As redes sociais que merecerão atenção das marcas em 2019
Profissionais da área apontam analisam as plataformas que podem trazer resultados eficientes aos anunciantes
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Bárbara Sacchitiello
14 de janeiro de 2019 - 6h00
Ambientes digitais aos quais as pessoas dedicam boa parte de seu tempo diário, as redes sociais já se tornaram, há tempos, importantes ferramentas na composição de estratégias de comunicação de anunciantes de diferentes portes.
Diferentemente dos meios tradicionais, no entanto, as redes sociais são plataformas de mídia mais dinâmicas, cuja importância pode crescer ou diminuir de forma rápida e de acordo com a evolução dos hábitos de consumo dos usuários. Somando isso às inovações que as plataformas vão disponibilizando – recursos de vídeo, ferramentas de grupos, reformulação de timelines –, selecionar as redes sociais mais adequadas ao público-alvo de cada marca é um desafio que exige cada dia mais precisão, análise de dados e entendimento dos anseios de quem está do outro lado das telas dos computadores e smartphones.
Com a ideia de desenhar o possível cenário das redes sociais que mais podem se adequar as estratégias de marcas neste ano de 2019, a reportagem questionou alguns profissionais de agências digitais e empresas especializadas em social media. Antes de citar uma ou outra rede, os profissionais destacaram a importância de compreender como o ano de 2018 trouxe à tona questões sobre a credibilidade e transparência dessas plataformas.
Embora acreditem que os casos de vazamento de dados ainda não tenham impacto direto na relação da maior parte dos usuários com as redes sociais, os profissionais ressaltam que, nas negociações de publicidade, todos esses episódios acabaram acendendo um sinal de alerta, cujos efeitos reais deverão ser observados com o tempo.
Confira, abaixo, os depoimentos de alguns profissionais de agências a respeito das redes sociais e ferramentas que poderão ser exploradas de forma eficaz para as marcas em 2019:
YouTube e Facebook ainda gigantes:
“Não teremos muito em breve uma grande plataforma que substitua as anteriores (como foi o Facebook em relação ao Orkut, por exemplo). O olhar está cada vez mais no conteúdo e em como impactar as pessoas certas do que escolher e apostas em construir audiência em um canal. Uma marca pode fazer uma campanha inteira no Instagram Stories sem ter um perfil e postar conteúdo perene lá. Olharia com carinho para duas vertentes de conteúdo: educacional e entretenimento. Continuaremos olhando com atenção para os gigantes Facebook (que tem sido amplamente questionado quanto à privacidade e fake news) e YouTube (que é muito mais do que uma rede social, é a segunda ferramenta de busca mais usada no Brasil). Atuaremos de forma mais ampla e com mais possibilidades criativas com Instagram e WhatsApp, com formatos de mídia vindo por aí, e voltaremos a participar de conversas ao vivo pelo Twitter.” – Larissa Magrisso, VP de criação e conteúdo da W3Haus.
Stories, live vídeos e bots
“Do ponto de vista dos consumidores, três movimentos se consolidara em 2018. O primeiro é a hegemonia dos Stories: Instagram e WhatsApp, inspirados no Snapchat. O segundo são as transmissões ao vivo, principalmente via Facebook. E o terceiro são os bots e a mensageria, embora ainda estejam longe de conseguirem oferecer a usabilidade e inteligência que prometem. 2019 será um ano de consolidação dos Stories e da evolução da mensageria. Sem dúvida, Instagram e WhatsApp são as principais plataformas de destaque para esses fenômenos e precisarão estar presentes nas estratégias das marcas. O ambiente quase imaculado do WhatsApp para as marcas é nosso maior desafio. Além disso, é interessante observar algumas redes de nicho, como o TikTok, antigo Musically. E, apesar do conglomerado do Google estar sempre atrás quando o assunto é redes sociais, não podemos ignorar a força das comunidades do YouTube.” – Gabriel Borges, VP de estratégia da Ampfy.
Personalização e uso de influenciadores
“O comportamento do usuário está mudando. O ano passado foi crucial para balançar a confiança nas plataformas sociais, com escândalos de vazamento de dados e a disseminação desncontrolada de fake news. Junto a isso, temos usuários cada vez mais pensando em melhorar a sua própria experiência diária. A personalização, a interação e o real time cada vez mais ganham força e significado para gerar algum tipo de conversão. Com o boom dos Stories (iniciando com o Snapchat e depois Instagram, Facebook, WhatsApp e agora até com o LinkedIn testando), o consumo desse formato entrou na rotina dos usuários e as marcas ainda possuem abertura e chances de mostrarem que podem entrar na onde, sem tornar tudo propaganda. As marcas que entenderem os conteúdos criativos que melhor se conectam ao público vão atingir ótimos resultados. Os chatbots ainda estão engatinhando no Brasil, tanto em tecnologia quanto em criatividade de uso, mas com algumas ações pontuais já começam a mostrar que este formato é uma boa maneira de resolver uma necessidade dos usuários e entregar uma experiência personalizada.” – Regina Colon, head de social media da Rapp.
LinkedIn para conteúdos densos
“Quando o foco é conteúdo para as massas, acredito que as marcas devam se concentrar em uma casadinha de YouTube com Stories. Se estamos falando de um conteúdo mais denso, segmentado, a atenção deve ser voltada para o LinkedIn, que tem se tornado minha rede predileta ultimamente. Já quando o foco é impacto via mídia, Facebook e Instagram ainda continuam tento uma relevância e conversão significativa. O WhatsApp que poderá evoluir sua versão business e encontrar modelos que viabilizem a atuação das marcas de uma maneira mais impactante e estratégica, pode se tornar um foco interessante. Creio que Facebook continue perdendo força, em um efeito Orkut que já vem acontecendo nos últimos dois anos. Por outro lado, o Instagram deve continuar crescendo, assim como LinkedIn e WhatsApp. Este último ainda com potencial exponencial de crescimento e de exploração. O Twitter é uma incógnita, que poderá se beneficiar de um efeito “trump” no Brasil por conta da promessa de ser o canal oficial de comunicação – e possível polêmica – do novo governo Bolsonaro.” – João Passarinho Netto (VP Estratégia Digital da Jotacom)
Mais do que redes: é hora de vídeo e Stories
“O WhatsApp já se consolidou como uma fonte massiva de informação e entretenimento. Por não ser oficialmente aberto para os grandes anunciantes até então, é possível que muitas marcas não tenham se dado conta de que é lá que a maior parte das audiências constrói e exprime opinião, o que pode evoluir com a popularização do WhatsApp for Business. Para 2019 vejo dois formatos muito populares – vídeo e stories – que devem disputar atenção nos principais canais. Exemplos disso são os lançamentos do Facebook Watch para o Brasil (rivalizando com o YouTube) e o YouTube Reel, que entra na briga com o Instagram Stories. As plataformas estão evoluindo e se modificando constantemente, o que não deve ser confundido com perderam performance ou importância. Talvez o Facebook não entregue para determinado público o engajamento que o Instagram entrega, mas seja indispensável para determinado público o alcance em ações de awareness, por exemplo. Entraremos finalmente na era em que a social media é invariavelmente pautada por dados, onde não basta ter feeling ou relatórios preliminares sobre os hábitos de consumo do target. É preciso acompanhar o feedback de cada audiência.” – Esther Sá, head de conteúdo da ID\TBWA
Menores públicos e novos canais
“Acredito que, para esse ano, a estratégia para conseguir retomar a credibilidade das redes será utilizando as comunicações com grupos menores que oportunizam mais transparência e, com isso, será possível compartilhar insights e tendências. Outra forma é utilizar canais que são menos explorados hoje, como o Pinterest. O Facebook e Instagram continuarão sendo as principais mídias nas estratégias das empresas, pois elas são as maiores, que têm mais público e as mais relevantes. O YouTube também terá um papel importante nesse ano e, além disso, o LinkedIn vem se fortalecendo bastante nos últimos anos. O Twitter também terá um crescimento nos produtos.” – Douglas Ribeiro, gerente de operações da GhFly
Família Facebook
“Recentes estudos da Socialbakers sobre engajamento nas principais redes sociais mostrou que os profissionais de marketing que buscam gerar valor para seus negócios por meio do marketing digital podem encontrar mais oportunidade em termos de escala e interação do público no Facebook e em sua família de aplicativos. Dentre essas opções, sem dúvida o Instagram sai em disparada quando o assunto é engajamento por usuário. Embora o Instagram tenha um público total menor em comparação ao Facebook, os usuários da rede de compartilhamento de fotos e vídeos são muito mais ativo. Por isso, o Instagram se torna uma plataforma cada vez mais poderosa para capturar o engajamento de qualidade dentro de comunidades pequenas, o que pode ser valioso para as marcas. De forma geral, a rede menos interessante é aquela em que a marca está presente, mas não tem uma estratégia estabelecida ou um objetivo claro.” – Alexandra Avelar, country manager da Socialbakers
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