Americana SFX compra metade do Rock in Rio
Roberto Medina se mantém na sociedade e na gestão da empresa. IMX, de Eike Batista, continua sócia, mas tem participação reduzida
Roberto Medina se mantém na sociedade e na gestão da empresa. IMX, de Eike Batista, continua sócia, mas tem participação reduzida
Alexandre Zaghi Lemos
21 de novembro de 2013 - 9h20
O Rock in Rio anunciou na noite desta quinta-feira 21 a assinatura de acordo de venda de 50% de seus ativos para a norte-americana SFX Entertainment, que tem entre seus sócios o Grupo WPP. O principal objetivo do negócio é expandir o evento criado por Roberto Medina para outros países, especialmente os Estados Unidos, onde a primeira edição está marcada para 2015. Medina será mantido como sócio e gestor da empresa.
Para viabilizar a entrada da SFX, será criada uma nova holding para controlar todas operações do Rock in Rio, na qual a empresa norte-americana terá 50% de participação. Esta holding passa a deter os ativos da Rock World, controladora atual do Rock in Rio, na qual a IMX, de Eike Batista e da multinacional IMG, continua sócia. Entretanto, com a entrada da SFX, a participação acionária da IMX no composto de todos os ativos do Rock in Rio será reduzida.
A expectativa do mercado era a da retirada da sociedade da IMX, que tornou-se sócia do Rock in Rio em maio de 2012. A venda da IMX e do Rock in Rio seriam possibilidades para ajudar o grupo de Eike a enfrentar suas atuais dificuldades financeiras.
“A parceria com a SFX nos permitirá acelerar o crescimento de nossa marca em novos territórios, além de possibilitar uma mudança de foco em uma era digital. Com a SFX, firmamos o compromisso no desenvolvimento de uma plataforma integrada de soluções de última geração, e acreditamos que nossa velocidade de crescimento será expressiva. Nossos patrocinadores terão uma plataforma ainda melhor para a exibição de suas marcas nos Estados Unidos, assim como já acontece nos países onde o Rock in Rio é realizado, onde o festival é a principal ferramenta de comunicação das marcas parceiras”, declara Roberto Medina, em comunicado oficial.
Criado em 1985, o Rock in Rio já realizou 13 edições, sendo cinco no Brasil (1985, 1991, 2001, 2011 e 2013), cinco em Portugal (2004, 2006, 2008, 2010 e 2012) e três na Espanha (2008, 2010 e 2012). Informações oficiais dão conta de que ao longo desses 28 anos o investimento na marca ultrapassou US$ 495 milhões. Já estão confirmadas novas edições para Lisboa, em 2014, e Rio de Janeiro, em 2015, quando o evento irá comemorar 30 anos.
Com sede em Nova York, a SFX foi fundada na década de 1990 pelo empresário de mídia Robert FX Sillerman, então controlador de emissoras de TV e rádio. No ano 2000, Sillerman vendeu a companhia por estimados US$ 4,4 bilhões para a Clear Channel, que a absorveu em sua área de entretenimento. Posteriormente, houve um spin-off que transformou a Clear Channel Entertainment na atual Live Nation (dona da Ticketmaster, entre outras propriedades). Em 2012, Sillerman retomou a marca SFX e passou a adquirir diversas empresas especializadas em produção e promoção de eventos ao vivo, especialmente de música eletrônica, mas com interesses também em mídia digital e mobile.
“Embora seja uma grande oportunidade para ajudar a fazer crescer a marca Rock in Rio, utilizando nossa rede internacional, é também uma oportunidade de aprender com a experiência operacional e comercial do Roberto Medina e do Rock in Rio, que são fenômenos globais. A música eletrônica tem se estabelecido entre os festivais de música moderna e esperamos que essa tendência cresça para divulgarmos ainda mais os DJs e produtores na nossa rede”, frisa Robert FX Sillerman, presidente e CEO da SFX Entertainment, responsável por eventos como Tomorrowland, TomorrowWorld, Mysteryland, Sensation, Stereosonic, Zoo Elétrica e Disco Donnie.
Em março, o Grupo WPP comprou parte da SFX por estimados US$ 10 milhões. “O desafio de navegar através da mídia digital e social é difícil para os clientes. Acreditamos que essa parceria pode desenvolver ainda mais as capacidades de conteúdo do WPP, particularmente nos novos meios de comunicação no segmento de consumo da juventude”, destacou, na ocasião, o CEO do WPP, Martin Sorrell. Em outrubro, a SFX concluiu a compra de 100% da holandesa ID&T, que tem escritório no Brasil, é dona do festival Tomorrowland e na qual a norte-americana já era majoritária desde março. Em fevereiro, a SFX já havia comprado a loja de música online Beatport. E, em outubro, a companhia de Robert FX Sillerman fez seu IPO na NASDAQ.
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