Simba faz acordo e canais podem voltar à TV paga
Após três meses mantendo Record, SBT e RedeTV fora da grade das operadoras, empresa aceitou proposta da Proteste
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Bárbara Sacchitiello
29 de junho de 2017 - 19h02
Atualizada em 30/6, às 10h11
Depois de mais de três meses mantendo seus três canais (Record, SBT e RedeTV) fora da grade das principais operadoras de TV por assinatura, a Simba Content aceitou mudar sua estratégia e poderá liberar o sinal dos canais ao cardápio de Net, Sky, ClaroTV e OiTV.
A mudança de postura da Simba Content aconteceu após um acordo com Proteste e Inadec – duas entidades que atuam na esfera da defesa do consumidor. “Entramos em contato com representantes da Simba e mostramos a grande quantidade de reclamações que tínhamos recebido de consumidores pela falta de acesso aos canais”, explicou Livia Coelho, advogada e representante da Proteste.
Segundo Livia, as duas entidades só procuraram a Simba Content após várias – e mal sucedidas – tentativas de conversas com as operadoras de TV paga. Há mais de um mês, a Proteste alertou as operadoras sobre a necessidade de ressarcir os assinantes pelo não-fornecimento dos canais. Como as operadoras recusaram-se a ouvir os apelos da entidade, a Proteste, então, decidiu tentar um acordo com o outro lado do embate.
De acordo com informações obtidas, a Simba Content aceitou o argumento da Proteste de que o retorno do sinal dos canais às operadoras seria um benefício aos assinantes desde que lhe fosse permitido continuar negociando com as operadoras pela remuneração do sinal de Record, SBT e RedeTV.
De acordo com a Proteste, uma vez que a Simba concordou em liberar o sinal, cabe, agora, ao Ministério da Justiça consultar às operadoras se elas aceitam a recolocação dos canais e, em paralelo, a continuidade das negociações com a Simba.
A reportagem apurou junto ao mercado que até a noite dessa quinta-feira, 29, as operadoras de TV por assinatura não haviam recebido qualquer tipo de documento que sinalizasse o acordo e a liberação do sinal dos canais. Com a transição do sinal de TV analógico para o digital passou a ser necessário que os produtores de conteúdo (os canais abertos) autorizassem cada operadora de TV paga a exibir seu sinal, uma vez que a regra do carregamento obrigatório (must carry) valia apenas para o sinal analógico.
Sob essa perspectiva, para os canais da Simba retornaram à grade das operadoras, bastaria apenas que Record, SBT e RedeTV enviassem a autorização de exibição para Net, Sky, ClaroTV, OiTv e demais empresas. Procurada, a Associação Brasileira de TV por Assinatura declarou que não comenta sobre as negociações entre Simba Content e as operadoras de TV.
Na noite dessa quinta-feira, 29, a Simba Content enviou um comunicado esclarecendo que a liberação do sinal continua atrelada à negociação com as operadoras de canais pagos. Leia a íntegra do comunicado:
A Simba vem esclarecer que, diferentemente do que está sendo noticiado de forma equivocada, não encerrou as negociações dos sinais das empresas que representa.
Continuamos perseguindo a negociação em torno de um valor justo, de forma equilibrada e de boa fé com todas as operadoras.
Sabemos que esta negociação trouxe impactos aos milhões de assinantes e, por esse motivo, ao sermos consultados pela entidade de defesa do consumidor Proteste sobre nossa concordância ou não em retornar com os sinais de RecordTV, RedeTV e SBT de forma temporária enquanto avançam as negociações, a Simba se posicionou favorável a isso, desde que fiquem preservados integralmente os diretos de negociar os sinais das emissoras de forma onerosa e sem prejuízo das ações em andamento.
Cabe agora às operadoras avaliarem a mesma disposição. Estamos empenhando todos os esforços no sentido de concretizar essa negociação na maior brevidade possível em benefício de todos.
“Simba não foi criada para ganhar dinheiro”
Embate sem resultados
Desde março, a Simba Content vem tentando convencer as operadoras de TV paga de que o fornecimento do sinal de Record, SBT e RedeTV deve ser remunerado, tal como acontece com as demais empresas de canais pagos. Reticentes a ideia de adicionais mais um custo ao seu negócio, as operadoras (com exceção da Sky) até chegaram a abrir diálogo com a Simba Content, mas nenhum acordo de preço foi firmado até então.
Desde o dia 1º de abril os assinantes de Sky, Net, ClaroTV e OiTV deixaram de ter acesso à programação dos três canais. A Vivo foi a única operadora que, por ter aberto aceitado dialogar com a Simba desde o início, teve autorização para manter os canais no ar.
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