Pandemia propicia novos serviços de lives corporativas
Empresas focam em oferecer produção e conteúdo premium e exclusivo ao público dos contratantes, sejam clientes ou funcionários
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Thaís Monteiro
20 de maio de 2020 - 6h00
Altamente afetado pela pandemia do novo coronavírus, o mercado de eventos vem tentando se reinventar. Uma das alternativas encontradas por empresas é realizar a produção de transmissões ao vivo (as lives) para um público específico de pessoas, sejam eles clientes, público final ou colaboradores da própria companhia.
A Act10n, empresa que atua na conexão entre marcas e celebridades, passou a oferecer shows individuais ou festivais formados por nomes como Preta Gil, Tiago Abravanel, Daniel Boaventura, Bruno Martini, Latino e Double You. O serviço incluiu cenário, iluminação, produção audiovisual e internet em uma plataforma para empresas que queiram sediar uma atração virtual para seus colaboradores.
Marco Serralheiro, CEO da Act10N, conta que a agência decidiu oferecer o serviço por conta do excesso de informações sobre o novo coronavírus e ao observar que as empresas buscam formas de nutrir o lado humano de seus funcionários, motivando-os e reconhecendo seus esforços. A partir disso, a Act10n fez pesquisas para entender quais eram os artistas mais contratados nos segmento de festas e realizou um acordo comercial com eles.
“Sempre foi uma prática das empresas realizar esse tipo de evento porque sabe-se que a parte psicológica é muito importante no ser humano. Nesse momento, em que as pessoas estão muito abaladas, acho que as lives têm um papel ainda mais forte. A empresa precisa que o profissional esteja produzindo, esteja animado e com perspectiva em momento em que só se fala de coisas negativas. Então a gente entendeu que era uma grande necessidade criar essa plataforma”, justifica Serralheiro. A empresa já realizou shows para os shoppings Manaíra e Mangabeira.Na carona dessa oportunidade, chega ao mercado a RD Play, cuja proposta é justamente criar eventos multimídia em streaming, sejam eles ao vivo ou gravados. A empresa diz oferecer eventos em diferentes formatos: feiras, debates, palestras, reuniões e conferências virtuais, gravações de vídeo aulas e workshops, locação para profissionais de fotografia, gravações de DVDs e comerciais, além de estrutura cenográfica, direção artística e audiovisual, captação e edição de imagens e som, criação de artes gráficas e conteúdos para gerar engajamento em redes sociais, como Instagram e Facebook.
“Quando foi comunicada a pandemia, vimos que alguns anos chegarem em que questão de meses. Por isso que em nossa empresa, logo no começo, começamos a planejar o futuro que era breve para nós. Vimos que não adiantava pensar que o vírus era passageiro como a maioria pensava e a necessidade de fazer eventos mesmo com todas dificuldades, pois como toda empresa do setor, fomos extremamente afetados e tínhamos que manter a empresa ativa”, conta Richard Deak, diretor da RD Play.De acordo com o executivo, o grande número de artistas realizando transmissões ao vivo nas suas redes de forma gratuita para os seguidores não representa concorrência. O público da live corporativa é mais exigente, diz ele, e tem a preocupação de gerar lead e levar conteúdo único e exclusivo para seus convidados e colaboradores que assistem ao streaming, não necessariamente está atento em visualizações.
É consenso entre os executivos que os eventos físicos não deixarão de existir. Porém, ambos veem que a transmissão ao vivo deve permanecer como um hábito do público e opção de serviço oportuno para as empresas. “O custo de uma festa é sem dúvida maior do que uma live. As empresas estão tendo que estudar melhor seus investimentos e a live corporativa passa as ser uma excelente opção”, explica Serralheiro. “O streaming ou as lives vieram para mostrar um outro caminho para o mercado, sem excluir a importância do presencial”, complementa Deak.
**Crédito da imagem no topo: Novendi Dian Prasetya/iStock
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