Como as novas gerações consomem notícias
Estudo global da Comscore mostra que os mais jovens estão se informando pelas redes sociais e não querem pagar para acessar conteúdo
Estudo global da Comscore mostra que os mais jovens estão se informando pelas redes sociais e não querem pagar para acessar conteúdo
Bárbara Sacchitiello
5 de fevereiro de 2020 - 6h00
As novas gerações consomem informações jornalísticas pelo celular, preferencialmente pelas redes sociais e não está disposta a pagar para ter acesso a conteúdo informativo. Esses são alguns dos principais dados extraídos da pesquisa “A próxima fronteira da mídia”, realizada pela Comscore para mapear as diferenças dos hábitos de consumo entre as gerações X (pessoas de 40 a 60 anos), millennial ou Y (pessoas de 25 a 40 anos) e Z (pessoas com menos de 25 anos).
Um dos principais movimentos que a pesquisa detectou é a troca do desktop para o mobile na hora de consumir notícias. Essa migração já é superior a 50% para o consumo da maioria dos diferentes segmentos de notícias (esportes, entretenimento, política, etc).
A pesquisa também apontou que a maior parte dos jovens da geração Z (66%) tende a ler as notícias de forma rápida e superficial. O comportamento é bem diferente da geração X, em que a maioria (53%) gosta de se dedicar mais à leitura para compreender todo o conteúdo, sobretudo em relação às notícias de caráter global, nacional e regional.
Embora sejam mais adeptos ao uso do celular e consumo de novas mídias, as novas gerações ainda confiam na TV como uma fonte de consumo de conteúdo jornalístico. Cerca de 80% da geração Z, por exemplo, declarou que acompanha os telejornais matinais. Entre os millennials, esse índice é de 77% e, na geração X, de 79%.
Outro ponto da pesquisa interessante para os produtores de conteúdo é a baixa disposição dos jovens em, espontaneamente, pagar para ter acesso a um conteúdo informativo premium. Nas três gerações, a maioria das pessoas é contra pagar para acessar conteúdos: (85% na geração Z; 82% entre os millennials e 87% na geração X). A disposição em pagar, no entanto, começa a aparecer quando essas pessoas identificam que aquele conteúdo irá trazer informações muito relevantes ou, então, irá proporcionar entretenimento. Entre os conteúdos considerados relevantes por boa parte dos pesquisados estão o New York Times, The Wall Street Journal, Business Insider, Netflix e Spotify.
A maior diferença entre as três gerações foi observada em relação ao uso das redes sociais para consumir conteúdo informativo. A geração Z é a única em que a maioria das pessoas (55%) usa as redes sociais (Facebook, Twitter, etc) como principal fonte de informação. Já entre os millennials, o índice é de 40%. A geração que menos usa as redes sociais como primeira fonte de consulta de informação é a X (apenas 25% declararam o hábito).
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