20 de dezembro de 2018 - 14h18
Fábio Carvalho, novo CEO do Grupo Abril (crédito: Divulgação)
Nesta quinta-feira, 20, acionistas do Grupo Abril assinaram contrato de venda de todas as suas ações da empresa ao empresário e advogado Fábio Carvalho, dono da sociedade de investimentos Legion Holdings. O negócio, com expectativa de conclusão em fevereiro de 2019, levará o profissional a assumir como CEO do grupo, no lugar da Marcos Haaland. O acordo ainda precisa que algumas de suas condições sejam aprovadas pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e que estejam disponíveis novos recursos de financiamento, capazes de reestruturar a empresa.
A transação não exclui da empresa os atuais executivos da Abril e nem os profissionais da Alvarez & Marsal, hoje à frente da coordenação do grupo. Fábio Carvalho, conhecido por adquirir companhias em crise financeira com o objetivo de recuperá-las, contará com a estrutura da Legion Holding, formada por especialista em renegociações de dívidas e transformações operacionais, em sua gestão.
“A história do Grupo Abril está intimamente relacionada com os grandes eventos políticos e econômicos que marcaram a história do Brasil nas últimas décadas. A capacidade e importância jornalística do Grupo é inegável. Não temos dúvida dos méritos e qualidades que permeiam as companhias do Grupo e que serão os pilares sobre os quais nos apoiaremos para superar os grandes desafios que se apresentam”, afirma Carvalho.
Giancarlo Civita, ex-presidente do Grupo Abril, disse, em nota, que com a venda “a família Civita delega a ele a tarefa de administrar os desafios e as oportunidades que estão no horizonte da nova mídia. Fábio reúne as características de empreendedor e a visão de negócio que os novos tempos exigem. Desejamos a ele muito sucesso”. Acrescentou que a família não tem “dúvida dos méritos e qualidades que permeiam as companhias do Grupo e que serão os pilares sobre os quais nos apoiaremos para superar os grandes desafios que se apresentam”.
Em agosto, a Abril entrou em recuperação judicial. Com dívidas de R$ 1,6 bilhão, o grupo protocolou, recentemente, a proposta de pagar 8% desse valor em até 15 anos, com 36 meses de carência.