Com novo estúdio Globo prevê R$ 4,2 bilhões para conteúdo
Novo MG4 aumenta capacidade de produção em 50%: só em tecnologia, está previsto R$ 1,1 bilhão por ano
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Teresa Levin
9 de agosto de 2019 - 9h50
Três estúdios que receberam um investimento de mais de R$ 200 milhões em sua construção e estão sendo apresentados pelo Grupo Globo como o mais moderno complexo de produção de conteúdo da América Latina. Ocupando uma área construída de 26 mil metros quadrados, o MG4 foi inaugurado nessa quinta-feira, 8, numa festa com presença de parte do elenco da emissora e um show de Caetano Veloso e seus filhos, além de painéis de conteúdo com nomes como Pedro Bial, Bia Lessa, Andrucha Washington e Andréa Barata Ribeiro, no Rio de Janeiro.
Os estúdios levaram cinco anos para serem construídos, entre o desenvolvimento de pesquisas e as obras. Uma equipe de profissionais visitou alguns dos principais players de audiovisual no mundo para estudar o conceito — Walt Disney Pictures, Sony, BBC e Paramount, entre eles. Câmeras e microfones sem cabos, equipamentos em 8K e adaptados para tecnologias futuras, em um local que está sendo promovido pela Globo como um espaço de inspiração e inovação.
O MG4 possibilitará um aumento da capacidade de produção em 50%, segundo a emissora. Ele começou a ser pensado em 2014, quando a Globo chegou perto de bater 100% de capacidade. “Olhando a longo prazo, havia a certeza da necessidade da ampliação de espaços para a produção, com cenários fixos e qualidade de vida para quem se dedica as produções aqui”, explicou Carlos Henrique Schroder, diretor geral da Globo, na apresentação do MG4 à imprensa. “Olhando o mundo já tínhamos Netflix, as OTTs nascendo. Foram três anos de pesquisa profunda, porque precisávamos ampliar esta capacidade de produção, torná-la melhor e mais efetiva”, falou.
O presidente executivo do Grupo Globo, Jorge Nóbrega, reforçou que o MG4 é parte de uma grande transformação da empresa. “Vivemos uma mudança muito grande porque estamos mudando o modelo em que estávamos focados, de distribuir conteúdo através do sinal da radiodifusão, cabo ou satélite, onde não tenho uma interação direta, para uma via de mão dupla com o nosso consumidor. Seremos uma empresa que se relaciona direto com o consumidor, o futuro está aí”, alertou. Neste cenário, seguindo modelos que já estão em prática em outros mercados, a tecnologia é essencial, sempre associada ao conteúdo. “A tecnologia não chega como suporte, mas inserida no conteúdo para garantir experiências para o consumidor consumir onde quiser, como e do jeito que quiser”, disse o presidente.
Jorge explicou também a relevância crescente da estratégia de dados. “Estamos fazendo um investimento enorme em pessoal e tecnologia para ter inteligência de dados, acompanhar a jornada do consumidor, saber o que ele quer, faz, gosta, precisa, ter um relacionamento individual e com coletividade”, afirmou. Segundo o executivo, este é um projeto que levará em torno de três anos para ser implementado. Ele envolve, apenas em tecnologia, um investimento anual de R$ 1,1 bilhão nesse período, além de um maior investimento em conteúdo. “Nos próximos quatro anos, em termos de conteúdos próprios e de terceiros que a gente adquiri e cura, em entretenimento nosso investimento será em torno de R$ 4,2 bilhões ao ano. E isso faz nossa base de custos subir, vamos sacrificar um parte do nosso resultado operacional nos próximos três anos para financiar nosso processo de transformação”, frisou.
Mercado
Este novo momento vem acompanhado de mudanças na atuação comercial da Globo, que será mais flexível. “Vamos administrar segundo a demanda dos nossos anunciantes”, disse Jorge. Ele acrescentou que a empresa será mais parecida com uma companhia aérea ou um hotel. “Em que os preços mudam todos os dias, não dá mais para pensar em tabela fixa. Teremos projetos feitos com os clientes. É uma mudança grande na forma de vender publicidade”, atestou.
Inicialmente o MG4 será utilizado prioritariamente para a produção de novelas. Vale citar que o diretor geral da Globo fez questão de frisar que este lançamento não interfere na parceria que a emissora já tem com o mercado para produção de conteúdo. Hoje a emissora produz junto a empresas como Conspiração, Gullane e Mixer. “Esta relação continua é necessária, temos talentos lá e cá, é uma troca essencial para que continue sendo uma relação forte”, observou Schroder. Haverá, no entanto, maior curadoria. “Mas é uma relação necessária, saudável, e que continuará”, reforçou.
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