Schin vs Petrópolis: disputa chega ao NE
Região vira palco estratégico na briga pela vice-liderança do mercado de cervejas
Região vira palco estratégico na briga pela vice-liderança do mercado de cervejas
Fernando Murad
9 de julho de 2012 - 11h24
O próximo embate das cervejarias deverá ocorrer no mercado do Nordeste, onde o consumo se mantém estável ao longo do ano por conta das altas temperaturas.
Na semana passada, a Petrópolis anunciou investimentos da ordem R$ 500 milhões para a construção de uma planta em Alagoinhas (BA) — cidade que já tem uma fábrica da Schincariol —, responsável pelo início da operação da companhia na região, que registra crescimento de consumo acima da média nacional. A unidade deve iniciar a produção num prazo de cinco anos. Nesse período, devem ser consumidos aportes de R$ 1,1 bilhão com a planta e o sistema de distribuição.
Enquanto isso, a empresa fundada por Primo Schincariol em Itu (SP) coloca neste mês de julho nos mercados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás e Tocantins) uma nova marca de cerveja, a Schin No Grau. “Apesar da relevância de Schincariol na região, tínhamos apenas Nova Schin. Precisávamos colocar outra marca. É uma aposta não só para o verão, mas para consolidar nossa posição no mercado”, conta Luciano Sadi, gerente de produto da Nova Schin.
Projeto que consumiu um ano de desenvolvimento — já era tocado antes da venda das ações da família para a Kirin —, Schin No Grau irá disputar o segmento mainstream com o apelo de leveza, posicionamento adotado recentemente por Antarctica Sub Zero, Brahma Fresh, Skol 360°(todas da Ambev) e Itaipava Light (Petrópolis). O teor alcoólico da nova marca é de 4,4%, menor do que o de Nova Schin (4,5%). O patamar de preço, na média, estará abaixo da coirmã. Ela será vendida incialmente apenas na embalagem de garrafa 600 ml, que representa 80% do mercado de bares da região.
A campanha de divulgação da nova cerveja, assinada pela Leo Burnett Tailor Made, também responsável pelo logo, começa ainda na primeira quinzena de julho com uma fase teaser. O plano de mídia dará privilégio à mídia exterior e ao rádio. A ideia central das peças é a de que, com a Schin No Grau, a diversão não para. O nome do produto, por sinal, foi inspirado na expressão “no grau”, usada na região para se referir a algo que está na medida certa para o gosto de alguém.
Rota do crescimento
O projeto da fábrica no interior da Bahia faz parte do plano de expansão da Petrópolis que contempla duas novas plantas em dois anos. O foco é a produção das marcas mainstream da empresa: Itaipava e Crystal. “Hoje o grupo se diferencia e cresce por ter oportunidades geográficas. Quando inaugurarmos as fábricas, a diferença de participação de mercado para o terceiro colocado deverá aumentar”, projeta Douglas Costa, diretor de mercado do Grupo Petrópolis.
De acordo com o executivo, a unidade fabril no Nordeste pode ser um trunfo na disputa pela vice-liderança, conquistada pela primeira vez em setembro do ano passado. “A nova fábrica abrirá caminho para aumentar a nossa participação de mercado em uma região onde ainda temos uma parcela modesta. Além disso, o Nordeste registra o maior nível de crescimento de consumo no País. Expandir nossa participação nesta região é fundamental para elevar o market share da Petrópolis nos próximos anos”, analisa.
Leia esta matéria na íntegra na edição impressa n° 1517 do Meio & Mensagem
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