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Cai a confiança dos brasileiros no governo e na mídia

Edição 2022 da Edelman Trust Barometer aponta que, em contrapartida, grau de confiabilidade nas empresas e Ongs aumentaram


30 de março de 2022 - 18h42

As instituições em que os brasileiros mais confiam são as empresas e as organizações não-governamentais. Ao mesmo tempo, a desconfiança acerca da mídia e do governo cresceu no último ano.

Esses são os resultados principais da edição 2022 da Edelman Trust Barometer, pesquisa global realizada pela rede de relações públicas há 22 anos. A proposta é monitorar a variação da confiança que os cidadãos  de 28 diferentes países depositam nas principais instituições da sociedade.

 

(Crédito: Shutterstock)

Para a avaliação desse grau de confiança, a Edelman estabelece um ranking de pontuação das instituições, que passa por desconfiança, neutralidade e confiança.

A pesquisa é realizada com base em entrevistas, feitas pela Edelman Data & Intelligence durante os dias 1 a 24 de novembro de 2021. Participaram do estudo 36 mil pessoas – cerca de 1150 de cada um dos 28 países pesquisados.
No Brasil, as duas instituições que alcançam o grau de confiança são as empresas (64%) e as Ongs (60%). Já a Mídia, que ficou com 47% no ranking, se enquadra no patamar de desconfiança, junto com o Governo, que aparece com o grau mais baixo de confiança (34%).

Comparação com o ano anterior
A pesquisa mostra que, em comparação com o ano anterior, aumentou o grau de confiança dos brasileiros em relação às empresas e às Ongs. No primeiro caso, das empresas, o grau de confiança subiu 3 pontos percentuais em comparação ao índice do ano passado.

Já em relação às Ongs, o grau de confiança aumentou ainda mais, passando de 56% em 2021 para 60% em 2020. Essa alteração fez com que as Ongs saíssem do patamar de neutralidade para ingressar no de confiança das instituições.

Queda de confiança no governo e na mídia
Enquanto ampliou o grau de confiança nas empresas e nas organizações não-governamentais, os brasileiros ficaram mais desconfiados das empresas de Mídia e do Governo. Na atual edição da Edelman Trust Barometer, a confiança no governo caiu 5 pontos percentuais, atingindo o patamar de 34%.

A confiança nas empresas de Mídia (que abrange imprensa, redes sociais, mecanismos de buscas e canais proprietários de empresas e marcas) recuou um ponto em relação à edição anterior da pesquisa, ficando em 47%. Tanto Mídia quanto Governo ficam situados no patamar de desconfiança do estudo.

Preocupação global com notícias falsas

 

(Crédito: Reprodução/Edelman Trust Barometer)


Ao avaliar o grau de confiança nas instituições, a pesquisa também mapeou a opinião de cidadãos de vários países a respeito das notícias falsas. Considerando a média global, 76% dos entrevistados se preocupam que informações falsas sejam usadas como armas. O índice é 4 pontos percentuais superior ao da edição anterior do estudo.

O país onde a preocupação com os danos que podem ser trazidos por notícias falsos é maior é a Espanha (84% dos entrevistados do local citaram a preocupação).

No Brasil, 81% dos entrevistados declararam a preocupação de que notícias falsas sejam usadas como armas. O índice é dois pontos percentuais acima do que o registrado na edição anterior da pesquisa.

Governo incapaz de solucionar problemas
A pesquisa também avaliou a percepção das pessoas a respeito da capacidade das instituições liderarem – e resolverem – importantes questões da sociedade. Quando questionados se as instituições são capazes de assumir um papel de liderança, coordenando esforços para solucionar problemas na sociedade, os brasileiros apostam mais nas Ongs (65%), Empresas (63%) e na Mídia (52%). O governo fica em último lugar, na percepção dos entrevistados do País, sendo citado como capaz de assumir um papel de liderança por 35%.

A Edelman também questionou os brasileiros se essas instituições são capazes de executar com êxito essa tarefa de solucionar problemas sociais. Nesse aspecto, 76% acreditam que as Empresas são as mais capazes de obter êxito na resolução de problemas sociais; 65% citam as Ongs; 53% a Mídia e 38% o governo.

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