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Marilan quer 600 mi pela sua marca

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Marilan quer 600 mi pela sua marca

Disputa pela fabricante de biscoitos de Marília (SP) está supostamente polarizada entre PepsiCo e Bunge


9 de fevereiro de 2012 - 9h15

A fabricante de biscoitos Marilan, da cidade de Marília (SP), só aceita vender a sua marca se receber propostas acima de R$ 600 milhões, mesmo valor que a PepsiCo pagou em 2011 pela goiana Mabel. A suposta venda da empresa fundada em 1957, também para a PepsiCo, foi aventada em novembro do ano passado, mas a negociação dá sinas de enfraquecimento devido à divergências no preço da marca. A oferta da multinacional norte-americana não foi oficialmente divulgada, mas presume-se que seja inferior às pretensões da família Garla, fundadora da Marilan. Outra que participa da disputa é a holandesa Bunge.

Com o suporte do banco BTG e dos advogados da Machado Meyer Sendacz Opice, o processo de venda é conduzido pelo presidente da Marilan, José Rubis Garla, filho do patriarca do clã, Maximiliano Garla, hoje com 88 anos. Mas o empresário já estuda uma alternativa à venda da empresa. Ele prefere manter a família no comando, caso não haja um acordo na precificação.

Para garantir os planos orçamentários da Marilan até 2013, José Rubis Garla terá que acertar com os bancos o prolongamento de uma dívida estimada entre R$ 80 milhões e R$ 90 milhões, além de aumentar o capital de giro da companhia em R$ 50 milhões. Com 2,2 mil funcionários e uma fábrica na sua cidade de origem, a Marilan viu as suas vendas líquidas caírem de R$ 418,5 milhões em 2008, com lucro de R$ 3,7 milhões, para R$ 380,9 milhões em 2010, um prejuízo acumulado de R$ 12,8 milhões.

Cenário
O crescimento do mercado brasileiro de biscoitos não passa dos 3% ao ano, o equivalente a vendas da ordem de R$ 6,8 bilhões no ano passado, mesmo cenário projetado também para 2012. De acordo com a Associação Nacional das Indústrias de Biscoitos (Anib), o setor vem sendo afetado especialmente pelo aumento entre 15% e 20% nos preços da farinha e da gordura. A categoria é liderada pela M. Dias Branco (23,4%), seguida pela Nestlé (9%) e Kraft (7,3%). O quarto lugar é justamente da Marilan, que fica quase empatada com a Bauducco (6,4%), marca pertencente à Pandurata Alimentos, além da Arcor (6,3%) e Mabel (6,1%).

A previsão para 2012 é que as vendas acumuladas pelos 600 fabricantes existentes hoje no País sejam puxadas pelos biscoitos recheados, com cobertura ou apelo saudável. Uma eventual aceleração do crescimento pode estar relacionada ao momento de consolidação do setor. As próximas investidas podem envolver empresas com forte atuação regional, principalmente as que estão instaladas no Sudeste, o maior consumidor de biscoitos do País. Uma delas é a fluminense Piraquê que, em entrevista publicada na edição dessa quinta-feira, 9, pelo jornal Valor Econômico, já descartou a possibilidade de venda. Além da compra da Mabel pela PepsiCo, a cearense Pelágio também foi adquirida pela M. Dias Branco.

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