Abap atinge 1 milhão na discussão sobre publicidade infantil
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Felipe Turlao
31 de agosto de 2012 - 10h28
De Gramado/RS *
A discussão em torno da publicidade infantil está quente na web, ao mesmo tempo em que tramita na Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara o projeto de lei 5921/01 que pode proibir qualquer tipo de publicidade para este segmento da população. Por muitos anos, o discurso dominante em cima do tema era favorável à implementação do projeto.
Mas, há seis meses, a Associação Brasileira das Agências de Pubicidade (Abap) decidiu entrar na conversa, lançando a plataforma de comunicação Somos Todos Responsáveis, em março.
O principal argumento é que a publicidade faz parte da vida e que simplesmente proibi-la está longe de ser a melhor saída para reduzir os problemas. Outro argumento defendido é que a publicidade tem seu mecanismo de autoregulamentação. Um levantamento do Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar), ainda não divulgado oficialmente, aponta que de 500 mil campanhas veiculadas entre setembro de 2006 a maio de 2012 na publicidade brasileira, somente 298 geraram abertura de casos de publicidade infantil, e 186 acabaram retirados do ar. O número é considerado muito baixo pelo conselho.
A ação Somos Todos Responsáveis já tem seus resultados. "A principal mudança é que foi estabelecido um debate, o que antes simplesmente não ocorria", aponta Alexandre Secco, presidente da Medialogue, empresa contratada pela Abap para criar e monitorar a plataforma. Segundo ele, antes da campanha, cerca de 90% das menções ao tema eram negativas à bandeira da entidade. No estudo inicial, ele pesquisou uma base de 12 mil conteúdos na mídia e em 110 blogs com audiência relevante. Secco
Segundo Secco, cerca de 1 milhão de pessoas foram atingidas em todo o Brasil pelas mensagens do Somos Todos Responsáveis, e isso em um ambiente de 2 milhões de pessoas que estão engajadas de alguma forma neste debate.
Além disso, a página de Facebook do movimento teve 9,8 mil "likes" e 4 mil ações, entre compartilhamentos e comentários. Ainda não é possível mensurar a variação de opiniões em favor da Abap, já que ainda não há uma pesquisa sobre isso. "Mas é nítido que há muito mais opiniões positivas, com 150 menções espontâneas de tom favorável na mídia. Já houve, por exemplo, um editorial na Folha de S. Paulo, que tinha posição negativa, com tom favorável à bandeira da Abap.", afirma Secco.
O projeto de lei, caso passe pela comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação e Informática, partiria para a Comissão de Constituição e Justiça, onde seria discutira a pertinência constitucional do PL. Somente então, seguiria para a plenária da Câmara, para entrar em votação.
O projeto Somos Todos Responsáveis é um dos temas em discussão na primeira Reunião Nacional da Abap realizada após o V Congresso Nacional da Indústria da Comunicação. O evento ocorre nesta sexta-feira, 31, em Gramado/RS.
* O repórter viajou à convite da Abap
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