Não havia plano B para humilhação
Na TV, campanhas publicitárias não contavam com o surpreendente 7 a 1 diante da Alemanha
Na TV, campanhas publicitárias não contavam com o surpreendente 7 a 1 diante da Alemanha
Alexandre Zaghi Lemos
8 de julho de 2014 - 7h53
Já no intervalo do jogo, com o Brasil perdendo de 5 a 0 para a Alemanha, sites estampavam a palavra “humilhação” para descrever o impacto do resultado na torcida brasileira. E, por mais que as marcas tivessem preparado alternativas para uma eventual derrota da Seleção Brasileira, não havia plano B para a humilhação.
Nesta Copa, as regras para veiculação de comerciais na TV, especialmente na Rede Globo, foram flexibilizadas. Se antes era exigido um intervalo grande entre a entrega do material e a veiculação, esse ano o prazo foi encurtado. E as agências e anunciantes foram encorajados a enviarem à emissora comerciais alternativos. Inicialmente, o medo era de manifestações que pudessem tirar o brilho da Copa e afetar algumas marcas. Como elas não ocorreram, o plano B passou a ser usado após a primeira fase da Copa, especialmente nos dias de jogos do Brasil, para o caso de insucesso da Seleção. O que acabou ocorrendo nessa terça-feira 8.
É evidente que motes como o “mostra a sua força Brasil”, eficientemente propagado pelo Itaú durante toda a Copa (e substituído na noite desta terça por um filme sobre acesso ao banco pelo celular), perdem efeito após a arrasadora derrota por 7 a 1 para a Alemanha, e frente às manchetes de “vexame” mundo afora. O mesmo vale para filmes que exploram a rivalidade histórica entre Brasil e Argentina, como o de Skol – afinal, os nossos vizinhos ainda têm chance de ir à final. Mas esse comercial continuava em veiculação na noite de terça.
Boa parte das marcas atreladas à Copa, à Seleção ou ao futebol passou a usar a possibilidade de plano B a partir das oitavas de final, enviando a emissoras dois filmes: um para o caso de vitória e outro para derrota da Seleção Brasileira. Anunciantes e agências mais cautelosos preferiram recorrer a filmes “genéricos”, sem menção à Copa, como plano B – como foi o caso do Itaú.
Entretanto, foram inevitáveis, mesmo meia hora depois do final da partida, a veiculação de comerciais como o da Johnson & Johnson na Globo, mostrando comemoração da torcida brasileira ao som de “Deixa Isso Pra Lá”. Na Globo e no SporTV, o filme da Claro de apoio à Seleção Brasileira após o desfalque de Neymar, por exemplo, ainda podia ser visto duas horas depois do fim do jogo.
O inusitado e a perplexidade foram maiores que qualquer planejamento que conseguisse responder ao sentimento dos telespectadores naquele momento. A saída mais rápida para a reação dos anunciantes foi pelas redes sociais, mesmo assim, poucos se manifestaram de imediato. A Visa foi uma das primeiras marcas intimamente ligadas à Copa a se posicionar, no Twitter: “Amanhã é quarta-feira de cinzas. #SemPalavras #AquiéCopa”. O McDonald´s também usou o microblog: “Aquele sentimento de quando você já comeu todas as McFritas mas ainda tem molho barbecue. :(“. O mesmo fez a Oi, tentando encontrar um viés positivo: “Foco, Brasil. Lembra que ainda podemos ganhar da Argentina”.
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