Facebook apresenta sua plataforma de VOD
O Watch começará a ser testado nos Estados Unidos e para um grupo restrito de produtores de conteúdo; serviço concorre diretamente com Netflix e YouTube
O Watch começará a ser testado nos Estados Unidos e para um grupo restrito de produtores de conteúdo; serviço concorre diretamente com Netflix e YouTube
Luiz Gustavo Pacete
10 de agosto de 2017 - 9h11
O Facebook deu mais um passo em sua estratégia de conteúdo em vídeo na noite desta quarta-feira, 9. A empresa apresentou o Watch, seu serviço de conteúdo Video on Demand (VOD) que concorre diretamente com o Netflix, YouTube e outras plataformas de vídeo sob demanda. Inicialmente, o Watch será testado nos Estados Unidos e para um grupo restrito de produtores de conteúdo. Ele terá opções de acesso na aba do Facebook e também de forma separada por meio de um aplicativo. Inicialmente, o serviço será gratuito seguindo o mesmo modelo do YouTube.
De acordo com Daniel Danker, diretor de produtos do Facebook, o Watch estará disponível no mobile, no desktop e nos aplicativos de TV da plataforma. “Os vídeos que teremos inicialmente serão compostos de episódios – ao vivo ou gravados – e seguem um tema. Para facilitar a navegação, o Watch terá uma Watchlist”, escreveu Danker no blog do Facebook.
O Watch terá recursos que vão conectar a experiência de navegação do Facebook com a dinâmica de sugestão de conteúdo. “Por exemplo, você encontrará seções como ‘Mais falado sobre’, o que inclui vídeos que estão sendo compartilhados e visto por muitas pessoas. Aprendemos com o Facebook Live que os comentários e reações de pessoas a um vídeo são muitas vezes parte da experiência como o próprio vídeo”, escreveu Danker.
Twitter busca vocação como primeira tela
O executivo do Facebook chega a citar algumas produções que poderão estar no novo serviço como a série motivacional de Gabby Bernstein. Ou os jogos transmitidos pela Major League Baseball. “Estamos entusiasmados por ver como criadores de conteúdo e editores vão usar a plataforma para se conectar com seus fãs e comunidade”, conclui.
Assista ao vídeo de introdução ao Watch.
O Watch é mais uma estratégia de vídeo do Facebook que vem evoluindo nos últimos meses. Em fevereiro deste ano, o Facebook lançou um aplicativo para assistir a vídeos da rede social em aparelhos de TV. Disponível para Apple TV e Amazon Fire TV e para as smarTVs da Samsung, o objetivo da plataforma era reunir os vídeos compartilhados na televisão. Na ocasião, Dan Rose, vice-presidente de parcerias de conteúdo da empresa, afirmou que “muitas pessoas salvam o vídeo para ver mais tarde e por isso a ideia de ter um hub em TVs”.
Em maio deste ano, uma notícia publicada na Reuters afirmava que o Facebook havia fechado uma parceria com empresas de mídia como Vox Media, ATTN e Group Nine Media para produzir conteúdo original. Segundo a Reuters, a empresa está disposta a investir até US$250 mil por episódio, ou entre US$10 mil e U$35 mil para cada vídeo curto.
Um dos maiores saltos do Facebook neste sentido foi em 2015 quando a empresa começou a liberar o recurso de vídeo ao vivo para todo o mundo. A estratégia de conteúdo premium em vídeo do Facebook também é presente na estratégia de outras empresas. Em outubro de 2015, o Google anunciou o YouTube Red, plataforma de conteúdo pago e com produção original. E, no início deste ano, o Twitter fechou uma parceria de conteúdo em vídeo com várias empresas de mídia como Bloomberg, BuzzFeed e Vox Media.
No início da semana, a Disney anunciou que deve retirar seus filmes e séries da Netflix a partir de 2019, focando no desenvolvimento de um serviço on demand (VOD) exclusivo da marca. O anúncio foi feito junto à divulgação dos rendimentos da empresa no último trimestre. Em um call com acionistas, o CEO e chairman da Disney, Bob Iger, disse que a companhia tem a intenção de intensificar seus investimentos na BAMTech, empresa de streaming ao vivo. Ele afirmou que a aquisição de US$ 1,6 bilhão em ações da companhia vai permitir que a Disney crie a “mais robusta plataforma de streaming ao vivo no mercado”.
Compartilhe
Veja também
Como a possível divisão do Google impactaria o mercado publicitário?
Possível separação de propriedades do Google, como o Chrome, poderia prejudicar anunciantes e publishers de pequeno porte, segundo especialistas
Governo dos EUA oficializa pedido de divisão entre Google e Chrome
Após ter expressado sua intenção um dia antes, Governo dos Estados Unidos oficializa pedido de separação do Google, por meio da venda de seu navegador Chrome