Os aprendizados de RP da Gol em meio à crise
Loraine Ricino, diretora de marketing da companhia aérea, reforça a importância do papel da comunicação e da gestão de reputação em momentos complexos
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Luiz Gustavo Pacete
31 de março de 2020 - 6h00
A Gol vai transportar gratuitamente os profissionais da saúde durante a pandemia (Crédito: Divulgação)
Diante de uma situação inusitada e complexa quanto a vivida atualmente em função da pandemia do novo coronavírus, não há plano de comunicação que resista. No entanto, ter foco estratégico e um contingenciamento bem definido faz toda a diferença em momentos como o atual. Tão logo começou a ser impactada pela situação, considerando que as companhias aéreas são uma das mais afetadas diretamente pela atual crise, a Gol colocou em prática um plano de ação que prezou pela rapidez e consistência com o propósito. Anunciou, na semana passada, o transporte de profissionais da saúde gratuitamente em suas aeronaves.
Loraine Ricino, diretora de marketing da Gol, explica que a determinação da intencionalidade é fundamental em um gerenciamento de crise. “Se RP é uma área de extrema importância em momentos positivos, imagine então em tempos de crise, é quando ela se torna fundamental. Mas há de se levar em conta que o mundo mudou. Todos estamos unidos à distância, passando por uma adversidade sem precedentes. Portanto, não é qualquer profissional de comunicação externa que é essencial, mas aqueles que entendem essas mudanças, as aceitam, que estão preparados, sabem antecipar informações, prever o que está por vir”, diz ela.
Loraine Ricino
“O papel do relações públicas é imprescindível, desde que pensem de forma diferente do que eles pensavam no passado. Temos que antecipar informações dentro das empresas e repassá-las de forma que possam ser evidenciadas. Empresário tem que ter o olhar no futuro. O relações públicas também. Portanto, temos quer ter um olhar no futuro com pegadas históricas”, explica.
Sobre as premissas da área em momentos de contingência, ela fala sobre a importância da agilidade. “Antecipar muitas informações, não só as relacionadas à crise, mas históricas também, fazendo um de-para dos dados da origem, pensando na relação deles com o que está acontecendo no presente. Traçar um plano, estar sempre atento ao mercado, às diferentes audiências, às mudanças de comportamento dos impactados, à fala dos emissores, são ações fundamentais para que consigam influenciar os resultados das organizações.”.
Ainda de acordo com Loraine, é importante estar atento aos fatos do cotidiano e aos indiretos. “Nunca se esquecer do propósito da empresa, claro, analisando como a crise pode afetá-lo, recomendando, inclusive, os melhores caminhos. Há sim um senso de autopreservação organizacional, mas, dependendo da crise, como é o caso da Covid-19, o ser humano e seu bem-estar devem ser a prioridade número um e os relações públicas devem ter essa convicção.”
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