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Como a aquisição da Blizzard pela Microsoft pode mudar o metaverso

Negociação pode atrair comunidades, vendas e ampliar o potencial de publicidade da gigante de tecnologia


19 de janeiro de 2022 - 14h40

Call of Duty é uma das franquias de jogos mais famosas da Activision Blizzard (Crédito: Reprodução)


Do Ad Age

A compra da Activision Blizzard pela Microsoft, no valor de US$ 68,7 bilhões, pode mudar o equilíbrio de poder na recém-nascida indústria do metaverso e abrir esse universo para as marcas.

Nessa terça-feira, 19, Microsoft e Activision Blizzard anunciaram seus planos de fusão, mas o acordo ainda precisa da aprovação das entidades reguladoras. Se for aprovada, a negociação coloca a Microsoft na terceira posição entre as maiores companhias de games do mundo, atrás da Tencent e da Sony. A Microsoft divulgou a aquisição como uma forma de avançar na agenda do metaverso por meio do mundo dos games. A Activision Blizaard é a dona de jogos como Call of Duty e World of Warcraft, além do King, a marca de games por trás do popular Candy Crush.

A indústria de vídeo game depende mais das vendas de jogos e das transações que acontecem dentro desses jogos para compor sua receita do que de comercialização de publicidade. Mas a área comercial vem crescendo e se tornando uma parte significativa nos negócios de games, de acordo com Brandon Ross, sócio e analista de mídia e tecnologia da LishtShed Partners.

“Se olharmos para onde o mundo está indo, a mídia interativa está se tornando a próxima grande plataforma ou case para a distribuição de propriedade intelectual e de comunicação. Todo mundo, especialmente as gigantes de tecnologia, estão tentando se posicionar para essa próxima realidade, ou para a realidade virtual”, declara Ross.

Conteúdo e comércio
Os executivos da Microsoft e da Activision Blizzard falaram sobre as perspectivas de unir ‘metaverso’, ‘conteúdo’ e ‘comércio’ durante uma conferência realizada nesta terça-feira, 18, nos Estados Unidos, para falar sobre a negociação. “Quando pensamos em nossa visão a respeito do que o metaverso será, acreditamos que não se tratará de um universo único, centralizado, e nem pode ser”, declarou o CEO da Microsoft, Satya Nadella. “Precisamos apoiar muitas plataformas de metaverso, bem como os ecossistemas robustos de conteúdo, comércio e aplicativos. Na área dos games, vemos o metaverso como uma coleção de comunidades e de identidades individuais ancoradas em fortes franquias, acessíveis para todos os devices”, complementou.

O setor de games se tornou um dos mais importantes para os diferentes tipos de plataformas de entretenimento, seja para os consoles, como o Xbox, da Microsoft, dispositivos móveis e computadores. Há muitas movimentações sendo realizadas no segmento. Na semana passada, a Take-Two Interactive anunciou os planos de comprar a Zynga pelo valor de US$ 12,7 bilhões.

A compra da Activision Blizzard é a maior já feita pela Microsoft em toda a sua história. Ao longo dos últimos anos, a Microsoft fez compras importantes, como a do LinkedIn, em 2016, pelo valor de US$ 26,2 bilhões. Em 2014, a Microsoft pagou US$ 2,5 bilhões pela Minecraft.

A receita de publicidade em jogos é ainda uma porção pequena no bolo geral de receitas geradas na indústria de games. Mas os anunciantes já estão comprando anúncios em vídeos em jogos como Candy Crush e desenvolvendo mundos virtuais para as marcas em plataformas como Roblox. As empresas também estão se interessando por tokens não fungíveis (NFTs) e produtos virtuais.

A Activision Blizzard já trabalhou com marcas como Pringles, L’Óreal e Hello Fresh, que veicularam anúncios no ecossistema dos games. No último trimestre do ano, a King, que faz parte dos negócios da Activision Blizzard, declarou que sua receita de publicidade aumentou 60% em relação ao ano anterior. A empresa não divulgou exatamente a receita obtida com publicidade no último trimestre.

“Se houver uma plataforma que tenha capacidade de reter atenção, os anunciantes estarão lá”, declarou Nirish Parad, líder de privacidade, identidade, marketing e tecnologia da Tinuiti, uma plataforma de dados e e-commerce.
É isso exatamente que a Microsoft está tentando construir por meio da aquisição de uma plataforma como a Activision Blizzard. “Essa aquisição é sobre comunidades, como Candy Crush e Call of Duty”, declarou Elizabeth Emery, diretora sênior de mobile e soluções de tecnologia da Tinuiti.

Mike Proulx, diretor de pesquisas e VP da Forrester, disse que a Activision Blizzard ajudaria a complementar a tecnologia de metaverso da Microsoft. A companhia é a dona do Xbox, Windows, Bing, LinkedIn e do serviço de nuvem Azure e também está desenvolvendo a solução de realidade aumentada HoloLens.

“O que isso significa é que, agora, a Microsoft detém um número cada vez maior de cartas no desenvolvimento do metaverso”, declarou Proulx, em nota divulgado junto a uma pesquisa sobre dispositivos e crescimento de experiências nas plataformas.

A oferta da Microsoft pela Activision Blizzard acontece, entretanto, em um momento sensível. Primeiro, porque a Activision Blizzars está no meio de uma crise. Funcionários processaram a empresa alegando que os executivos estimulavam uma cultura tóxica de trabalho, que incluiria até mesmo casos de assédio sexual. Houve pressão para que o CEO da Activision Blizzard, Bobby Kotick, deixasse o cargo. Durante a conferência a respeito da negociação, Nadella, da Microsoft, disse que a equipe da Activision Blizzard se reportará a Phil Spencer, CEO da Microsoft Gaming. Há relatos de que Kotick pode deixar o cargo quando a nova estrutura estiver formada. Enquanto isso, na terça-feira, 18, a Federal Trade Comission e o Departamento de Justiça disseram que supervisionariam o acordo de fusão para prevenir atividades anti-truste em grandes acordos.

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