Flag Handover supera expectativas
Cerimônia que transformou o Rio em sede olímpica teve repercussão positiva na imprensa e nas mídias sociais
Cerimônia que transformou o Rio em sede olímpica teve repercussão positiva na imprensa e nas mídias sociais
Teresa Levin
13 de agosto de 2012 - 5h04
Nada de biquínis nem mulatas esculturais, imagem batida quando o assunto é Brasil. E nem samba por todos os lados. A cerimônia da flag handover, a passagem da bandeira olímpica de Londres para o Rio de Janeiro, realizada no último domingo, 12, durante o encerramento dos jogos, foi marcada por uma mistura rítmica que ilustrou a cultura brasileira.
Foram oito minutos que tiveram como principal protagonista um inesperado Renato Sorriso, o gari que ganhou fama por sua simpatia contagiante, sempre sambando, após os desfiles no sambódromo carioca.
A seleção musical foi de Villa-Lobos a Wilson Simonal e Gilberto Gil, passando por Chico Science e Nação Zumbi. Os intérpretes: Marisa Monte, Seu Jorge e B Negão. Para completar o time, a top model Alessandra Ambrósio, os medalhistas olímpicos Robert Scheidt e Maurren Magi, e, fechando com o maior ídolo brasileiro, Pelé, a grande surpresa final da apresentação, dirigida por Cao Hamburguer e Daniela Thomas, com direção geral de Abel Gomes.
O espetáculo que ocupou o centro do estádio londrino foi produzido pelo Consórcio Cerimônias Cariocas, que inclui a brasileira SRCOM e a italiana Film Master Group. A repercussão desta emblemática apresentação virou pura felicidade para os produtores.
“Fizemos um pouco de história. A repercussão de toda imprensa no Brasil, de nossos amigos, e também nas mídias sociais foi super bacana. A recepção foi positiva e isto é histórico nos Jogos Olímpicos”, conta Flavio Machado, sócio-diretor da SRCOM.
Ele explica que esta é uma cerimônia que usualmente sofre críticas no país retratado. “Isso é comum porque são apenas oito minutos para falar da cultura de um país e de uma cidade. É um tempo curto, é muito difícil conseguir colocar tudo ali. Tem que focar poucos assuntos e acho que conseguimos chegar a uma historinha muito feliz”, observa.
Machado ressalta que os diretores escolhidos foram fantásticos desde o primeiro momento. “Juntamos a capacidade deles criativa e narrativa, com a nossa experiência de espetáculos de grande porte e foi um casamento perfeito”, avalia. O parceiro italiano da SRCOM no Consórcio já tinha experiência nos Jogos Olímpicos e tinha ficado a frente desta cerimônia quanto Turim foi apresentada em Salt Lake City.
Generosidade inglesa
Usualmente as cerimônias de flag handover acontecem em um canto do estádio no qual é realizado o encerramento das Olimpíadas, mas não foi assim em Londres. “Os ingleses foram muito bacanas e generosos com a gente e nos deixaram fazer a cerimônia no meio do estádio. A festa era deles, éramos quase intrusos, dependíamos deles em tudo. Existia uma série de limitações porque a prioridade era deles, é claro, do mesmo jeito que será nossa em 2016. Mas eles foram generosos em nos deixar usar o palco principal, e o que foi tecnicamente viável. Isso facilitou nossa vida”, conta.
Os produtores das cerimônias ligadas a Rio 2016 continuam em Londres, agora preparando a flag handover dos Jogos Paralímpicos. O espetáculo será no dia 9 de setembro. A direção também é assinada por Cao Hamburguer e Daniela Thomas, com direção geral de Abel Gomes.
Cerimônias no Brasil
Sobre a escolha do diretor ou dos diretores que ficarão a frente da abertura e do encerramento dos Jogos Rio 2016, Machado disse que ainda não há nada definido. Logo após o término dos Jogos Paralímpicos de Londres, o consórcio Cerimônias Cariocas se juntará ao Comitê Organizador dos Jogos do Rio para definir um briefing e chegar ao formato que será usado aqui.
“O Brasil é um país super multicultural e a saída mais natural é termos múltiplos diretores de segmento, com uma supervisão geral criativa. Não acredito que tenhamos um único diretor como Londres teve Danny Boyle. O Brasil é muito rico para ficarmos com apenas um nome”, conclui.
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