Incertezas atrapalham diz Ronaldo sobre Copa
Comissão de grandes eventos foca discussões na Copa do Mundo; profissionais de marketing promocional reclamam de desvio do assunto
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Felipe Turlao
28 de maio de 2012 - 8h57
A proposta da Comissão de Grandes Eventos, que pretende analisar os desafios e oportunidades da Copa do Mundo e Jogos Olímpicos, é a criação de um manual de compliance, que visa reduzir problemas históricos do setor de marketing promocional. Apesar de aprovado por unanimidade, ele ficou em segundo plano na apresentação da comissão. As atenções foram todas para Ronaldo Nazário, sócio da 9ine e presidente do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo de 2014.
Apesar de se dizer otimista com a realização da Copa do Mundo, ele demonstrou alguma apreensão quando o assunto foram as obras para o evento. "Existe uma onda negativa de notícias sobre a Copa. Mas isso só vai mudar com o tempo, com as obras entregues e cumprimento das promessas dos governos, que nos prometeram entregar todos os projetos de infraestrutura a tempo", afirmou o ex-jogador. "Essas incertezas atrapalham. Mas vejo com esperança essa questão e acredito que tudo vai dar certo, até porque o Brasil nunca falhou em grandes eventos", completou.
Ronaldo alertou também para a necessidade de que os estádios tragam um legado para o povo. Citando os estádios de Brasília e Cuiabá, ele afirmou que, por não possuírem um time de grande repercussão, que atue pela primeira divisão do Campeonato Brasileiro, esses locais precisam encontrar espaço com shows e outros eventos para se pagarem. Ele citou o exemplo trazido por Madalena Torres, executiva do Banco Espírito Santo e que participou da organização da Eurocopa em Portugal, em 2004. Segundo ela, duas cidades tiveram sérios problemas para rentabilizar suas arenas e estão em situação financeira complicada.
E, em momento bem humorado após questionado sobre sua vida como publicitário, Ronaldo afirmou: "Eu trabalho muito mais do que antes e ganho muito menos. Mas é melhor pouco do que nada", divertiu-se. "Meu dia-a-dia é cansativo, nunca fui acostumado com escritórios. Mas estou aprendendo na 9ine." Ele ainda falou sobre seu envolvimento com o Comitê local e rechaçou relações com Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF. "Eu entrei para o COL, e não para a CBF. Estou associado com a Copa, com o povo brasileiro", analisou.
Oportunidades para marcas
A comissão liderada por José Victor Oliva também teve participação de Marcelo Campos Pinto, diretor da Globo Esportes, que falou sobre as oportunidades para as marcas durante a Copa. Embora as rígidas regras da Fifa coloquem seus patrocinadores como grandes beneficiados, Pinto alertou para outras possibilidades. "Nas fãs fests, por exemplo, marcas que não concorram com patrocinadores oficiais podem apoiar as 12 fãs fests que ocorrerão nas sedes da Copa", lembra. Outra oportunidade, diz, está nas centenas e até milhares de exibições públicas que ocorrerão no País. Ele estendeu a análise a todo o futebol brasileiro e lembrou que os clubes brasileiros poderão se beneficiar da construção de arenas em todo o País. "Os estádios atuais são dos anos 50 e voltados para a classe C, que gasta R$ 22 em média. Os novos serão voltados para o público AB e terão ingressos mais caros, além de maior possibilidade de atuação das marcas", analisa.
O assessor jurídico da Ampro, Paulo Focaccia, completou a análise sobre as oportunidades do evento, mostrando os limites do chamado marketing de emboscada na Copa do Mundo e citando cases famosos como da cerveja holandesa que levou dezenas de garotas trajadas de laranja para a Copa, que é patrocinada pela Budweiser.
Fuga do foco
Ao final da apresentação, que teve a aprovação da tese de criação do manual de compliance, profissionais de marketing promocional se demonstraram descontentes com os rumos do evento. "Não falamos do principal, que era o manual. O evento acabou focando no tema Copa do Mundo e deixou de lado a discussão sobre as oportunidades do mercado de marketing promocional", afirmou Kito Mansano, presidente da Ampro, que ganhou eco na opinião de Marcelo Lenhard, sócio diretor da Hands.
O teor do manual será discutido nos próximos meses. Em maio de 2013, o setor de marketing promocional terá o seu próprio congresso para discutir os rumos do mercado. A comissão teve ainda participação de Elza Tsumori, ex-presidente da Ampro.
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