Assinar

Qual será o papel da tecnologia no varejo?

Buscar

Qual será o papel da tecnologia no varejo?

Buscar
Publicidade
Marketing

Qual será o papel da tecnologia no varejo?

Segundo pesquisa do Grupo Croma, apesar de levar comodidade e economia de tempo ao consumidor, inovação caminha a passos lentos no mercado de compra e venda de produtos e serviços


12 de abril de 2019 - 14h40

O varejo brasileiro tem inovado. Porém, a passos lentos, diz Edmar Bulla, CEO do Grupo Croma. Segundo dados da pesquisa “High Tech Retail”, da consultoria de design de soluções para negócios, 29% das pessoas conhecem aplicativos de lojas e sites, mas nunca usaram a tecnologia, e 32% sabem da existência do recurso de autoatendimento, no entanto, não demostraram interesse em utilizar a ferramenta. “Para a maioria dos shoppers, a recompensa ainda não está clara em relação aos benefícios que essas tecnologias agregam no cotidiano. Apesar de algumas marcas colocarem a inovação em prática em suas lojas e sites, essas mudanças não estão sendo comunicadas ao ponto de seduzir o shopper e influenciá-lo a uma mudança de hábito”, fala o profissional.

O estudo, realizado a cada três anos, é baseado em entrevistas com 1.400 pessoas, espalhadas pelo Brasil, via questionário online. “O principal objetivo do estudo é mostrar quais são os caminhos de inovação que o varejo deve seguir para se adaptar às expectativas das pessoas”, explica Edmar. A pesquisa “High Tech Retail” também utiliza dados secundários de desk research.

 

Segundo estudo “High Tech Retail”, do Grupo Croma, 40% dos shoppers pretendem usar mais aplicativos em suas estratégias de proximidade com o consumidor; 32%, vídeos; 29%, autoatendimento; 35%, leitor de código de barras; 51%, realidade virtual; 46%, provadores virtuais; 38%, inteligência artificial; e 35%, smartphones (crédito: RawPixel/Pexels)

Para os consumidores, comodidade (84%) e economia de tempo (83%) são os principais benefícios da tecnologia aplicada no varejo. “Os shoppers têm a consciência de que o uso da tecnologia pode influenciar positivamente todo o processo de compra”, diz o CEO do Grupo Croma. De acordo com o levantamento da consultoria, 80% dos respondentes afirmam que consideram realizar comprar em lojas que usam tecnologia, 79% recomendam empreendimentos inovadores a amigos e família e 76% compram mais produtos e serviços de marcas que investem em tecnologia.

Segundo Edmar, telefonia, informática e eletrônicos são os setores mais inovadores. “No entanto, uma outra oportunidade de mercado está atrelada à capacidade de levar ao shoppers inovação humana, didática e aplicável a um contexto brasileiro de baixa escolaridade e que demanda extrema simplicidade. Usabilidade que promove experiência encantadora e compra vantajosa é a chave do sucesso”, conta.

O estudo do Grupo Croma aponta que 40% dos shoppers pretendem usar mais aplicativos em suas estratégias de proximidade com o consumidor; 32%, vídeos; 29%, autoatendimento; e 35%, leitor de código de barras. “Essas tecnologias já são uma realidade no Brasil. Os grandes varejistas como Via Varejo, Magazine Luiza, Pão de Açúcar e Carrefour têm promovido mudanças significativas e, o que é mais importante, em escala”, diz o profissional.

Porém, de acordo com Edmar, a grande dificuldade, muitas vezes, não está em inovar, mas em tornar a inovação segura, viável e escalável tanto nacionalmente quanto regionalmente. Para o profissional, os resultados expressivos dessas tecnologias estão relacionados ao uso cotidiano e disseminação de outras formas de conteúdo nesses mesmos formatos, como jogos, aplicativos diversos e geolocalizadores. “No entanto, ao explorar o que o shopper considera mais importante e inovador, pagamentos sem dinheiro ou cartão apresentam a maior atratividade do ponto de vista de novidades tecnológicas, já que 83% dos entrevistados pretendem pelo menos experimentar essa inovação”, adiciona.

Além disso, segundo o levantamento, 51% dos shoppers pretendem usar realidade virtual; 46%, provadores virtuais; e 38%, inteligência artificial. Visualização de produtos em 3D e a realidade aumentada também surgem como soluções tecnológicas que teriam grande aderência, nos próximos anos, e 86% dos brasileiros pretendem pelo menos experimentar essas tecnologias. “Jornadas de compra mais rápidas, sem obstáculos e prazerosas são diferenciais competitivos para o varejo. Tudo o que possa facilitar o processo, agilizar a compra e auxiliar sua fluidez será bem-vindo, bem como tecnologias que diminuam filas e facilitem o pagamento”, fala Edmar.

Também os smartphones estarão, cada vez mais, presentes na jornada de compra nas lojas físicas. Nesse contexto, tecnologias como leitor de código de barras crescerão em uso, já que 35% dos entrevistados pretendem usar muito o recurso e 43% pretendem experimentar.  “Hoje, os aparelhos móveis já permitem a compra do que se quer e onde se quer, com entregas onde o shopper estiver. Assim, os ambientes físicos deverão se adaptar a esse tipo de tecnologia para atender demandas de compra, mesmo que o cliente não tenha entrado na loja física”, diz o CEO do Grupo Croma. De acordo com o “High Tech Retail”, 73% dos entrevistados pretendem comprar pela internet, nos próximos anos, e muitas dessas compras passará pelos aplicativos.

Para Edmar, o único perigo da inovação no varejo é “lançar mão da tecnologia sem considerar necessidade, tensões, expectativas e jornas de diferentes shoppers brasileiros”. O profissional afirma que, se bem empregada, a tecnologia, como qualquer outro recurso, só trará benefícios à sociedade.

*Crédito da foto no topo: Fancycrave/Pexels

Publicidade

Compartilhe

Veja também

  • Mari Maria e Burger King: a estratégia por trás da collab

    Mari Maria e Burger King: a estratégia por trás da collab

    Empresária visa explorar experiências sensoriais para se conectar com o público e entrar no mercado global

  • Unilever deve desistir da venda de divisão de sorvetes

    Unilever deve desistir da venda de divisão de sorvetes

    Multinacional desistiu da venda do negócio a fundos privados após dificuldade de encontrar empresas de private equity interessadas na operação