de presidente da rede para a América Latina, mas seguirá dando expediente no Brasil. O diretor financeiro para a América Latina, o francês Bernard Fonteneau, também continua trabalhando no País. Kroeff, por sua vez, deixará o posto de presidente da 141 Soho Square para a América Latina para se concentrar no comando da Grey 141.
“Apesar da fusão, as duas bandeiras continuarão fazendo parte de suas respectivas redes. Conseguimos um modelo que consolida as operações brasileiras, sem que a 141 ou a Grey deixem de ter sua representação no Brasil, um mercado prioritário hoje para todas as rede globais”, frisa Kroeff, assegurando que nenhuma das marcas será engolida pela outra no futuro da operação conjunta.
Sobre as soluções adotadas pelo WPP a fim de evitar contas conflitantes na nova agência, Kroeff conta que a decisão de repassar o atendimento de Pantene (P&G) para a nova New Energy, integrante do Grupo Newcomm, a fim de evitar o conflito com a Avon, atendida pela 141, já havia sido tomada antes de seu nome ser confirmado na presidência da Grey 141. “Pantene é uma marca atendida mundialmente pela Grey. Quero acreditar que sua saída dessa nova operação seja apenas uma quarentena”, torce, deixando clara a ambição de no futuro recuperar o cliente: “Sinceramente não vejo conflito no novo modelo de agência que lançamos”.
Kroeff conta que a adoção de um sistema horizontal permitirá que as quatro operações tenham relativa autonomia, assim como seus respectivos diretores-executivos: André Gomes (Grey), Letícia Meira (141 Soho Square), Ivana Colombo (141 Brasília) e Tomás Alcaide (141 Newport). Destes, no entanto, Alcaide é o único que também é sócio da operação que dirige.
Na área de mídia seguem como diretores Viviana Maurman (Grey), Nancy Raimundo (141 Soho Square), Mavi Paiva (141 Brasília) e Maria Luisa Melo (Newport).
Sumara Osório assume a direção geral de planejamento estratégico, enquanto Glória Domenech será a diretora de operações comerciais, únicas posições unificadas para toda Grey 141. Essa divisão, segundo Kroeff, permitiu que a fusão transcorresse sem demissões: “Diferente do que seria no modelo vertical”, ressalva.
O ranking Agências & Anunciantes relativo a 2010 mostra a 141 Soho Square em 20º lugar, com faturamento de compra de mídia de R$ 328 milhões, e a Grey em 31º, com R$ 163 milhões.
Somadas, elas apareceriam em 13º, mas é preciso considerar que esta conta inclui o faturamento de Secom – contrato se encerra em março – e Marabraz, recentemente perdida para a Fischer & Friends. A posição, no entanto, ainda não satisfaz as ambições de Martin Sorrell, presidente do grupo WPP, que espera nos próximos anos ver a Grey 141 ao lado do trio Y&R, JWT e Ogilvy entre as dez maiores do mercado brasileiro.
Os principais clientes da nova operação são: Casa&Vídeo, Senac Rio, 3M, Hipoglós (P&G), Mercedes-Benz, Hasbro, Glaxo, GSK e HBO Brasil, da unidade Grey; Avon, Zurich Seguros, Vipal Pneus, Barbacoa, Abril Colecionáveis, Bull Motors, Restaurante América, WWF e Revista Máxxima, da unidade 141 Soho Square; Ministério do Turismo (141 Brasília); e Etna, Vivara, C&C, Casa&Móvel, Macro Atacadista, Lustres Yamamura e Joy Construtora (141 Newport).
Com os últimos 32 anos de sua carreira dedicados a empresas do WPP, Kroeff tem o perfil do executivo local desejado por Sorrell para comandar a esperada arrancada da Grey no Brasil. Com passagens pela Ogilvy em Porto Alegre, no Rio Janeiro e em São Paulo como vice-presidente executivo, Kroeff também atuou na Denison e ajudou a criar a 141 Soho Square Latina, que nasceu ligada à rede Ogilvy.
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