Nathalia Arcuri testa reality show de finanças no YouTube
Em entrevista ao M&M, Nathalia fala sobre a criação do Reality Me Poupe!, que acompanhou a trajetória financeira de uma fã durante quatro semanas
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Karina Balan Julio
21 de dezembro de 2018 - 9h00
Produzir um programa que combine entretenimento e transformação financeira. Este era o objetivo de Nathalia Arcuri, dona do canal “Me Poupe!”, quando concebeu um conceito de reality show financeiro. Três anos após ter criado o canal – e sete anos depois de ter tentado vender a ideia a canais de televisão-, ela colocou no ar nesta quinta-feira, 20, o primeiro episódio do “Reality Me Poupe!” no YouTube.
Inspirado em reality shows de extreme makeover, o programa acompanha durante quatro semanas a jornada da professora da rede estadual Bruna Vieira. Com uma dívida de cerca de R$70 mil, Bruna foi escolhida entre mais de 900 inscritos para passar por um processo de mentoria financeira.
Para o “Me Poupe!”, o programa é uma chance de se aproximar de um público novo, que nem sempre se sente preparado para economizar e começar a investir. O reality é patrocinado pelas marcas Udemy, 99, Serasa e Modal Mais, e já tem prevista uma segunda temporada.
Outro marco para Nathalia Arcuri este ano foi ter sido a autora da obra brasileira mais vendida do site da Amazon, o livro “Me Poupe!:10 passos para nunca mais faltar dinheiro no seu bolso”.
Em entrevista ao Meio & Mensagem, Nathalia falou sobre os planos para o reality e sobre a diversificação dos negócios do canal. Além de cursos online, nos quais o Me Poupe! já investe, Nathalia tem a vontade de criar uma linha de produtos básicos, como produtos de limpeza e higiene.
Confira a entrevista abaixo.
Um dos aspectos mais interessantes do reality é trazer o público do Me Poupe! para o centro do conteúdo. Como foi a concepção do projeto?
Sempre fui apaixonada por realities de conflito e extreme makeover, como Esquadrão da Moda e Irmãos à Obra, e também por outros realities mais focados em empreendedorismo. Imaginava que algo poderia ser feito no mesmo estilo sobre educação financeira. A ideia surgiu há cerca de sete anos quando eu ainda trabalhava na TV, mas acabou não indo para frente. Como eu acreditava muito no formato, comecei a me abastecer de informações e conhecimento para tornar o programa possível, afinal queria que fosse algo real e que gerasse uma mudança verificada na cabeça das pessoas. Também comecei a estudar melhor os processos de seleção de personagens e elementos cruciais deste formato. O Me Poupe! foi crescendo e fomos testando formatos menores de reality. Fizemos, por exemplo, um reality online para contratar um assistente de comunicação em 2017. Para o novo reality, tivemos bastante cuidado para não deixar o programa complexo ou superficial demais.
Que elementos você buscou no primeiro participante do reality show, que veio a ser a Bruna? De que forma ela gera identificação com o restante da audiência do Me Poupe!?
Fizemos um processo seletivo em agosto e tivemos mais de 980 inscrições. Nosso desafio era mudar o mindset da pessoa que seria nossa personagem, e permitir que quem assistisse pudesse adotar em sua vida as mesmas técnicas que nossa personagem usou. Também queríamos atrair um novo público. O público geralmente procura o Me Poupe! está preocupado em investir, ou tem pelo menos curiosidade de investir. Queríamos trazer para nosso universo pessoas que acham que não podem investir porque estão devendo ou porque não têm dinheiro para isso. Daí veio a nossa ideia de pegar uma pessoa muito falida. Além disso houveram alguns critérios artísticos: também avaliamos se as pessoas falavam bem e se aguentariam o tranco. Uma psicóloga nos ajudou a fazer essa triagem no processo seletivo.
Pensa em expandir o reality para outras temporadas ou temas?
Nosso plano é que o reality venha a ser nosso carro-chefe e tenha várias temporadas, até para que possamos trazer perfis de pessoas diferentes para gerar melhor identificação com nosso público. Esta primeira temporada vai ser como um piloto comercial, para mostrarmos ao mercado a que viemos e que este tipo de programa dá retorno.
Seu livro foi o mais vendido da Amazon este ano. Além disso, em 2018, o Me Poupe! também investiu em cursos online. Qual é a estratégia de diversificação de receitas da marca? Qual é o papel da publicidade dentro da receita total do Me Poupe!?
Este anos fizemos pela primeira vez um curso online, que contou com 2400 alunos. É um produto totalmente desenvolvido e vendido por nós, e é um modelo no qual acreditamos bastante. Além disso, acreditamos muito na expansão da marca no mercado de licenciamentos. Não falo da venda de camisetas, por exemplo, mas de produtos de necessidade básica como produtos de limpeza e higiene, que custam caro. Estamos começando a pensar nisso agora, mas nosso foco para 2019 ainda é fazer o reality e os cursos crescerem. No ano que vem teremos duas turmas do curso online. Em 2017, nossa receita ainda vinha 100% da publicidade. No último ano, 50% das receitas vieram de publicidade e 50% vieram destes outros projetos. Temos um critério de avaliação bem rigoroso para marcas com as quais a gente trabalha, e por isso preferimos marcas que estejam extremamente alinhadas com consumo consciente, por exemplo, ou que tenham um bom custo-benefício em seus produtos.
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