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Mesmo com boicote e Covid-19, Facebook cresce

Em reunião com investidores, Mark Zuckerberg diz que faturamento publicitário aumentou 10% no trimestre e que empresa alcançou marca de 9 milhões de anunciantes


31 de julho de 2020 - 6h00

Mark Zuckerberg informou sobre o crescimento no trimestre em conferência com investidores (Crédito: Divulgação)

O Facebook parece ter resistido à crise do novo coronavírus e até mesmo ao boicote Stop Hate for Profit, movimento que levou centenas de marcas deixaram de veicular publicidade paga em suas plataformas. Em uma conversa com investidores realizada nesta quinta-feira, 30, o CEO da companhia, Mark Zuckerberg, disse que o número de anunciantes está crescendo: agora, a rede social teria mais de 9 milhões de marcas anunciantes.

“Alguns parecem supor, de forma errada, que nosso negócio é dependente de um grupo de grandes anunciantes. Agora, embora valorizemos cada uma das empresas que usam nossas plataformas, a maior parte dos negócios está atendendo aos pequenos anunciantes. Nossa publicidade é uma das mais efetivas ferramentas que essas pequenas empresas podem usar para encontrar clientes, impulsionar sua renda e gerar empregos”, disse Zuckerberg, durante a conferência.

Anteriormente, a rede social havia declarado possuir mais de 8 milhões de anunciantes, contabilizando todas a suas plataformas (Facebook, Instagram, WhatsApp e Messenger). O número foi atualizado para 9 milhões nesta quinta-feira, 30. De acordo com a companhia, o crescimento em termos de anunciantes e também de usuários aconteceu por conta da pandemia do novo coronavírus, que fechou comércios e lojas e limitou muitas das compras e negociações ao ambiente da internet.

Em julho, centenas de marcas, incluindo gigantes como Unilever, Starbucks, Verizon, Ford e Adidas, uniram-se ao Stop Hate for Profit, uma campanha que tinha a proposta de pressionar a rede social a tomar medidas mais firme para combater o discurso de ódio e a desinformação na plataforma.

Zuckerberg defendeu sua empresa das críticas. “Criamos serviços que bilhões de pessoas acham úteis. Estou orgulhoso por termos dado uma plataforma para que as vozes das pessoas fossem ouvidas e dado aos pequenos negócios acessos às ferramentas que apenas os maiores players costumavam ter”, declarou.

O Facebook declarou ter conquistado uma receita com publicidade no valor de US$ 18,3 bilhões no segundo trimestre do ano, o que representa um crescimento de 10% na comparação com o mesmo período de 2019. A alta é menor do que a registrada no primeiro trimestre, quando as receitas com publicidade da companhia aumentaram em 17%, mas ainda assim, os números são um ganho importante em um momento em que a economia global sofre com os efeitos do novo coronavírus. O Twitter, por exemplo, arrecadou menos receitas publicitárias no segundo trimestre de 2020 na comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em termos de usuários, o Facebook declarou contar mensalmente com 3,14 bilhões de pessoas em todo o seu ecossistema de aplicativos. O número é maior do que os 2,9 bilhões de usuários divulgados no primeiro trimestre.

Apesar dos bons números, Mark Zuckerberg teve um mês difícil por conta do boicote dos anunciantes. Em julho, o CEO e outros executivos da empresa se encontraram com líderes de movimentos civis que incitaram o movimento para negociar as novas políticas de monitoramento de conteúdo. Nesta semana, o CEO participou de audiências no Congresso ao lado de Jeff Bezos, CEO da Amazon, Tim Cook, CEO da Apple e Sundar Pichai, CEO do Google. Os legisladores estão questionando as empresas de tecnologia sobre possíveis práticas anticompetitivas.

A companhia declarou que a taxa de crescimento nas três primeiras semanas de julho, que coincidiram com a fase do boicote, foi similar ao crescimento do segundo trimestre. “Nas primeiras três semanas de julho, nossa taxa de crescimento anual de receita publicitária esteve alinhada com a taxa de crescimento do segundo trimestre, que foi de aproximadamente 10%”. O Facebook declarou que espera que a mesma taxa de crescimento de julho se reflita no terceiro trimestre de 2020.

Do Advertising Age

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