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Marketing

Apps de delivery: cedo para dimensionar impacto

Empresas como Rappi, iFood, Uber Eats e Loggi intensificam segurança e apoio a parceiros


1 de abril de 2020 - 6h00

Se a notícia de uma pandemia global de um novo coronavírus não fosse o bastante, quando governos de diversos estados brasileiros decretaram que bares e restaurantes só poderiam funcionar via entregas — para evitar aglomerações –, as atenções do mercado se voltaram para os aplicativos de delivery.

 

Empresas criam nova forma de entrega sem contato entre motorista e cliente (Crédito: Brett Jordan/Unsplash)

Apesar de grandes empresas do setor anunciarem ações para cadastrar novos negócios locais e pequenos e médios empreendimentos, os players não estão divulgando dados sobre o crescimento, com exceção da Rappi, que contou à Exame que registrou um aumento de 10% no volume de pedidos na vertical de farmácias na segunda semana de março, quando o número de casos da doença no Brasil não eram tão significativos quanto hoje e não havia mortes registradas. A Uber, dona do Uber Eats, está reforçando para motoristas do app de viagens a possibilidade de trabalhar com entrega de comida.

Para o iFood, por exemplo, ainda é prematuro dimensionar o impacto do Covid-19 no mercado de food delivery brasileiro. E a própria Rappi, em entrevista ao Meio & Mensagem, declarou que os negócios não são o foco do delivery no momento. “Nosso foco agora é facilitar a vida das pessoas. As medidas que estamos adotando como empresa vão ao encontro disso. Não estamos olhando para expectativas de negócio, mas sim para as oportunidades que temos de ajudar a população como um todo”, disse Fernando Vilela, head de marketing e growth da empresa colombiana.

A Loggi afirma ter se preparado para atender um volume três vezes maior do que a média de entregas que realiza, porém, não houve uma alteração drástica na demanda, pois enquanto registrou uma queda nos pedidos corporativos, houve um aumento nos números de e-commerces. “Diante desse cenário de pandemia, as compras online, os serviços de entrega em domicílio e a logística de abastecimento dos supermercados, hospitais e farmácias passam a ter importância estratégica para o bem-estar da população”, diz Vitor Magnani, head de public affairs da Loggi.

Mas, muito além de um crescimento de parceiros e vendas, as empresas do setor estão preocupadas em criar uma rede de apoio para pequenos empreendimentos e assegurar que seus entregadores e consumidores se mantenham saudáveis.

As pequenas e médias empresas são grande foco dos players. A Uber Eats está oferecendo gratuidade na taxa de entrega para pedidos feitos em pequenos e médios restaurantes e está investindo no marketing de empreendimentos locais no aplicativo e via e-mail para usuários da plataforma. A empresa ainda contribuirá com pagamentos diários a tais restaurantes. Com as medidas, a Uber quer beneficiar cerca de 30 mil restaurantes na América Latina.

Da mesma forma que Uber, o iFood optou por antecipar o pagamento de parceiros menores para sete dias após a venda, no período de abril e maio. A empresa ainda destina R$50 milhões de sua receita para um fundo de assistência a restaurantes, em especial os pequenos e locais. Segundo consta no comunicado do aplicativo, o iFood pretende injetar R$600 milhões no mercado brasileiro com as iniciativas. Ambas as empresas também anunciaram que os restaurantes estão isentos de taxas de serviço quando o cliente decidir retirar o pedido pessoalmente no local.

Novos procedimentos 

Os esforços para esse momento envolvem auxiliar não só os parceiros fornecedores, mas também os entregadores. A Uber está oferecendo assistência financeira para motoristas infectados, a Rappi criou um fundo para proteger os motoristas e o iFood está destinando R$ 1 milhão a outro fundo para dar suporte a entregadores em quarentena pela doença — eles recebem uma média de seus repasses no último mês equivalentes aos 14 dias indicados à quarentena. A Uber também diz oferecer suporte financeiro para compra de produtos higiênicos e Rappi está distribuindo kits com produtos para proteção contra o novo coronavírus.

As entregas também ganharam novas metodologias, sem contato entre motoristas e clientes. Os players enviaram orientações para que os fornecedores lacrem as embalagens para garantir que os produtos não sejam manipulados desde que saíram dos estabelecimentos e, caso o cliente opte por isso, os entregadores podem realizar a entrega sem interação com o consumidor, seguindo instruções dele. A Loggi criou um comitê interno envolvendo os líderes e o time de saúde para rever e aperfeiçoar seus processos na cadeia logística, como a medição de temperatura dos colaboradores que entram no centro de distribuição.

**Crédito da imagem no topo: Novendi Dian Prasetya/iStock

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