Podcasts se firmam nas estratégias das marcas
Acessibilidade e adequação à rotina são duas preocupações dos programas produzidos pelo Nubank, PepsiCo e Philips que aderiram ao formato
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Renan Honorato
16 de agosto de 2022 - 6h00
Nos últimos três anos, a produção de podcasts teve um grande salto. Segundos os dados da Podcast Insights 2021, existem mais de dois milhões de programas de formato podcast disponíveis na web, espalhados em algumas dezenas de aplicativos como Spotify, Orelo e Google Podcasts. Apesar da grande diversidade de programas, muitas empresas vem procurando criar narrativas e encontrar histórias que valham a pena contar.
A nova leva de podcasts estão cada vez mais preocupados com seus ouvintes. De acordo com os dados do The Midas Survey, os picos de audiência dos programas nesse formato são, principalmente, no período da manhã (entre 8h e 11h). Além de se preocupar com os estilos de programa – entrevistas, debates, mesas redondas até mesmo imersões por meio de histórias – as marcas passaram a se preocupar com os contextos e momentos do público-alvo ao dar play no episódio.
Foi pensando na experiência (e disponibilidade) de mulheres gestantes que a Philips Avent lançou o programa Uma Mãe Amiga. Disponível a partir deste mês nas principais plataformas de streamings, os episódios trazem mulheres de diferentes formações, regiões, famílias e crenças para contar suas experiências e relatar os momentos de inseguranças e alegrias durante a gestação. “Quem está no momento da gravidez sabe como é importante esse tipo de conteúdo” diz Alessandra Santana, diretora executiva de negócios da iD\TBWA.
Idealizado pela agência iD\TBWA e produzido pela Mission Music, o programa conta com 33 episódios, de até 10 minutos de duração cada. Em cada capítulo é explorado algum aspecto emocional que envolve as 33 semanas (oito meses) de gravidez vividos durante esse momento de comunhão entre filho e mãe. Segundo o diretor associado de criação da agência, Lucio Caramori, a ideia proativa surgiu ao se depararem com o volume de informação didática e prática que há na internet. “A primeira coisa que reparamos é que a internet está inundada de informações para gestantes, mas sempre muito racional, sobre exames médicos, alimentação” diz ele, e acrescenta “havia uma defasagem no lado emocional”.
Para Alessandra, que passou por esse momento recentemente, a gestação é um momento muito solitário, em que a mulher acaba “desaparecendo” diante a presença do bebê. “O programa é voltado para a realidade de uma mulher que está esperando o filho, como uma pílula de acolhimento entre as mulheres” diz ela e ainda ressalta: “É um podcast sobre mulheres grávidas e não sobre a gravidez”.
A Philips Avent é uma marca que tem como viés mercadológico e social acompanhar os 1000 dias da maternidade – desde o momento da descoberta até os dois anos do recém-nascido. “É uma marca interessada na maternidade real” conta Caramori. Por isso que os produtores escolheram soltar todos os 33 episódios de uma única vez, afinal, segundo eles, o programa conversava com diferentes mulheres em momentos únicos da gestação. “Queríamos um programa que fosse adaptado ao dia a dia dessas mulheres” diz a diretora executiva de negócios da iD\TBWA.
Outra marca que tem explorado caminhos no formato podcast é a PepsiCo, que lançou também neste mês o PEPcast. Segundo a diretora de talentos do recursos humanos da empresa, Thaisa Thomaz, a marca quer reforçar a sua presença em segmentos que vão além da alimentação. “A PepsiCo tem várias expertises em vários assuntos e queremos utilizar desse conhecimento para gerar impactos ilimitados”, diz.
Para a empresa, a geração de conteúdo que promova esse “impacto ilimitado” é o que move a iniciativa de criar um programa voltado ao desenvolvimento pessoal, carreiras e outros temas do momento. Cada episódio do PEPcast tem duração média de 30 minutos, sendo publicado quinzenalmente nas principais plataformas de streaming. O programa é em formato de entrevista com a participação de funcionários, profissionais do mercado e influenciadores convidados.
O principal motivo pela escolha do formato foi a acessibilidade. “O programa acompanha as tendências da comunicação sendo mais uma ferramenta para a PepsiCo utilizar para atingir o público-alvo: futuros candidatos e funcionários” conta Thaisa. A fim de ser mais acessível às pessoas com deficiência auditiva, os episódios contarão com a transcrição automática do áudio, função comum a todos os podcasts no Spotify, por exemplo.
Ainda que tenha se popularizado nos últimos anos, o formato de podcast está no Brasil desde 2004. O Nubank já enxerga o gênero tradicional em suas estratégias de comunicação. “Desde que o Nubank nasceu, há mais de nove anos, a criação de conteúdo tem sido uma forma poderosa de nos conectarmos com a pluralidade de cerca de 60 milhões de clientes” conta Lucas Faria, Head de Conteúdo da empresa.
Além do blog de conteúdos financeiros, o Nubank carrega experiência em produções audiovisuais: NuCorre (uma coluna em vídeo voltada a empreendedores) e o podcast Semanada, lançado em 2021. Para integrar o modelo de comunicação do banco, a Nubank lançou recentemente o Chamaê – o programa de entrevistas com Emicida.
O podcast é feito em parceria com a Laboratório Fantasma, produtora e grife do compositor. Enquanto o Nubank é responsável pelo projeto criativo e divulgação, a Lab Fantasma cuida da produção, curadoria dos convidados e roteirização dos episódios.
“A parceria com o Emicida foi anunciada em outubro de 2021 e, desde então, estivemos juntos em shows, eventos e na nossa mais recente campanha de marca. O Emicida é um dos maiores artistas da atualidade e também um empresário, cantor, escritor e apresentador, além de apaixonado por podcasts. E o Chamaê é um projeto que desenvolvemos em parceria. É uma honra ter seu talento como contador de histórias para criar conversas que inspiram e emocionam as pessoas” esclarece Faria.
“O podcast é um formato muito poderoso” reflete Faria sobre a importância do gênero nos dias de hoje. “Ele abre espaço para conversas densas, para as sutilezas e nuances dos diferentes pontos de vista, para mistura de comentários leves com reflexões profundas – é como uma conversa boa que vai se desenrolando com o tempo. Além disso, o podcast se conecta muito bem à rotina das pessoas, seja no caminho do trabalho, arrumando a casa ou em um passeio de final de semana”, finaliza.
O primeiro episódio do Chamaê já está disponível em todas as plataformas de áudio e também no canal do banco no Youtube. Episódios novos serão lançados toda quarta-feira e todo os episódios do Chamaê terão ferramentas de acessibilidade, como transcrição de áudio e interpretação de libras.
A Brasilprev, uma instituição de previdência complementar que surgiu com a parceria entre Banco do Brasil e do Principal, empresa global de gestão de investimentos financeiros, também está apostando no formato. Nesta terça-feira, 16, a instituição lança nas redes uma série de episódios chamado Foca nos Sonhos.
Os videocasts fazem parte do plano de comunicação da empresa, que tem como objetivo conectar os jovens ao universo do planejamento financeiro. O projeto será apresentado pela jornalista Beatriz Bauer em parceria com colaboradores da Brasilprev e influenciadores digitais, como Pedro Gelli, Jade Seva e Anna Laura.
Foca nos Sonhos traz como assuntos principais discussões sobre empreendedorismo, viagens, mundo virtual, esportes e estilo. O projeto foi pensando em parceria com a agência GMD com a produção dos estúdios especializado em podcasts Half Deaf. Além das principais plataformas de podcasts, o conteúdo do Foca nos Sonhos também estará disponível no canal do YouTube da Brasilprev. Nas redes sociais, Foca nos Sonhos também deixa suas marcas, estando disponível por meio do Instagram: @_focanossonhos.
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