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Um evento sobre o passado

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Um evento sobre o passado

No Mobile World Congress, em Barcelona, debates mostram que, no universo das telecomunicações, não existe o presente. Existe o que já foi e o futuro


26 de fevereiro de 2013 - 3h30

Por Tiago Lara(*)

É fascinante o quanto o mercado de telecom é dinâmico, inquieto e totalmente voltado ao consumidor, e é justamente isso que o torna sempre tão "atrasado", sempre em construção.

Aqui, no MWC2013, o que se vê é um evento carregado de contrastes. Enquanto na imensa área de exposições as marcas (fabricantes, operadoras, desenvolvedores etc) mostravam suas últimas revoluções em conectividade (celulares, TVs e aparelhos de som que se comunicam pela simples aproximação etc, etc, etc), na área dos seminários esse assunto nem sequer foi citado (já era passado). A discussão girou em torno da mobilidade e por que o próximo passo é tão significativo e tão difícil de ser dado.

A tecnologia 3G revolucionou completamente o segmento, mas, agora, a "4G + cloud" revolucionará diversas outras indústrias. De carros a máquinas de refrigerantes, de hospitais a escolas, tudo poderá ser acessado, controlado e carregado com suas informações, e aí está o problema.

A indústria de telecomunicações funciona como um ecossistema, com operadoras, desenvolvedores e plataformas nas quais o desempenho perfeito de uma parte está diretamente ligado ao sucesso da outra. Mas, para esse novo passo, novos elementos precisarão entrar nesse ecossistema, não apenas conviver, e sim sobreviver.

Para o sistema de clouds realmente atender a demanda das pessoas, ele dependerá da evolução da indústria automobilística, para que, quem sabe um dia, talvez se possa abrir não apenas a porta ou ouvir músicas no celular, como também acessar fotos no display e monitorar os resultados, podendo até mesmo impactar no custo do seguro. Os médicos poderão acompanhar o dia a dia de seus pacientes e enviar alertas. Todos esses assuntos têm sido exaustivamente discutidos por aqui. E a indústria de telecom se vê agora no momento de "desenvolver parceiros", transferir know-how para outros segmentos, para que, assim, seu ecossistema continue crescendo e se desenvolvendo. 

Por isso é que insisto em dizer que, no universo das telecomunicações, não existe o presente, mas apenas o passado e o futuro.

 

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(*) Tiago Lara é diretor de planejamento estratégico da Leo Burnett Tailor Made e acompanha o MWC em Barcelona. Ele escreve como colaborador para Meio & Mensagem.

Leia também: "Mobilidade, marcas e as lições de Barcelona" 
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