Lenovo deve anunciar a compra da CCE
Marca brasileira de eletroeletrônicos já vinha sendo sondada pela Lenovo desde o fim de 2011, possibilidade que voltou à tona no último mês de março, quando a operação foi avaliada em cerca de R$ 1 bilhão
Marca brasileira de eletroeletrônicos já vinha sendo sondada pela Lenovo desde o fim de 2011, possibilidade que voltou à tona no último mês de março, quando a operação foi avaliada em cerca de R$ 1 bilhão
Meio & Mensagem
5 de setembro de 2012 - 8h30
A chinesa Lenovo, segunda maior fabricante de computadores do mundo com 14,7% de participação, atrás somente da americana Hewlett-Packard, dona de 14,9% do mercado global, deve confirmar nesta quarta-feira 5 os detalhes do seu negócio com a Digibras, atual proprietária da marca brasileira de eletroeletrônicos CCE, que em 2011 registrou um faturamento de R$ 1,6 bilhão, ante os US$ 29,57 bilhões obtidos pela Lenovo, que traça um plano cada vez mais agressivo de expansão. A CCE já vinha sendo sondada pela Lenovo desde o fim do ano passado, possibilidade que voltou à tona no último mês de março, quando a operação foi avaliada em cerca de R$ 1 bilhão, segundo informações da revista Exame.
O anúncio, que será feito pelo presidente mundial da múlti asiática, Yang Yuanqing, pode envolver somente a compra da marca CCE ou até mesmo de toda a Digibras, o que colocaria a Lenovo no mercado de televisores, segmento que hoje a marca só disputa na China. Hoje, a Digibras possui sete plantas industriais espalhadas entre Manaus e São Paulo, que produzem televisores, equipamentos de som e vídeo, celulares e fornos de micro-ondas. Há ainda a divisão CCE Info, que fabrica desktops, laptops e o tablet Wintouch, além da Digiboard, que monta placas eletrônicas e painéis de LCD e LED.
Classe C
A estrutura fabril da Digibras pode ajudar a Lenovo a acelerar a nacionalização da sua produção, afiando a política de preços e tornando a empresa cada vez mais competitiva. Hoje, a produção da Lenovo é importada pela Flextronics e, entre dezembro e janeiro, deve entrar em funcionamento uma fábrica em construção na cidade de Itu (SP), com investimentos de US$ 30 milhões, conforme anunciado no último mês de julho. "Quando você tem que adicionar impostos para o seu custo em um negócio PC, no qual as margens são muito pequenas, não há nenhuma chance de sucesso", declarou Milko Van Duijl, presidente da companhia para a Ásia e América Latina, em entrevista ao jornal Wall Street Journal, confirmando a intenção de ampliar o tamanho da subsidiária brasileira por meio de aquisições, além da construção de uma base produtiva nacional.
O objetivo é reduzir os custos operacionais e neutralizar as elevados taxas de importação para poder imprimir preços mais convidativos, especialmente para a classe C. O consumidor final é justamente a outra faceta apontada pelo negócio fechado com a Digibras. Hoje, os produtos da Lenovo estão especialmente direcionados para o mercado corporativo. Com a CCE, a marca pluga a sua atuação também junto à massa de consumidores que cada vez mais reserva recursos para a compra de equipamentos de tecnologia.
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