Cannes Chimera julga concorrentes de 2012

Meio & Mensagem
3 de outubro de 2013 - 12h29

(*) Por Philippe Degen

PRIMEIRO DIA
Olá, falo diretamente de 4 horas no passado, já em Seattle. Foram 17 horas de voo, mas como todo paulista, estou acostumado a ficar sentado por horas para me descolar do ponto A ao ponto B.

Na quarta 2 tive algumas horas para conhecer a cidade. Tive sorte porque é época de chuvas e está um solzinho aqui, bem meia boca, mas dá pro gasto.

Como o mar gelado do Pacífico é ótimo para frutos do mar, fui almoçar no Pike Farmers Market, onde é possível comer King Crab, o tal caranguejo daquela série Pesca Mortal do Discovery, por 8 dólares.

No fim do dia, um jantar para os Chimera Members se conhecerem melhor. Estava olhando a Bio dos caras. Só tem topo de ficha técnica. E não é qualquer ficha, é ficha de Grand Prix em Cannes. Por aí dá pra ter uma idéia.

Bom, talvez eu não tenha a mesma experiência que esses caras, diretores mundiais de criação de agências americanas e européias, mas acho que posso agregar algo.

Este Workshop é sobre amadurecer ideias para um mundo melhor. Quase todas ideias, voltadas para ajudar os países em desenvolvimento. E acho que posso trazer uma visão de quem realmente mora lá. Além de já ter viajado por países da África, Oriente Médio, Ásia, América do Sul e Central. Sei lá, vamos ver se cola. É o que temos. 🙂

PS: para vocês sentirem o drama, aqui vai o link com a bio da galera.

SEGUNDO DIA
A-ha! Descobri o que é Chimera. O nome vem do Grego, um Deus que é a junção de uma cabra, uma cobra e um leão. Sim, é uma viagem de ácido mesmo. Mas o que a coordenação de Cannes queria passar, é que este Chimera, seria uma super agência, composta por grandes criativos, com cabeças completamente diferentes, de várias partes do mundo.

Todos, selecionados por terem ganhado um Grand Prix. O papel desta super agência, é direcionar e aprimorar ideias para um mundo melhor. Estas ideias, qualquer um pode mandar. Basta preencher uma folha com algumas perguntas e mandar por email. Aqui 9 foram selecionadas. E no final, uma delas vai ser escolhida para ganhar um milhão de dólares. Bacana, né? Aliás, o Brasil, que é o segundo em inscrições em Cannes, deveria inscrever mais ideias no Chimera. Somos apenas o oitavo aqui.

Hoje o dia começou com os criativos, se apresentando e contando um pouco do Grand Prix. Mas como para os grantees, ou beneficiados, um Grand Prix em Cannes e um Dolly Uva tem o mesmo peso, o Philip Thomas, CEO de Cannes, falou um pouco sobre o significado de um prêmio assim. Segundo os dados, das 35 mil peças inscritas no festival, só 16 ganham o GP.

Depois, os grantees apresentaram suas idéias. Fizemos uma sessão de perguntas. E aí, em seguida, fizemos sessões de brainstorm onde uma dupla de criativos conversava com uma equipe de grantees por algumas horas. Foram 3 sessões dessas. 

O curioso foi que no meio disso tudo, comecei a falar para os caras sobre a importância de um nome pegajoso para uma ideia. E que a explicação da ideia deveria caber numa linha. Meu dupla criativo adorou meu comentário, e reforçou isso para o resto deles. Só depois me dei conta que o meu dupla era o Rob Reilly, worldwide chief creative officer da Crispin Porter + Bogusky. E que na verdade, eu é que aprendi isso com ele, lendo aquele pdf da CPB que rodou a internet, lembra? Pois é, foi ele que fez. Agora deixa eu dormir.

(*) Philippe Degen é diretor de criação da Talent, primeiro brasileiro a participar do processo de decisão do Cannes Chimera e escreve como colaborador para o Meio & Mensagem

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