Conheça as empresas mais antigas do mundo
Veja exemplos de empresas que conseguiram superar as adversidades econômicas e manter sua atuação após décadas e até séculos
Veja exemplos de empresas que conseguiram superar as adversidades econômicas e manter sua atuação após décadas e até séculos
Meio & Mensagem
16 de novembro de 2022 - 8h00
A longevidade dos negócios é algo que muitas empresas almejam. Em meio a diferentes situações econômicas que tomam conta da sociedade, muitas delas passam por provações para se manter em pé. Por isso, a lista das empresas mais antigos do mundo não costuma ser muito extensa.
São poucos os exemplos de empresas centenárias, que conseguiram resistir às adversidades econômicas e se adaptar às demandas dos novos tempos.
Manter uma empresa em funcionamento por um longo tempo é algo bem mais difícil do que iniciar a operação. No Brasil, por exemplo, seis de cada dez empresas abertas encerram suas atividades antes dos primeiros cinco anos de operação. O dado foi extraído da Demografia das Empresas e Estatísticas de Empreendedorismo, divulgada em 2019 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Por conta disso, aquelas companhias que conseguem atravessar décadas – e, algumas vezes, mais de um século – de atividades ininterruptas, entrando nas listas de empresas mais antigas do mundo, são exemplos de marcas valiosas, que conseguem encontrar meios de atravessar adversidades econômicas e, também, de conseguir adaptar seu produto ou serviço às necessidades dos consumidores, que também estão em constante transformações.
São vários os exemplos de acontecimentos e movimentações que influenciam diretamente na economia e, consequentemente, na saúde financeira das empresas e podem leva-las para a lista das empresas mais antigas do mundo. Um deles, amplamente citado nos livros de história, é o crash na Bolsa de Valores de Nova York, que impactou algumas das maiores economias do Mundo em 1929, incluindo o Brasil.
Conhecido como “Grande Depressão”, esse período foi um reflexo das consequências da Primeira Guerra Mundial. A superprodução somada a baixa procura, ao baixo poder de compra, altos preços e dificuldade de exportação, fizeram com que as ações de várias empresas despencarem, até que os produtos internos brutos (PIBs) dos países começassem a cair.
Essa crise afetou muitos países que voltavam de um grande choque causado pela Primeira Guerra Mundial. Algumas empresas foram à falência e não conseguiram voltar à vida. Dessa forma, o retrato que se tem é de ser um dos piores períodos econômicos dos Estados Unidos.
Recentemente, a pandemia causada pela Covid-19, que abateu todo o mundo a partir de 2020, também foi um grande baque na economia mundial. Como única medida de contenção da propagação dos vírus, as pessoas de vários países foram obrigadas a ficar por longos períodos dentro de cada, o que causou a paralisação de diversos setores da economia.
Segundo uma reportagem realizada pelo Poder360, a pandemia causou mais recessão que as duas Guerras Mundiais. O veículo se baseou no Relatório do Banco Mundial, que divulgou que 90% dos países tiveram uma retração em seu PIB em 2020.
Mesmo assim, existem empresas que sobrevivem e fazem parte da história dos negócios mundiais. Algumas entram no mapa por serem milenares.
Mesmo nesse cenário complexo, muitas empresas conseguiram evoluir. No podcast Growthaholics, da Ace, Pedro Waengertner, cofundador e CEO da empresa, Mike Ajnsztajn, sócio da ACE, e Tiago Alcantara, Content Strategist da companhia, explicaram que muitas empresas conseguem se manter durante as décadas e até séculos por preservar o DNA de sua criação e que, por isso, conseguem ser tão longevas.
Alguns exemplos de longevidade são a Disney e a IBM, que conseguiram dar continuidade aos serviços que se propuseram a fazer desde sua fundação.
No entanto, além desse compromisso com o DNA de sua formação, é importante que as empresas mais antigas consigam manter uma proposta inovadora que também seja capaz de atender às novas demandas do mercado, tanto por meio do entendimento dos novos desejos de consumo como pelo desenvolvimento de tecnologia que permitam melhor desenvoltura no trabalho.
Os desafios de levar o metaverso para a TV
Essa necessidade de acompanhar as transformações da indústria e da tecnologia se reflete bastante na indústria automobilística, que com o passar dos anos tiveram que acompanhar as novas necessidades da população e se atentar às questões atuais da mobilidade urbana nos grandes centros.
Outro ponto para os quais às empresas precisam voltar sua atenção e que impacta diretamente em sua longevidade no mercado atual é para o ESG.
A sigla em inglês para meio-ambiente, social e governança aponta os princípios que devem nortear a atuação das empresas não apenas como um ator comercial mas como uma organização com responsabilidades em relação à posição que ocupa na sociedade.
Seja por combinar diferentes princípios, por ter apresentado ao mercado uma inovação em determinada categoria ou por ter conseguido uma gestão resiliente em relação aos desafios econômicos, algumas empresas globais conseguiram atravessar os desafios do tempo. Veja, abaixo, algumas delas:
Criada em 1622 pela família Zildjian, a empresa sediada nos EUA tem origem turco-armênia. A marca é especialista em pratos de bateria e outros acessórios para instrumentos de percussão. Com o passar dos anos, a companhia expandiu seu portfólio e criou até uma linha de roupas e acessórios.
No Brasil, uma das marcas mais antigas do País é a Ypioca, que até hoje é uma das maiores produtoras de aguardente. Com sede em Marangape, no Ceará, a companhia foi criada em 1846 por Dario Telles de Menezes, português que fixou residência em terras brasileiras em 1843. Em 2012, a companhia deixou de ser uma empresa familiar para fazer parte do portfólio da multinacional Diageo, uma das maiores companhias de bebidas do Mundo.
A Ypióca atualmente conta com um museu, localizado em sua primeira sede, com objetivo de contar e preservar sua história. Lá, os visitantes podem passar por uma área fabril e entender como a marca foi construída.
O mercado automobilístico é um dos maiores e mais antigos do mundo. Uma das marcas mais longevas é a inglesa Vauxhall. Alexander Wilson foi o responsável pela criação da fabricante, em Londres, no ano de 1857, que é considerada “irmã” da Opel. Durante a sua história, a empresa já foi adquirida por grupos como General Motors (GM), em 1925, e PSA Peugeot-Citroën, em 2017. Em 2021, ela foi adquirida pela Stellantis.
Opel Automobile GmbH, é uma fabricante alemã de automóveis. A marca foi desenvolvida em 1863 por Philipp Wilhelm Opel na cidade de Rüsselsheim, na Alemanha. Atualmente as operações também pertencem à Stellantis.
A General Eletric Company surgiu com o nome de Edison Electric Light Company, em 1878, em Nova Jersey, nos Estados Unidos, fundada por Thomas Edison, como uma empresa com foco em energia, antes mesmo da invenção da primeira lâmpada elétrica. Com o passar dos anos, a marca começou a evoluir, até que em 1882, Edison construiu a primeira Central de Energia dos Estados Unidos, com sede em Nova York. Dez anos depois, J. P. Morgan, um dos principais investidores da companhia, assumiu o controle da empresa, que ganhou o nome de General Electric Company. Como parte de seu DNA, a empresa segue investindo em diferentes setores de tecnologia e inovação para a área de energia.
Em maio de 1886 nasceu aquela se tornaria a marca de refrigerantes mais famosa do mundo: a Coca-Cola Company, fundada por Dr. John Pemberton. A empresa ampliou atua atuação por diversos países e, hoje, conta com mais de 200 marcas em seu portfólio. Seu fundador serviu a primeira porção da bebida de mesmo nome na Jacobs’ Pharmacy em Atlanta, na Geórgia (Estados Unidos), dando origem ao que hoje se tornou o refrigerante a base de cola. Atualmente, a Coca-Cola já está presente em mais de 200 países no mundo e tem valor de mercado avaliado em cerca de US$ 260 bilhões.
Criada em 1891 por Armand Peugeot, a fabricante de automóveis Peugeot tem até hoje produção mundial. Seu criador é considerado um dos pioneiros da indústria automobilística e parte do hall da fama desse mercado. Atualmente, a marca faz parte do grupo PSA (Peugeot Citroën) e participou do resgate da Opel e da Vauxhall do grupo americano General Motors.
Em 1889, o japonês Fusajiro Yamamuchi fundou a Nintendo. A empresa, que atualmente é uma das grandes fabricantes de periféricos e jogos para vídeo-games, começou com a produção de cartões artesanais de um jogo tradicional japonês chamado Hanafuda. A empresa tem como seus personagens principais Pokémon e o Mario Bros. Os jogos eletrônicos se tornaram carros-chefes da empresa.
Atualmente conhecida como International Business Machines (IBM), a companhia nasceu em 1911, através da fusão das empresas Tabulating Machine Company, Computing Scale Company of America e International Time Recording Company, dando origem à CTR – Computing Tabulating Recording Company. A IBM tem sede em Nova York, nos Estados Unidos, e teve sua origem marcada pela junção de inúmeras empresas que tinham como objetivo automatizar transações comerciais. O nome e logo da companhia foram atualizados em 1924, dez anos depois do ingresso de um dos grandes nomes da marca, Thomas J. Watson. Atualmente, a marca tem produtos que vão desde hardweres a sistemas operacionais complexos, componentes, e linguagens de informática.
Criada originalmente como Disney Brothers Cartoon Studio, com Walt Disney e seu irmão, Roy, aquela se tornaria o maior conglomerado de entretenimento do mundo, teve sua história iniciada em outubro de 1923 com a distribuição da série Alice Comedies. Em 1927, Walt Disney iniciou a produção do desenho animado Oswald the Lucky Rabbit, mas logo perdeu os direitos de transmissão para seu distribuidor. Foi então que nasceu um dos personagens mais populares e simbólicos da companhia: o Mickey Mouse. Atualmente, a companhia tem diferentes frentes de negócios, com canais de TV fechada (Disney, Disney XD, ESPN), streamings (Disney+ e Star+), parques, sem contar as inúmeras franquias, como os filmes da Marvel fazem parte da gama de negócios da companhia.
Além da Ypióca, que figura na lista das marcas mais longevas de todo o mundo, o Brasil também tem sua lista de empresas que conseguiram prosperar ao longo do tempo.
Muitas dessas companhias passaram por diferentes mudanças de gestão ao longo de sua história e algumas seguem com o mesmo DNA de sua fundação. Veja alguns exemplos:
Criada em 1901, com a fundação da fábrica Pontas de Paris Johann, por Heinrich Kaspar Gerdau, a Gerdau, atualmente tem sede em outros 10 países. A companhia surgiu a partir da compra da Fábrica de Pregos Pontas de Paris, no Rio Grande do Sul e, posteriormente, foi incorporando outras empresas da área de produção de aço. Atualmente a empresa está sob o comando do CEO Gustavo Werneck.
A fabricante de chás Leão Júnior (mesmo nome de seu fundador), foi criada em 1901 e, em 1938, inaugurou no Brasil o chá pronto Matte Leão. A marca foi a mais forte desse segmento ao longo de décadas até 2007, quando foi adquirida pela Coca-Cola, passando a fazer parte do portfólio da gigante das bebidas.
Foi em 1980 que os irmãos Bruno e Hermann Hering abriram uma pequena confecção na cidade de Blumenau, em Santa Catarina, que mais tarde se tornaria uma das mais importantes marcas da área têxtil nacional. Além da fabricação, a empresa também ampliou seu negócio com a abertura de pontos de venda em diferentes locais do País.
Em 1910, os irmãos italianos Giuseppe e Nicola Puglisi agregaram os refinadores de açúcar em uma única operação, chamada de Companhia União dos Refinadores, no Estado de São Paulo. A companhia seguiu como uma das maiores produtoras de açúcar refinado do País e, no ano de 2005, foi comprada pela NovAmérica, que faz parte do grupo Cosan.
Outra empresa do segmento têxtil, a Malwee teve sua operação iniciada em 1906, mas em um segmento totalmente diferente do atual. No início, os irmãos Weege apostaram em uma fábrica de laticínios, localizada na cidade de Jaraguá do Sul, em Santa Catarina. Anos depois, a marca ainda comercializaria carnes e se voltaria à exportação de gasolina, até se voltar ao ramo de lojas de departamentos, já na década de 1960. A partir daí, a empresa se voltou à produção têxtil, criando outras marcas e exportando peças para todo o Brasil.
Leia também: O que é marketing multinível – e exemplos de empresas que praticam
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