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Um em cada cinco youtubers sofre de transtorno de ansiedade

Manter níveis de audiência é a principal causa que leva a isso, segundo estudo realizado pela Dia Estúdio


10 de março de 2020 - 8h00

A obrigação de estar sempre pensando em novos conteúdos para manter audiência pesa sobre a saúde emocional dos influenciadores (Crédito: Millann/iStock)

Há cinco anos no mercado de agenciamento de influenciadores e produção de conteúdo, a Dia Estúdio realizou estudo com 450 desses profissionais da internet. Os resultados mostram que 81% dos youtubers brasileiros se sentem pressionados a pensar em novos conteúdos para manter seus índices de audiência e isso leva um em cada cinco deles a sofrer de modo patológico essa ansiedade, com o desenvolvimento de transtornos de ansiedade.

O número de pessoas que diz enfrentar desse mal cresceu 3,3% em relação aos dados da mesma pesquisa feita em 2017. Sintomas de depressão também cresceram 2,1%, em comparação com a análise anterior. “O mercado publicitário já entendeu que os criadores são um veículo, mas, diferentemente de jornais ou rádios, estamos falando de pessoas. Por isso, é importante entendermos como eles se sentem e como entendem a profissão”, pontua Rafa Dias, CEO e sócio-fundador da Dia Estúdio.

A pesquisa também aponta o segmento humorístico como o principal explorado pelos youtubers, entre os quais 18,8% faturam acima de R$ 10 mil – deste grupo, no entanto, apenas 1,1% recebe de R$ 50 mil a R$ 100 mil por publicação (vídeo no YouTube ou posts em redes sociais). Quanto às marcas, a Coca-Cola aparece como a mais associada ao trabalho de influenciadores, à frente de Oi, Telecine e Netflix.

Embora no mundo da comunicação esteja forte o crescimento de podcasts, o vídeo também segue firme na visão de futuro dos atuais influenciadores: 93,4% deles (aumento de 3,4% sobre a pesquisa de 2017) se imaginam fazendo vídeos nos próximos oito anos. Já o grau de instrução desses criadores de conteúdo tem diminuído. Segundo a pesquisa, em relação à edição anterior, o número daqueles com ensino superior caiu 10,8%.

Os dados completos do estudo, que entre novembro de 2019 e fevereiro de 2020 ouviu youtubers de todo o País, estarão disponíveis a partir desta terça-feira, 10, no site da plataforma Criadores ID. Segundo os organizadores, no questionário respondido pelos participantes havia questões relativas desde prática de atividades físicas e orientação sexual, passando por vícios, restrições alimentares, doenças crônicas, valoração nas redes sociais e mesmo arrependimentos em relação a ações de publicidade que tenham feito.

 

*Crédito da foto no topo: Mike Yukhtenko/ Unsplash

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