Assinar

Ex-executivo da Borghi depõe contra agência

Buscar

Ex-executivo da Borghi depõe contra agência

Buscar
Publicidade
Comunicação

Ex-executivo da Borghi depõe contra agência

Ricardo Hoffman, preso na operação Lava Jato, afirmou à PF que comissões foram repassadas às empresas LSI e Limiar, dos irmãos Vargas, por determinação do presidente da agência, José Henrique Borghi. O sócio da Borghi/Lowe defende-se, alegando que nunca teve contato com o ex-deputado


15 de abril de 2015 - 10h34

Preso na sexta-feira 10 pela Polícia Federal na 11ª fase da Operação Lava Jato, chamada de “A Origem”, Ricardo Hoffman, ex-vice-presidente da Borghi/ Lowe em Brasília, prestou depoimento na segunda-feira 13, afirmando que o presidente da agência, José Henrique Borghi, determinou “de forma excepcional” o repasse de comissões para as empresas LSI Solução e Limiar Assessoria e Consultoria em Comunicação, do ex-deputado federal André Vargas e seus irmãos.

O documento que traz o depoimento de Hoffman, divulgado pelo jornal O Estado de S. Paulo nesta quarta-feira, 15, aponta que o publicitário foi procurado pelo ex-deputado por ter interesse em atuar no mercado publicitário do Paraná. A parceria, nas palavras de Hoffman, foi levada à cúpula da Borghi/Lowe, que concordou com proposta. No depoimento, o ex-executivo da agência diz que “a decisão de ceder os créditos dos fornecedores às empresas LSI e Limiar foi de José Borgui” (sic). Esses fornecedores, cujos créditos foram repassados, são E-noise, Attak (identificada como “Luiz Portela” no processo), Conspiração, Sagaz e Zulu Filmes. As negociações feitas com as empresas dos Vargas, conforme o documento, tiveram como perspectiva a conquista de clientes privados no Paraná, o que, de acordo com o depoente, não se cumpriu.

Segundo Hoffman, “somente nestes casos (a agência) procedeu à utilização do crédito de fornecedores”. O publicitário informou à PF que à agência foi reservado o montante de R$ 100 milhões no atendimento da conta da Caixa (saíram vencedoras da concorrência quatro agências: Borghi/Lowe, Artplan, Heads e Nova/SB). E que no contrato com o Ministério da Saúde a verba que coube à Borghi/Lowe foi de R$ 18 milhões. Também atendem o órgão as agências Agnelo Pacheco, Calia/Y2 e Propeg.

Borghi e Interpublic

Por meio de comunicado, José Henrique Borghi se defendeu, negando ter tido contato com o ex-deputado André Vargas ou com qualquer pessoa envolvida em seus negócios. Ele se colocou à disposição para esclarecimentos de qualquer ponto na investigação. Leia o documento na íntegra abaixo:

"Tomei conhecimento pela imprensa sobre as declarações do ex-funcionário Ricardo Hoffmann feito à Polícia Federal em que cita meu suposto envolvimento em negociações feitas por ele com o ex-deputado André Vargas ou suas empresas. Em relação a este fato informo que:

– nunca conheci ou tive contato com o ex-deputado ou qualquer pessoa ligada a seus negócios;
– possuo 32 anos de vida profissional, atuando no mercado criativo da publicidade de forma ética, sendo reconhecido por campanhas vencedoras para empresas diversas nacional e globalmente.
"

O grupo Interpublic também divulgou nota com seu posicionamento em relação ao caso. "Como resultado de sua própria investigação, o Interpublic adotou uma série de ações disciplinares em relação a esse assunto. Vamos tomar medidas adicionais, conforme necessário, para resolver totalmente essa questão. Estamos trabalhando em conjunto com a nossa agência local, que cooperando ativamente com as autoridades brasileiras."

Mais um depoimento

Também foi ouvida pela Polícia Federal a ex-gerente de operações da agência Mônica Cunha. No depoimento, prestado na sexta-feira 10, ela afirmou que se aposentou em junho de 2014, mas que até maio do ano passado trabalhava na Borghi/Lowe. Ela disse não ter informações da participação das empresas LSI e Limiar em subcontratações no atendimento das contas da Caixa e do Ministério da Saúde. Mônica contou que fez repasse de notas para a LSI, mas não se recorda da Limiar. A ordem era dada por Hoffman, seu chefe direto. Num trecho do documento, ela declarou que “quem sabe dizer porque o pagamento do serviço efetivamente prestado por essas três empresas (no caso, Conspiração, Sagaz e Zulu) vertiam em favor da LSI e da Limiar é Ricardo Hoffman”. São citadas também na investigação as produtoras E-noise e Attak (leia "Justiça quebra sigilo da Borghi e fornecedoras"). Mônica informou ainda que Hoffman jamais explicou porque deveria fazer repasses de notas fiscais de uma empresa para outra.

Caixa suspende contrato

Na noite da sexta-feira 10, o Ministério da Saúde havia decidido suspender pagamentos à Borghi/Lowe. A Caixa decidiu fazer o mesmo. Em comunicado, a instituição afirma que “nos relatórios da Polícia Federal e do Ministério Público, que deram embasamento à operação A Origem, não houve nenhuma indicação de prática de irregularidades pela Caixa ou por seus empregados. Preventivamente, no entanto, (…) já abriu apuração interna”. A comissão constituída para esse fim tem o prazo de 30 dias para a realização dos trabalhos.

O comunicado revelou também que desde a sexta-feira 10 todos os pagamentos de serviços prestados pela Borghi/Lowe estão suspensos e não estão autorizados novos serviços até que sejam concluídas as investigações.

wraps

Publicidade

Compartilhe

Veja também

  • Agências de live criam parceria para TikTok Shop no Brasil

    Agências de live criam parceria para TikTok Shop no Brasil

    Plataforma de vendas ainda não tem uma data confirmada para desembarcar no País, mas mercado prepara estrutura

  • Com Eriberto Leão, “sósia” de Joel, Jeep promove The Last of Us

    Com Eriberto Leão, “sósia” de Joel, Jeep promove The Last of Us

    Eriberto Leão foi o escolhido para protagonizar a campanha da Jeep para promover a segunda temporada da produção original da HBO