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MPF pede investigação sobre Secom; secretário responde

Polícia Federal investigará se houve irregularidades na conduta de Fabio Wajngarten à frente da Secretaria de Comunicação do Governo Federal


29 de janeiro de 2020 - 7h57

Fabio Wajngarten afirma que não há qualquer relação entre a liberação das verbas publicitárias do governo e os contratos de sua empresa (Crédito: Denise Tadei)

Após a notícia de que o Ministério Público Federal em Brasília solicitou à Polícia Federal a abertura de inquérito para investigar as práticas do secretário especial da Secom, Fabio Wajngarten, o líder da secretaria enviou uma nota à imprensa na qual afirma que a investigação será uma oportunidade para provar que não cometeu qualquer irregularidade.

Noticiada pela Folha de S.Paulo, a solicitação de investigação visa apurar se Fabio cometeu ou está envolvido em práticas de corrupção passiva, peculato e advocacia administrativa. As suspeitas em torno de Wajngarten começaram a ser levantadas também por reportagem da Folha de S.Paulo, publicada no último dia 15.

Na ocasião, a reportagem destacava que Fabio ainda era sócio da FW Comunicação e Marketing – empresa que possui contratos fixos com emissoras de TV e agências de publicidade. Conhecida como Controle da Concorrência, a FW Comunicação e Marketing presta serviços de consultoria e pesquisa para o setor de mídia e publicidade e, de acordo com a reportagem da Folha, têm entre seus clientes a Record e a Band e também às agências Artplan, Nova/SB e Propeg (as três agências dividem a conta publicitária da Caixa). A Folha divulgou, na ocasião, que Wajngarten possui 95% das ações da empresa, enquanto sua mãe, Clara Wajngarten, detém os 5% restantes.

Em sua defesa, Wajngarten respondeu, na época, que deixou o comando da empresa assim que foi escolhido para ocupar o posto de líder da Secom, como determina a Lei.A reportagem da Folha, no entanto, chamava a atenção para o fato de que as mesmas empresas clientes da companhia da qual Wajngarten é sócio são os veículos para os quais a Secom direciona as verbas de publicidade do governo federal.

Após a publicação da reportagem, em 15 de janeiro, a Folha informou que o procurador Lucas Rocha Furtado, levaria uma representação ao Ministério Público de Contas, que atua perante o TCU, para pedir uma revisão da distribuição das verbas de publicidade feitas pelo governo federal. De acordo com o procurador, a Secom não tem seguido os critérios de audiência para definir a divisão de verbas publicitárias na mídia.

A percepção do procurador foi moldada com base em reportagem também publicada pela Folha, em novembro de 2019, que mostrava que a Globo, emissora líder em audiência no Brasil, recebeu uma fatia menor de verba publicitária federal em 2019 do que em períodos anteriores. Ao mesmo tempo, as verbas destinadas à Record e SBT teriam crescido.

Agora, uma solicitação de investigação sobre a conduta de Wajngarten à frente da Secom foi assinada pelo procurador Frederick Lustosa, da Procuradoria da República do Distrito Federal. De acordo com a Folha, o caso ocorrerá em sigilo.

Resposta
Consultada a respeito da investigação, a Secom divulgou uma nota, assinada por Fabio Wajngarten, na qual o secretário afirma que a análise do Ministério Público terá a função de provar que ele não cometeu qualquer irregularidade. O secretário, ainda, atribui às reportagens e as denúncias a uma perseguição da Folha de S.Paulo. Leia a nota na íntegra:

“O pedido de um procurador do Ministério Público Federal para a Polícia Federal começar um inquérito para apurar supostas irregularidades na minha gestão à frente da Secretaria Especial de Comunicação da Presidência da República é uma oportunidade para eu provar que não cometi qualquer irregularidade.

Não há qualquer relação entre a liberação de verbas publicitárias do governo e os contratos da minha empresa – da qual me afastei conforme a legislação determina – anteriores à minha nomeação para o cargo, como pode ser atestado em cartório.

Qualquer interpretação afora essa realidade factual é notória perseguição de um veículo de comunicação, que não aceita a nova diretriz da Secom.

O que esse jornal tenta é me imputar a pecha de “criminoso”, o que não conseguirá!

Tenho um nome a zelar, um trabalho de mais de 20 anos no mercado, o seu respeito e reconhecimento.

Não aceito e não aceitarei essa infame agressão à minha reputação pessoal e profissional.

Lutarei e denunciarei essa covardia. A verdade prevalecerá!”

Fábio Wajngarten
Secretário de Comunicação Social da Presidência da República

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