Com CGI, Clinton foca América Latina
Em evento promovido pela sua fundação no Rio, ex-presidente americano estimula a criação de alternativas com apoio da iniciativa privada para o desenvolvimento da região
Em evento promovido pela sua fundação no Rio, ex-presidente americano estimula a criação de alternativas com apoio da iniciativa privada para o desenvolvimento da região
Teresa Levin
9 de dezembro de 2013 - 3h21
Encontrar caminhos que incentivem o progresso social e econômico da América Latina. Com este objetivo, o ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton promove nesta segunda-feira, 09, e terça-feira, 10, a primeira edição da Clinton Global Innitiative América Latina (CGI América Latina). O evento, que conta com a participação de lideranças de diversos setores e autoridades, quer incrementar uma agenda positiva para a região e apontar caminhos através de uma série de reuniões e painéis que serão promovidos ao longo de dois dias.
Logo na abertura do evento, que está sendo realizado no Copacabana Palace, Clinton revelou a primeira iniciativa com foco no Brasil. Buscando combater o problema da obesidade, ele anunciou ao lado do CEO da Nike Inc. Mark Parker a chegada de um novo projeto da fabricante de artigos esportivos ao Brasil, o Designed to Move. Citando que entre 2006 e 2011 a população acima do peso saltou de 32% para 38% no País, Clinton divulgou a ação que visa beneficiar 45 mil brasileiros, através de um quadro colaborativo com sete entidades como a Central Única das Favelas. A ideia é criar experiências positivas integrando o esporte no dia a dia das crianças. A preparação de professores faz parte do projeto que, segundo Clinton, terá seu impacto avaliado pela CGI, ao lado do Governo Brasileiro. “A Nike e seus parceiros também vão realinhar créditos tributários no Brasil para financiar eventos esportivos”, antecipou.
Papel da inicitiva privada
Na sequência ao anúncio, Clinton comandou um painel no qual levantou principalmente o papel da iniciativa privada na melhoria da infraestrutura na América Latina, ponto considerado crucial para o desenvolvimento da região. Ao agradecer ao grupo de patrocinadores do evento, que inclui Grupo ABC, OAS, Itaú Unibanco e Andrade Gutierrez, entre outros, apontou o caminho que quer seguir com a promoção deste encontro. “Eles tornaram isto aqui possível e representam o que estamos tentando fazer aqui. Podemos resolver os problemas do mundo trabalhando juntos e criando cooperação com a iniciativa privada”, destacou.
Para Alicia Bárcena, secretária executiva da Comissão Econômica das Nações Unidas para America Latina e Caribe, (ECLA), o principal problema da região é a produtividade. “Com um crescimento baseado em consumo e pouco investimento em infraestrutura. Criar novos empregos é fundamental para nos tornamos a sociedade do conhecimento e da inovação”, falou.
Já Isela Costantini, presidente da General Motors Argentina, alertou para a necessidade de colaboração para a evolução da região. “Precisamos trabalhar como uma equipe, combater a pobreza e desenvolver o negócio. Não é uma empresa contra outra”, disse. Para ela, o investimento em infraestrutura é essencial. “Para que mais carros se não podemos dirigi-los?”, questionou.
Ricardo Villela Marino, vice-presidente executive do Itaú Unibanco, lembrou que o setor financeiro tem um papel essencial para capacitar poupança e investimetno, fornecendo proteção contra riscos indesejados e volatilidade. “Principalmente depois das crises que vimos globalmente. É importante analisar, enquanto sociedade e mercados, a contínua evolução deste ambiente. Precisamos trabalhar em conjunto com partes interessadas”, falou.
Clinton questionou o papel da iniciativa privada em relação aos investimentos em infraestrutura no Brasil. Para ele, a região da América Latina se beneficiaria se houvesse uma concordância entre governos visando facilitar investimentos privados. “Se há um déficit na América Latina, me parece crucial estabelecer normas e ideias igualitárias para incentivar isso”, apontou.
Para o vice-presidente executivo do Itaú Unibanco, muito já foi feito nos últimos 20 anos mas ainda há bastante espaço para aumentar a participação da inciativa privada. “A boa notícia é que o governo está lançando um novo conjunto de reformas em parte financiado pelo BNDES mas também pelo setor privado”, falou.
A CGI América Latina também contou com a presença da presidente Dilma Roussef em sua abertura. Além dela, o governador do Rio de Janeiro Sergio Cabral e o prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes, entre outras autoridades, compareceram aos primeiros painéis do evento esta manhã.
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