Mudar o mundo requer engajamento
Cannes Chimera ajuda ideias a ficarem mais leves e simpáticas: deixaram de apontar o dedo e fazer drama com os problemas do planeta, e ficaram muito mais convidativas
Cannes Chimera ajuda ideias a ficarem mais leves e simpáticas: deixaram de apontar o dedo e fazer drama com os problemas do planeta, e ficaram muito mais convidativas
Meio & Mensagem
7 de outubro de 2013 - 12h37
(*) Por Philippe Degen
No último dia do Chimera, fizemos mais sessões de brainstorm junto com os times de grantees. Desta vez meu dupla criativo foi Jaime Rosado, vice-presidente regional da JWT. Trabalhamos num projeto de um casal indiano. Uma ideia bem legal por sinal, de fazer uma espécie de rede social através do telefone, a fim de pressionar o governo, já que na Índia, uma porcentagem ínfima de pessoas tem acesso à internet.
A segunda sessão de brainstorm foi para um projeto de coleta de lixo na África. Desta vez, meu dupla foi Patrick Kampmann, diretor de criação da Volontaire na Suécia. Até que não foi um grande desafio, uma vez que este projeto do Quênia já tinha recebido insights poderosos do Ted Royer, diretor de criação executivo da Droga5, e do Nick Law, CCO Global da R/GA. Aí fica fácil, né?
Fiz uma última sessão de brainstorm para um projeto no qual pequenos negócios usariam sua geolocalização para divulgar projetos sociais na África. Mas o interessante mesmo, foi que esta ideia pertence a uma dupla de criativos da Serviceplan de Hamburgo.
Claro, já é tendência campanhas politicamente corretas, então por que não usar nossa criatividade para isso? Ao invés de criar para uma ação social, criar uma ação social. De novo, é muito fácil se inscrever. Basta preencher uma folha com sua ideia. No final, todos os times de grantees reapresentaram suas big ideas. Aí me caiu a ficha. Nós, criativos, sabemos como lapidar uma ideia até ela parecer simples e sexy. E foi isso que fizemos em todos os projetos. Todas as ideias tinham insights bacanas, mas às vezes, eles estavam perdidos lá no meio de tanta informação.
Depois de várias sessões de estica e puxa, os projetos foram ganhando forma através da direção criativa dessa super agência chamada Chimera. Essas ideias que podem mudar o mundo ficaram mais leves e simpáticas. Deixaram de apontar o dedo e fazer drama para os problemas do planeta. E ficaram muito mais convidativas. A fim de engajar mais pessoas.
Tá bom, nós publicitários vendemos cigarros, bebidas e políticos, mas de vez em quando, como foi aqui, compensamos ajudando a fazer um mundo melhor. Olha aí, Cannes Chimera pode ser o nosso crédito carbono. Fica a dica.
(*) Philippe Degen é diretor de criação da Talent, primeiro brasileiro a participar do processo de decisão do Cannes Chimera e escreve como colaborador para o Meio & Mensagem
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