Padrão do site
6 de novembro de 2014 - 10h18
Às vésperas de lançar o Galaxy Note 4, a Samsung adotou uma estratégia que mistura debate, experimentação e troca de vivências para uma nova campanha, desenvolvida pela CuboCC, que fala da tecnologia como meio de transformação da sociedade. A ação inclui um vídeo-manifesto, um minidocumentário e pílulas de conteúdo que mostram que toda pessoa pode ser um agente de mudança e romper padrões para gerar inovação. O conceito surgiu a partir de um workshop promovido na terça-feira 4 que até remete às discussões criativas do MIT Media Lab. Nesse encontro, que fez um mergulho sobre a sociedade conectada, estiveram personalidades que vão das artes à publicidade, do cinema ao empreendedorismo.
Organizado no topo de um prédio do centro de São Paulo – que oferecia uma ampla visão da cidade –, o workshop foi conduzido, por sinal, por um representante do MIT Media Lab no Brasil: o advogado Ronaldo Lemos, que esteve envolvido com a elaboração do texto básico do Marco Civil da Internet, e faz parte da bancada do programa Navegador, da GloboNews. Especialista em mídia digital, ele coordenou as discussões organizadas segundo metodologia adotada pela Mesa & Cadeira, empresa da holding Flag (assim como a CuboCC). As atividades ocuparam dois períodos inteiros da disputada agenda de referências como o cineasta Bruno Barreto, o apresentador Felipe Andreoli, a escritora Fernanda Young, o ator Lázaro Ramos, o fotógrafo e artista plástico Flavio Samelo, a fundadora do YouPix Bia Granja, o criador do 99 Táxis Renato Freitas e o publicitário Nizan Guanaes, sócio do Grupo ABC. Em um processo dinâmico e intenso, eles debateram a tecnologia, o mundo em mutação, a inovação, o talento e a criatividade.
Desobediência
O convívio dessas pessoas, a troca de experiências e impressões, a experimentação dos novos dispositivos e alguns exercícios feitos em grupo geraram um texto que virou um vídeo-manifesto produzido no mesmo dia e que será levado ao ar, nos canais da Samsung na internet, em 17 de novembro. Entre as conclusões do encontro estão “a tecnologia potencializa as vocações e o artista em cada um. Quanto melhor formos como pessoas, melhor será o uso que faremos dela” e “a tensão entre obediência e desobediência é um dos temas centrais da vida contemporânea” (leia o manifesto completo mais abaixo).
De fato, a importância da desobediência foi um dos pontos de destaque do workshop, como observou Lázaro Ramos. “É preciso descobrir coisas novas”, disse à reportagem de Meio & Mensagem já no final do encontro. Bruno Barreto reforçou esse aspecto, ponderando que não pode haver ordem o tempo inteiro. Uma certa intransigência é necessária à criatividade e à inovação. O consenso do grupo é que o homem melhora a tecnologia, que, por sua vez, melhora o homem. “A tecnologia é filha do homem. Não é filha do plástico. Não devemos temê-la”, argumentou Nizan Guanaes.
Na noite daquela mesma terça-feira, poucas horas depois de o workshop ter terminado, o vídeo foi exibido em um evento de lançamento dos produtos para convidados da empresa e jornalistas. Foram apresentados o Galaxy Note 4, o smartwatch Gear S, os fones Gear Circle e o Gear VR, um dispositivo de realidade virtual (feito em parceria com a fabricante do Oculus Rift) que faz o usuário viajar pelas possibilidades do conteúdo móvel. No evento, Ronaldo Lemos fez uma rápida palestra, que abordou internet das coisas, os aplicativos que ajudam a melhorar a vida nas cidades (como o Waze), novos padrões de comportamento (caso do compartilhamento de casas e carros), o uso de drones e os debates em torno de democracia que a internet intensificou.
Confira aqui o texto do vídeo-manifesto:
“Vivemos em um mundo mais criativo. Temos ferramentas de expressão cada vez mais poderosas e disseminadas. O smartphone tornou-se um meio não só de consumo mas também de produção. Ele é nossa principal tela, pois é com ela que mais convivemos.
A tecnologia potencializa as vocações e o artista em cada um. Quanto melhor formos como pessoas, melhor será o uso que faremos dela.
Aparelhos como os smartphones e outros dispositivos que nos fazem conectados produzem efeitos para muito além do indivíduo. Trazem novas soluções e melhorias para velhos problemas.
Produtos como os que tivemos a oportunidade de experimentar neste projeto ampliam nossos sentidos. São hoje uma outra forma de estar no mundo. Há também desafios. Novas plataformas e inovações geram a reorganização do mundo. Isso pode ser remédio mas também veneno, o que é um chamado à ação para cada um de nós.
Acreditamos que a tensão entre obediência e desobediência é um dos temas centrais da vida contemporânea. Nossa visão é otimista. Confiamos que nossos talentos e paixões nos farão chegar mais longe. Confiamos no humano. Todo humano é um agente de mudança.”