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Twitter irá banir anúncios políticos da rede social

CEO da plataforma, Jack Dorsey declarou que a empresa acredita que as mensagens de teor político devem se propagar de forma espontânea e não mediante pagamento para terem mais alcance


30 de outubro de 2019 - 18h40

(Crédito: Charles/Unsplash)

O CEO do Twitter, Jack Dorsey, usou a própria rede social para anunciar nesta quarta-feira, 30, o fim de anúncios políticos pagos na plataforma. A decisão de bloquear os anúncios acontece em um momento de discussão a respeito das políticas das redes sociais em relação à exibição de campanhas eleitorais.

“Tomamos a decisão de banir toda publicidade política no Twitter, em todo o mundo. Acreditamos que as mensagens políticas deveriam ser disseminadas e não promovidas (pagas). Por uma série de razões. Uma mensagem politica ganha alcance quando as pessoas decidem seguir uma conta ou retuitar um post. Pagar pela distribuição do conteúdo tira essa decisão, forçando a otimização e o direcionamento das mensagens políticas às pessoas. Achamos que uma decisão assim não pode estar relacionada a dinheiro. Por mais que a publicidade digital seja incrivelmente poderosa e muito efetiva para os anunciantes comerciais, esse poder traz riscos significativos à política, que pode ser usado para influenciar votos e, com isso, afetar as vidas de milhões de pessoas”, escreveu Dorsey, na rede social.

https://twitter.com/jack/status/1189634360472829952

Os problemas que envolvem as redes sociais e as campanhas publicitarias têm sido devidamente documentados desde as eleições de 2016 dos Estados Unidos, quando Facebook, Twitter, YouTube e outras plataformas ficaram sujeitas a ataques de governos estrangeiros e da mídia estatal na tentativa de influenciar o discurso público.
Após essa revelação, as plataformas atualizaram suas políticas globais em relação às mensagens políticas. Facebook, Google e Twitter começaram a exigir mais dos grupos que fazem compra de mídia para veicular anúncios políticos, exigindo rígida divulgação de suas identidades e a abertura pública dos arquivos de anúncios.

Há algumas semanas, o Facebook foi criticado por permitir anúncios da campanha do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump que, segundo os críticos, espalhava mentiras a respeito dos opositores democratas. Em uma audiência no Congresso na semana passada, a deputada Alexandria Ocasio-Cortes questionou o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, sobre as políticas da rede social em relação à aceitação de anúncios de conteúdo enganoso.

A candidata democrata e senadora Elizabeth Warren pagou para a veiculação de anúncios na própria rede social que, propositalmente, veiculavam informações falsas sobre Zuckerberg. A iniciativa foi uma provocação ao CEO em relação às políticas da rede.

Zuckerberg admitiu que a diretoria do Facebook debateu se deveria banir todo tipo de publicidade de conteúdo político da rede, assim como o Twitter anunciou agora, mas declarou que a companhia, recentemente, estabeleceu que a publicidade política faz parte do debate público. O CEO ainda disse que a rede social pode ajudar a candidatos menores e mais desconhecidos a terem voz.

Por fim, o CEO do Twitter esclareceu que a decisão não envolve a liberdade de expressão dos usuários na plataforma, mas sim aos anúncios publicitários pagos cujo conteúdo seja político.

Com informações do Advertising Age

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