Quando virá o próximo GP de Cannes?

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Quando virá o próximo GP de Cannes?

Fabio Fernandes debate no Festival do Clube de Criação as razões da conquista inédita em Film para a publicidade brasileira e opina: ?o próximo vai ser muito mais fácil e não vai demorar tanto?


21 de setembro de 2015 - 2h19

As razões que motivaram a conquista do primeiro Grand Prix de Film pela publicidade brasileira no Festival Internacional de Criatividade de Cannes deste ano e o que o mercado pode fazer para que o próximo não demore tanto. Este foi o tema de um dos debates realizados neste fim de semana no Festival do Clube de Criação, que termina nesta segunda-feira, dia 21, na Cinemateca Brasileira, em São Paulo.

Para Fabio Fernandes, presidente da F/Nazca S&S, agência que criou o filme “100” para Leica, vencedor do Grand Prix de Film de 2015, “o próximo vai ser muito mais fácil e não vai demorar tanto”. Ele ponderou que, na verdade, a publicidade brasileira não levou 62 anos para conquistar o Grand Prix de Film em Cannes, concedido desde 1953. “De fato, o Brasil tem chance de disputar esse prêmio há pouco tempo. Existe uma excelência de produção que não existia no passado”, ponderou. “Ganhamos porque chegamos a um patamar de criação e produção internacional”, concordou Rodrigo Saavedra, sócio e diretor da Landia.

Apesar de dizer que o próximo não vai demorar tanto, Fernandes também acredita que não virá tão rápido: “Dificilmente o próximo virá no ano que vem, até por razões políticas do festival. Então, se você tiver uma boa ideia, não apresente no ano que vem”, recomendou, divertindo-se.

Para o presidente da F/Nazca, a construção de um Grand Prix começa muito antes, com a cultura da agência: “Onde tem menos estupro tem mais riqueza”. A sua peculiar receita para se chegar a um filme ou qualquer outro trabalho de excelência, capaz de concorrer a prêmios importantes como o Grand Prix de Cannes, passa por: “ter todos os agentes importantes envolvidos focados, quem não sabe bem o que está fazendo rezando e os medíocres bem distraídos”. “O problema é quando alguém distraído acorda no meio do processo”, reconheceu.

Ele critica o complicado processo que dificulta o tramite para que a “ideia puro sangue chegue à reta final”. “As agências estão focadas em fazer dinheiro”, observou. Saavedra concordou exemplificando com o caso real do comercial “Gorilla”, vencedor do Grand Prix de Film em Cannes em 2008. “O filme foi feito um ano e meio antes e passou seis meses sendo gongado em grupos de pesquisa”, disse.

“Do roteiro até o filme tem uma distância brutal, passando pela tragédia do animatics”, Fernando Nobre, atual diretor da Barry Company, que foi o representante do Brasil no júri de Film de 2015 no Festival de Cannes, ainda quando respondia como vice-presidente de criação da Mullen Lowe.

Outro ponto importante é o envolvimento da produtora. “O diretor sênior tem que vestir a ideia”, acrescentou Caíto Ortiz, diretor da Prodigo. Para ele, o grande desafio da publicidade brasileira é conquista o próximo Grand Prix de Film com um cliente global forte.

“Quanto mais resistentes, intransigentes e inconformados formos, estaremos estimulando todo mundo do mercado a perseguir trabalhos de excelência”, disse Fernandes, considerando bem-vinda a nova safra de agências que estão chegando ao Brasil. “Os melhores diretores e as melhores agências têm grande responsabilidade. Quem está em berço de ouro tem que entregar pelo menos 50% dos trabalhos muito bons. Senão a média do mercado não alcançará o 1% de excelência em tudo o que é veiculado na mídia”, contabilizou.

Fernando Campos, sócio da Santa Clara e presidente do CCSP, disse que as agências têm feito menos do que deveriam para convencer os clientes colocarem no ar trabalhos de excelência criativa e de produção. E acrescentou que, agora, o nível de comparação é mais exigente: “Quando a gente tinha 16 anos, comparávamos propaganda brasileira com propaganda brasileira. Não havia outras referências. Agora, o filme brasileiro roda no mesmo espaço que as campanhas globais”.

O Festival do Clube de Criação termina na noite desta segunda-feira, dia 21, com a cerimônia de premiação do 40º Anuário do Clube de Criação, que acontecerá a partir das 20hs, na Cinemateca Brasileira, em São Paulo.

 

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