Warner reforça adesão à equidade de gênero
Marcos Bandeira, gerente-geral da divisão Consumer Products, fala sobre o lançamento de licenciados da DC Super Hero Girls, série com meninas protagonistas
Marcos Bandeira, gerente-geral da divisão Consumer Products, fala sobre o lançamento de licenciados da DC Super Hero Girls, série com meninas protagonistas
Luiz Gustavo Pacete
28 de julho de 2016 - 9h41
No início de 2015, uma carta publicada na internet e direcionada à DC Comics tornou-se um viral. Rowan Hansen, uma garota de 11 anos, de Illinois, nos Estados Unidos, criticou o fato de não presenciar mulheres protagonistas nas histórias de Superman e Batman. Ela pedia por heroínas. A DC não só respondeu à Rowan como criou uma personagem inspirada na garotinha. O simples gesto de uma fã de quadrinhos, no entanto, soou como um recado poderoso para a DC que, em parceria com a Warner Bros, iniciou vários estudos com o objetivo de levar a equidade de gênero para seu conteúdo. O projeto foi ganhando corpo aos poucos com a estreia da série da Supergirl, em outubro de 2015, e a aparição recente da Mulher Maravilha em Batman versus Superman.
Marcos Bandeira, gerente-geral da divisão Consumer Products da Warner Bros Brasil
Em outubro do ano passado, a Warner e a DC lançaram a DC Super Hero Girls, uma franquia que tem como protagonistas sete heroínas. Ao Meio & Mensagem, Marcos Bandeira, gerente-geral da divisão Consumer Products da Warner Bros Brasil, explica que a empresa está buscando trazer igualdade de gêneros em suas histórias e terá nesse novo conteúdo e na extensão que ele ganhará com licenciamentos a maior prova desse esforço. A série está disponível no hotsite da franquia em português. “Estamos lançando no Brasil a plataforma de licenciamentos da DC Super Hero Girls, em parceria com a Mattel, e esperamos que isso seja um marco de tudo aquilo que ainda precisamos avançar em relação ao tema”, diz Bandeira. Ele conta como foi a estratégia e o que a Warner espera para o projeto no longo prazo.
Pesquisa
A ideia de trazer mais representatividade feminina ao nosso conteúdo já vem sendo incubada pela Warner há dois anos. Detectamos que nossas marcas tinham o lado muito forte do herói. Falávamos sempre de heróis, Arrow, Flash, Batman, Superman. São produtos bem sucedidos, mas faltava a representatividade da mulher como protagonista. Neste sentido, a DC Comics sempre foi muito aberta a expandir seu universo e isso nos ajudou a entender essa mudança de comportamento dos fãs de quadrinhos e da própria sociedade. Uma menina pode continuar querendo ser uma princesa, desde que isso não seja uma regra.
Rowan Hansen escreveu uma carta pela pela representação feminina nos quadrinhos…
Representatividade
Os questionamentos internos eram de quem poderia representar essas meninas. Olhando para a realidade, de uma geração e meia pra cá, temos meninas protagonistas no futebol, no skate, que correm maratonas, no surf. Mulheres que não estão relacionadas à imagem da fragilidade, pelo contrário. E com essa leitura de mercado, mas nossas pesquisas, identificamos o caminho que seguiríamos.
…e ganhou uma heróina inspirada em si própria
Reflexo
Existe um clamor da sociedade, de um modo em geral, não é uma pressão somente para a Warner ou a DC Comics, mas pela discussão da equidade de gêneros. No mercado de trabalho já vimos como isso evoluiu e o que estamos fazendo é contribuir para mudar essa diferença gritante.
A resposta à carta
Quando a DC respondeu à carta da garotinha foram mais de 500 milhões de views. Uma repercussão enorme mostrando que finalmente alguém tinha prestado atenção e chamado a atenção para o tema.
Batgirl, Supergirl, Wonder Woman, Harley Quinn, Poison Ivy, Katana e Bumblebee
Causa e Negócio
Claro que tem dois lados aqui. A oportunidade de negócio e uma causa defendida pela marca. É uma forma de corrigir um diálogo que não ocorreu anteriormente com essa geração. É abrir a porta para uma conversa aproximada sobre o tema. E, neste momento, foi fundamental buscar parceiros que entendem desse público. No caso, a Mattel. Ela abraçou o projeto e agora será a primeira parceria. O desenvolvimento das bonecas passa por uma preocupação em todos os sentidos. Não são bonecas passivas, mas dinâmicas. Com roupas de heroínas e superpoderes. A estratégia agora para a DC Super Hero Girls em termos de licenciamento deve durar no mínimo três anos.
Menino estrela comercial da Barbie
Publicidade Infantil
Temos cuidado com as políticas locais. O que queremos desse projeto é fazer algo que seja positivo para a menina e dar para ela o sentimento de segurança. O cuidado está na estratégia de como fazer isso. A gente não vai falar com youtubers mirins. Além disso, esse conteúdo é para meninas acima de 12 anos. Mas a discussão sobre a publicidade infantil deve ser proativa. Não pode ter abusos e excessos.
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