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Geração Z aumenta gastos com equipamentos para games e stream

Análise do Comportamento de Consumo, feita pelo Itaú, aponta um crescimento de mais de 300% em gastos com câmeras, microfones e outros equipamentos


17 de agosto de 2022 - 8h05

Antes já realidade, a vida online se intensificou durante os dois anos em que as pessoas se mantiveram em casa por conta da pandemia. O período foi decisivo para determinar e remodelar as características de consumo dos brasileiros, impactada não só pela crise sanitária, mas também pelas complicações econômicas decorrentes dela.

Um reflexo da mudança pode ser visto nos hábitos de compras dos indivíduos, que aumentaram em 82% os gastos com equipamentos como câmeras, microfones, entre outros, tiveram aumento 82% no montante gasto. O destaque vai para a geração Z, que desembolsou o correspondente a 333% na categoria. As informações são do relatório Análise do Comportamento de Consumo, feito trimestralmente pelo Itaú com base em dados do uso de cartões e comportamento de compra de clientes do banco referentes ao segundo trimestre de 2020.

(Crédito: Shutterstock)

A instituição acredita que tal resultado deriva da necessidade da melhoria do home office e para uso por streamers e gamers. O valor transacional aumentou em 646% quando comparado ao mesmo período em 2020. A vida online também fez com que oftalmologistas (+63%) e óticas (+21%) fossem mais procuradas pelo consumidor, com alta crescente na quantidade transacionada a partir do segundo trimestre de 2020.

O levantamento mapeou, ao todo, seis aspectos: tendência de comportamento no varejo, gastos internacionais, carreiras streamer, transportes, meios de pagamento e datas comemorativas. No primeiro semestre de 2022, a atividade econômica no Brasil foi marcada pela reabertura final no setor de serviços com o maior controle da pandemia e se manteve resiliente apesar dos altos índices inflacionários, conforme explica Julia Gottlieb, economista do Itaú.

Mesmo que os dois anos de crise tenham acelerado o consumo online, compras em lojas físicas foram responsáveis por 76% das transações, contra 24% no e-commerce. Já sobre a performance dos setores por valor transacionado tem como destaque o turismo (+205%); cultura, esporte e lazer (+87%) e locomoção e transporte (+84%), em relação ao segundo semestre do ano passado.

Nesta última categoria, a análise classifica que o maior movimento de pessoas nas ruas fez crescer o gasto com transportes públicos (153%), compartilhados – sobretudo motoristas de aplicativos, que registraram aumento de 89% no segundo trimestre – e próprios, que tiveram aumento de 62%, acima dos níveis pré-pandemia. Já o aluguel de automóveis subiu em 509% em valor de transação.

Ainda na movimentação do fim do isolamento social, o Itaú notou que o consumo de itens relacionados à aparência e artigos de luxo cresceram, sob a hipótese de os clientes buscarem “sair bem na foto”, conforme classifica a instituição. O aluguel de roupas e compra em lojas de couro e itens de luxo (considerados ramos emergentes) subiram 161% e 34%, respectivamente, em comparação com o segundo trimestre de 2021.

Quando o assunto é alimentação, o cenário da inflação influencia o comportamento frente às gôndolas. A Análise do Comportamento de Consumo motra que os clientes fizeram mais visitas aos mercados não para compras em si, mas para buscar ofertas. Além disso, os parcelamentos aumentaram. O ticket médio gasto à vista caiu em 4% enquanto o parcelado subiu a mesma porcentagem. Já o valor gasto aumentou em relação ao ano passado.

As pessoas também estão comprando mais fast food (+42%) com um valor transacionado também mais alto, com 56% a mais do que pagavam no segundo trimestre de 2021. E, apesar de alguns hábitos oriundos do isolamento social terem sido mantidos, o delivery não foi um deles, uma vez que aparece em queda segundo o Itaú: 44% a menos em quantidade comprada e 26% em valor.

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