O que o consumidor pensa sobre a Carne Fraca
Pesquisa inédita da MindMiners mostra disposição das pessoas a reduzirem o consumo de carne após operação da PF
O que o consumidor pensa sobre a Carne Fraca
BuscarApresentado por Renato Delmanto - Head de Comunicação Corporativa do Grupo Petrópolis, Carmela Borst - Cofundadora da SoulCode e Martech Academy e Fabricio Cardoso - Cofundador da SoulCode e Martech Academy.
O que o consumidor pensa sobre a Carne Fraca
BuscarPesquisa inédita da MindMiners mostra disposição das pessoas a reduzirem o consumo de carne após operação da PF
Luiz Gustavo Pacete
23 de março de 2017 - 11h22
A Operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal na última sexta-feira, 17, e que investiga práticas ilícitas de mais de vinte empresas de proteína animal, dentre elas as maiores do país: JBS e BRF, já tem impacto sobre os hábitos dos consumidores.
A pedido de Meio & Mensagem, a empresa de pesquisa digital MindMiners realizou um estudo para analisar como o consumidor está reagindo ao caso. Foram entrevistadas mil pessoas na última segunda-feira, 20. Metade dos entrevistados afirmaram que pretende diminuir o consumo de carne após a notícia das práticas envolvendo as empresas.
Do montante, 16% declararam ter jogado fora peças de carne que já haviam comprado. E 95% disseram acompanhar de perto o desdobramento do caso. As marcas que mais aparecem em uma pergunta espontânea são Friboi, Sadia, Seara e Perdigão. Em segundo plano estão as marcas institucionais JBS e BRF. Outros frigoríficos envolvidos no escândalo aparecem poucas vezes como é o caso do Peccin.
“Notícias como essas, principalmente quando tratadas de forma generalizada, geram muita insegurança nos consumidores e consequentemente impactam na reputação das marcas”, diz Daniella Bianchi, diretora da Interbrand. Para ela, quanto mais rápido as empresas esclarecerem qual é a situação e quais providências concretas estão sendo tomadas, melhor.
A pesquisa também mostra a quem os consumidores atribuíram a culpa pelo escândalo em uma pergunta de múltiplas escolhas. Cerca de 73% dos entrevistados acreditam que a corrupção entre governo e empresas é responsável pela crise. A falta de fiscalização do governo é apontada como principal motivo por 65% dos entrevistados e, em terceiro lugar, a indústria, incluindo suas principais marcas é responsável pelo caso. Um dado que chamou a atenção foi que 17% das pessoas ouvidas atribuem a culpa aos funcionários das empresas envolvidas.
A crise da carne e o efeito no consumo
Sérgio Lage, coordenador da pós-graduação de gestão da experiência do usuário da ESPM, afirma que, embora as empresas neguem irregularidades e as investigações ainda estejam em curso, elas estão sob os holofotes e viraram tema de críticas severas nas redes sociais. “Nas estratégias de gestão da marca, se uma crise na sua reputação nas mídias sociais, hoje, já traz um impacto bastante negativo e de difícil controle, imagine uma investigação encaminhada pela Polícia Federal que coloca em questão não apenas a qualidade dos produtos vendidos, mas a existência de um suposto esquema de corrupção entre fiscais do Ministério da Agricultura e grandes frigoríficos? Este é um caso singular”, diz Lage.
Em uma pergunta aberta, a pesquisa questionou as pessoas sobre o papel das empresas envolvidas no esquema. Os entrevistados acreditam que as marcas devem assumir a responsabilidade, reparar os danos que foram causados pelo esquema e garantir a fiscalização da indústria no futuro. “Será preciso muita seriedade e resiliência para reconstruir a reputação das marcas. São marcas que se pautam nestes pilares e estão no mercado há muitos anos. A crise impacta, mas justamente porque dispõe da confiança do consumidor terão o benefício da dúvida, a chance de se explicarem e corrigirem eventuais erros”, diz Daniela.
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