87% dos clientes bancários estão dispostos a testar fintechs
Pesquisa da iProspect aponta desafios e oportunidades da transformação digital no setor financeiro no Brasil e na América Latina
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Meio & Mensagem
27 de junho de 2019 - 6h00
O estudo “A nova relação digital: uma história sobre finanças e o setor bancário”, da iProspect, revela o perfil, desafios e oportunidades de transformação digital no setor financeiro do Brasil e da América Latina, mercado em que 45% da população adulta não está atrelada a instituições financeiras e que tem uma das maiores penetrações digitais do mundo.
O levantamento aponta que 21% dos clientes bancários têm intenção de manter negócios com seus bancos atuais e 87% dos consumidores estão dispostos a conhecer um player não tradicional (as fintechs). A pesquisa revela que o potencial de geração de receita a partir das pessoas que não têm nenhum ou têm pouco acesso aos bancos, pode chegar a US$ 34 bilhões, o que impulsiona tanto o setor financeiro quanto o comércio tecnológico.
Segundo a iProspect, o intuito do estudo – desenvolvido com base em entrevistas de quatro mil consumidores do Brasil, México, Colômbia, Chile e Argentina –, foi entender a relação das pessoas com os bancos e as fintechs para ajudar players do setor a resolver questões como: de que forma a população da América latina está aberta a compartilhar seus dados, a aceitar consultores-robôs e a fazer transações bancárias por meio da tecnologia.
Por outro lado, a pesquisa aponta que 32% dos consumidores já utilizam serviços bancários tradicionais e não tradicionais e 25% gerenciam suas finanças em ambientes digitais. Dos entrevistados, 68% dos consumidores optam por bancos tradicionais por apresentarem transações seguras, 56% confiam na estabilidade da instituição, 49% confiam no banco, e 43% afirmam que existe uma filial perto de suas residências.
Ainda, 46% dos consumidores esperam das instituições bancárias uma solução de atendimento de última geração, disponível 24 horas; 35% querem websites intuitivos para desktop e dispositivos móveis; e 34% buscam por bancos que tenham programas de benefícios.
Mercado brasileiro
O Brasil é abordado na pesquisa separadamente porque se trata de um mercado com alta concentração, baixa concorrência e grande potencial. São mais de 50 milhões de pessoas sem acesso a serviços bancários. Com esse olhar, o levantamento revela que 73% dos brasileiros gerenciam suas finanças fazendo uso regular de serviços online e 81% estariam dispostos a mudar para um provedor não tradicional, seja uma empresa de tecnologia, como a Amazon ou o Google, ou uma empresa de varejo, como a Renner. Provedores não tradicionais apresentam pontos fortes como aplicativos melhores, taxas mais competitivas, maior flexibilidade e melhores opções de ponto-a-ponto.
Segundo o estudo, algumas mudanças nas instituições financeiras merecem destaque como empresas de tecnologia financeira que agora podem emprestar dinheiro sem a intermediação de bancos e o desmembramento do setor de pagamentos desde 2010. E ainda ressalta iniciativas em andamento sobre criptomoedas, tokens e câmbio internacional.
*Crédito da imagem no topo: RawPixel/Pexels
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