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Latino-americanos querem que marcas atuem em questões socioambientais

Relatório de Responsabilidade Social Corporativa na América Latina, da Sherlock Communications, indica que 86% consideram importante o engajamento de empresas para gerar impactos positivos na sociedade


19 de agosto de 2021 - 6h00

Questões relacionadas à responsabilidade social e ambiental já estão em discussão há muito tempo e, por serem temas cada vez mais crescentes, consumidores exigem que empresas estejam alinhadas com a pauta por meio de ações de impacto. É o que aponta o primeiro Relatório de Responsabilidade Social Corporativa na América Latina (RSC), realizado pela Sherlock Communications.

Ao entrevistar mais de 3 mil pessoas em seis países – Brasil, México, Colômbia, Peru, Argentina e Chile – a agência de relações públicas constatou que 94% dos latino-americanos pensam que as companhias devem investir mais em iniciativas sociais e ambientais. O resultado é bastante significativo, uma vez que os indivíduos que não acreditam na afirmação não passam de 6% nos países analisados.

 

Quase 100% dos latino-americanos esperam que empresas invistam em iniciativas socioambientais (Crédito: Party people studio/Shutterstock)

A pesquisa mostra que a RSC tem impacto direto sobre como as pessoas enxergam as marcas e empresas: três em cada quatro entrevistados apontam que as ações sociais e ambientais de uma organização afetam sua opinião a respeito de uma marca, além de que 17% disseram que o tópico é essencial para a construção da visão que tem sobre as empresas. No Brasil, a visão é compartilhada por 87% daqueles ouvidos pelo levantamento e 89% consideram “extremamente importante” ou “muito importante” que sejam feitas ações para melhorar a sociedade e a comunidade como um todo. Na contramão, menos de 1% do total – representando apenas 26 pessoas – não enxergam a questão como algo relevante. As empresas internacionais não apenas podem fazer uma diferença real na vida das pessoas, mas isso também é extremamente importante do ponto de vista do desenvolvimento da marca”, comenta Patrick O’Neill, sócio-gerente da agência. 

Entre as preocupações exprimidas pelos latino-americanos quando o assunto são ações concretas, a produção e venda de produtos que não afetem o meio ambiente aparecem em primeiro lugar, sendo apontada por 70% dos brasileiros. Em seguida, as condições de trabalho dos colaboradores também foram levadas em consideração. Ao todo, quatro dos seis países contam com mais da metade dos entrevistados que acreditam que é preciso que as companhias paguem as pessoas de forma justa e garantam que tenham uma vida boa. São eles Argentina (56%), Chile (57%), Colômbia e México (52%). Já Brasil e Peru aparecem com 39% e 48%, respectivamente. Também foram sugeridas como opções aos entrevistados questões como patrocínio de projetos comunitários, comprometimento com projetos de longo prazo, criação de eventos para envolver a comunidade e doação de capital para caridade. 

Outro ponto abordado pelo relatório foi a diversidade. Segundo a Sherlock, três em cada dez latino-americanos afirmam que as organizações devem contratar pessoas de diversos grupos. 39% dos indivíduos do Brasil defendem mais diversidade nas práticas de contratação, resultado similar ao do Chile, com 35%, e da Argentina, com 33%. O estudo revelou, inclusive, que a população da América Latina deseja ver vozes mais plurais em mensagens e comunicações corporativas. Em relação às campanhas publicitárias, 93% acham importante que marcas escolham vozes e corpos diversos. A agência aponta que o público brasileiro é um dos que mais valoriza o tópico, com mais da metade (52%) considerando-o “extremamente importante”. Sendo assim, as organizações latino-americanas que contam com executivas de gênero diverso, por exemplo, tem 14% mais chances de superar a concorrência. 

Ainda no âmbito da comunicação, para obter informações acerca de iniciativas de RSC, o público ouvido pela pesquisa confia majoritariamente nas mídias sociais, sites de notícias e programas de televisão. Um fato interessante é o de que só 5% dos latino-americanos consideram celebridades como fonte confiável nesse quesito, enquanto os influenciadores digitais tem confiança de 19% da média total. Já no Brasil, o destaque vai para sites de notícias (61%), televisão (51%) e jornais e revistas impressas (41%). Indicando aderência e confiabilidade no jornalismo local, o País é um dos que conta com o índice mais alto entre os outros países, ficando em 46%. 

Ao classificar as questões mais urgentes para o momento, os entrevistados colocaram a educação em primeiro lugar. Duas em cada três pessoas gostariam que empresas investissem na educação das nações. Além disso, também foram incluídos no ranking de preocupações temáticas do meio ambiente, como o combate à poluição do ar e da água e o aquecimento global. Quanto aos dois últimos tópicos, mais de 800 brasileiros (65%) e 50% deles preocupam-se com ambas as problemáticas, respectivamente. Pontos como desigualdade, segurança de grupos vulneráveis, assistência médica e combate à fome também apareceram no relatório da Sherlock Communications.

**Crédito da imagem no topo: Irina Devaeva/iStock

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