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Black Friday: propaganda enganosa é principal reclamação

Marcada pela digitalização, edição 2020 do evento teve redução no volume de denúncias, segundo dados do Reclame Aqui e Procon-SP


30 de novembro de 2020 - 13h47

Edição 2020 da Black Friday foi marcada pela digitalização (Crédito: Pixabay/Pexels)

Uma estimativa do Reclame Aqui apontava que cerca de sete milhões de novos consumidores deveriam passar a comprar online pela primeira vez na edição 2020 da Black Friday. Foi neste contexto de digitalização e a entrada de novos consumidores que se deu um dos principais eventos do calendário comercial na última sexta-feira, 27. Com os descontos, vêm também as reclamações. Em 2019, o volume de queixas cresceu 44%, segundo o Reclame Aqui, na comparação com o ano anterior.

Apesar das adaptações, a edição 2020 dá sinais de ter contido ou, pelo menos reduzido, o volume de reclamações. Segundo o monitoramento do Reclame Aqui, foram registradas 9.160 reclamações, enquanto em 2019 o número bateu 8.800 mil registros. Já o Procon-SP reportou 940 atendimentos relacionados à Black Friday até a manhã dessa segunda-feira, 30, sendo 630 reclamações e 310 consultas.

Propaganda enganosa

A característica das denúncias também mudou de um ano para o outro. No Reclame Aqui, em 2020, o ranking foi liderado pelas reclamações de propaganda enganosa (27%). No ano anterior, os principais registros relatavam problemas de tecnologia e infraestrutura. Já no Procon, a “maquiagem de preço”, quando o desconto oferecido não é real, continuou sendo a principal questão para os consumidores, seguida por “pedido cancelado após a compra”, “mudança de preço ao cancelar a compra”, “produto ou serviço indisponível” e “não entrega ou atraso”, respectivamente.

 

(Crédito: Divulgação/ Reclame Aqui)

No ranking das empresas com maior número de reclamações, o marketplace da Americanas se destaca para ambas as instituições. Ele foi o primeiro colocado pelo Reclame Aqui, enquanto o Procon apontou a B2W Companhia Digital, que engloba Americanas.com, Submarino, Shoptime, Soubarato e Lojas Americanas, como campeã de reclamações. Outras companhias que aparecem nos dois rankings são o KaBum! e o Magazine Luiza.

 

(Crédito: Divulgação/ Reclame Aqui)

Descontos pouco atrativos

Segundo a análise do Reclame Aqui, contrariando a expectativa dos consumidores, o setor de eletrônicos e eletrodomésticos não registrou grandes descontos durante o evento. Dois fatores teriam contribuído para isso. Como muitos desses produtos têm peças importadas, o valor do dólar impacta diretamente em seu preço. Em 2020, isso teria dado aos lojistas uma margem menor para variações de preço.

 

(Crédito: Divulgação/ Reclame Aqui)

Já os eletrodomésticos, chamada linha branca, teriam sofrido com a falta de estoque. Já que, durante a pandemia, esse segmento teve uma alta nas vendas com os consumidores passando mais tempo em casa.

*Crédito da foto no topo: Novendi Dian Prasetya/iStock

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